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17 de novembro de 2025 12:42

Balança comercial nordestina está mais diversificada e tem a Bahia como locomotiva

Balança comercial nordestina está mais diversificada e tem a Bahia como locomotiva

Nordeste reforça sua presença no comércio exterior com exportações de soja, alumina, celulose e mel natural
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O Nordeste brasileiro vem ampliando sua presença no comércio exterior e se consolidando como um dos principais polos exportadores do País. Impulsionada por commodities agrícolas, produtos minerais e derivados da indústria de base, a região reforça seu peso econômico e revela, em cada estado, vocações produtivas distintas.

A Bahia segue como o estado nordestino com maior volume exportado. No acumulado até julho de 2025, o estado registrou US$ 6,28 bilhões em vendas externas, o que corresponde a 3,17% do total nacional. O portfólio baiano combina produtos agrícolas e industriais, com destaque para a soja, o óleo combustível, a celulose, o ouro e o algodão.

A diversidade da pauta exportadora reflete a estrutura econômica baiana, que reúne agricultura mecanizada no oeste do estado e um parque industrial robusto no polo petroquímico de Camaçari e no setor de papel e celulose do litoral sul.

Maranhão também é destaque

O Maranhão consolidou sua posição como o segundo maior exportador do Nordeste no primeiro semestre de 2025, com US$ 2,5 bilhões em vendas externas, segundo o Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc).

Entre os produtos exportados, a alumina se destaca como carro-chefe, com US$ 771,7 milhões, o que representa cerca de 40% do valor e da quantidade de exportações brasileiras desse produto. São Luís respondeu por mais de US$ 1 bilhão do total estadual, impulsionado pela indústria de refino de alumina. Em seguida, aparecem Balsas, com US$ 881 milhões, concentrando a exportação de soja, e Imperatriz, com US$ 421 milhões, sustentada pela celulose.

A China segue como principal destino dos produtos maranhenses, com 31,4% do total exportado, seguida de Canadá, Estados Unidos, Argentina e Espanha. As importações também cresceram, totalizando US$ 2 bilhões, puxadas pelos combustíveis e fertilizantes.

Piauí é líder nacional na exportação de mel natural

O Piauí ocupa a quinta posição entre os estados nordestinos que mais exportam, com US$ 768,3 milhões comercializados entre janeiro e agosto de 2025. A soja domina a pauta estadual, representando 81,5% das exportações totais e 95,7% das vendas para a China, principal parceiro comercial do estado.

A produção está concentrada nas regiões de cerrado, em municípios como Uruçuí, Bom Jesus e Baixa Grande do Ribeiro, e tem se beneficiado de investimentos em infraestrutura, como o Anel Rodoviário da Soja.

Além da soja e do algodão, o Piauí se destaca na venda de ceras vegetais, resíduos da extração de óleo e mel natural; este último responsável por colocar o estado na liderança nacional do setor, com os Estados Unidos como principal destino.

Outros estados e novas frentes

Em posições intermediárias, Ceará e Pernambuco têm se mantido relevantes na pauta exportadora do Nordeste. O Ceará faturou US$ 1,35 bilhão até julho, com destaque para ferro e aço, frutas, calçados e pescados, enquanto Pernambuco somou US$ 1,46 bilhão, puxado por combustíveis, maquinários e soja.

Alagoas e Rio Grande do Norte completam o grupo dos estados com exportações acima de meio bilhão de dólares, sustentadas principalmente pelo açúcar, ouro e tabaco.

Os dados mais recentes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que a China continua sendo o maior parceiro comercial do Nordeste, especialmente nas exportações de soja, alumina e celulose. No entanto, países como Estados Unidos, Canadá e Argentina vêm ampliando participação, impulsionando a diversificação de mercados.

Para o economista Roberto Lima, especialista em comércio exterior, o desempenho da região revela um avanço estrutural. “Os estados nordestinos vêm consolidando cadeias produtivas próprias, com destaque para o agronegócio e a indústria de base. Isso tem impacto direto na geração de empregos e na interiorização do desenvolvimento econômico”, afirma.

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