O Banco do Nordeste (BNB) encerrou o primeiro semestre de 2025 com resultados históricos, consolidando-se como um dos principais agentes de crédito e desenvolvimento socioeconômico da região. Em seus 73 anos de atuação, a instituição nunca havia registrado desempenho tão expressivo: foram R$ 34,8 bilhões contratados entre janeiro e junho, crescimento de 19,2% em relação ao mesmo período de 2024. O desembolso de R$ 29,1 bilhões representou alta de 7,7%, enquanto o lucro líquido alcançou R$ 1,38 bilhão, 35,6% acima do registrado no ano anterior.
Os números foram apresentados em live realizada no dia 14 de agosto, quando a diretoria do banco destacou o crescimento da carteira de crédito administrada, que chegou a R$ 165,7 bilhões — avanço de 15,7% em 12 meses. Para o presidente da instituição, Paulo Câmara, os resultados refletem a orientação do governo federal de ampliar e democratizar o acesso ao crédito. “O crescimento recorde de todos os indicadores mostra que estamos cumprindo a missão dada pelo presidente Lula. A expansão dos negócios e a solidez financeira são frutos da eficiência operacional do Banco, que busca contribuir para elevar a qualidade de vida da população”, afirmou.
Entre os programas de maior destaque está o microcrédito urbano Crediamigo, que registrou alta de 18,3% e somou R$ 6,5 bilhões em contratações no semestre. No campo, o Agroamigo segue como referência nacional: foram R$ 4,4 bilhões aplicados em mais de 330 mil operações em todo o Nordeste, consolidando o BNB como a instituição preferida dos pequenos agricultores.
Em Alagoas, os reflexos da política de crédito são evidentes. Somente no agreste, o Agroamigo movimentou R$ 52,4 milhões no primeiro semestre, com destaque para Arapiraca, que cresceu 65,4% em relação ao mesmo período de 2024. No estado, o programa somou R$ 204 milhões em financiamentos com agricultores familiares em seis meses, beneficiando mais de 14,4 mil operações. A atividade de maior demanda foi a criação de bovinos de corte. Outro dado relevante é o protagonismo das mulheres: 57,2% das contratações no agreste foram feitas em linhas específicas para trabalhadoras rurais.
Política de incentivos
As comemorações dos 20 anos do Agroamigo, celebradas em 2025, reforçam esse papel estratégico. Em Arapiraca, clientes e parceiros participaram de homenagens na agência local. “É um momento de reconhecimento da importância do microcrédito para a agricultura familiar da região. O Agroamigo oferece metodologia própria de acompanhamento e assistência ao trabalhador rural, fortalecendo a produção e garantindo a segurança alimentar do Nordeste”, destacou o superintendente estadual do BNB em Alagoas, Sidinei Reis.
O fortalecimento do crédito no estado também se reflete em outros setores. Segundo estudo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), Alagoas registrou crescimento de 15,2% no saldo de crédito em 12 meses, superando a média nacional de 10,7% e ficando atrás apenas do Maranhão no Nordeste. O avanço foi puxado pelo setor de serviços e pelo consumo das famílias, com alta de 23,4% nos financiamentos a pessoas jurídicas e de 12,2% para pessoas físicas.
Na avaliação do superintendente Sidinei Reis, a presença do Banco do Nordeste foi determinante para esse resultado. “Em 2024, respondemos por 50% de todos os financiamentos de longo prazo realizados em Alagoas e por 54% da totalidade do crédito rural. Esses recursos são decisivos para o desenvolvimento econômico e para a geração de emprego e renda no estado”, ressaltou.
Outra frente de destaque é o incentivo às energias renováveis. Apenas em Alagoas, o BNB financiou cerca de R$ 54 milhões em projetos de implantação de sistemas de geração de energia solar nos últimos dois anos. Do total, R$ 11,5 milhões foram destinados a pessoas físicas, por meio da linha FNE Sol Pessoa Física, que garante prestações inferiores ao valor médio das contas de energia, permitindo economia imediata ao consumidor. Os demais R$ 42,6 milhões foram direcionados a empresas, sobretudo do comércio e do turismo, além de empreendimentos rurais.
Com linhas de crédito que contemplam desde pequenas propriedades agrícolas até usinas fotovoltaicas de grande porte, o Banco reforça sua aposta em sustentabilidade. Segundo o diretor financeiro e de crédito, Wanger Rocha, a instituição tem buscado diversificar fontes de financiamento por meio de parcerias com BNDES e Finep, além da emissão de instrumentos de dívida no mercado de capitais. “Nosso objetivo é ampliar os recursos para investimentos sustentáveis, capazes de gerar impactos sociais e ambientais positivos no longo prazo”, afirmou.
Os bons resultados não escondem desafios, como a elevação da inadimplência da carteira própria, que chegou a 3,6% – um ponto percentual acima do registrado em 2024. Ainda assim, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio atingiu 20,4% ao ano, evidenciando a solidez da instituição.