A Barragem de Oiticica, localizada em Jucurutu, na região Seridó do Rio Grande do Norte, foi oficialmente inaugurada em março, com um investimento total de R$765,9 milhões. A obra foi iniciada em 2013 e faz parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), sendo uma das principais iniciativas para garantir maior segurança hídrica à população da região.
Com a ampliação da capacidade de armazenamento de água, que passará de 75,56 milhões para 742 milhões de metros cúbicos, a Barragem de Oiticica será o segundo maior reservatório do estado. O projeto beneficiará diretamente 294 mil pessoas de 22 municípios do Rio Grande do Norte, impactando positivamente a vida de milhares de moradores da região Seridó.
O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca (SAPE) do Rio Grande do Norte, Guilherme Saldanha, destaca a importância da barragem para a segurança hídrica da região, especialmente em uma área tão afetada pela seca. “A barragem permite acumular e reservar água, garantindo segurança hídrica desde Jucurutu até próximo à fronteira com a Paraíba , afirmou.
Desenvolvimento econômico com foco na agricultura e exportação
O projeto também fortalece setores produtivos importantes, como a agricultura irrigada, beneficiando especialmente a bacia leiteira no Seridó. Saldanha ressalta que a irrigação possibilita a produção de forragem em solos cristalinos da região, enquanto em outras áreas, como o Vale do Açu, há grande potencial para expandir a fruticultura e diversificar a produção agropecuária.
O Rio Grande do Norte é um dos maiores exportadores de frutas do Brasil, movimentando cerca de US$ 250 milhões anualmente. Saldanha revela que o Brasil ainda tem um grande potencial de crescimento no setor, se comparado a países como a Espanha, que exporta mais de US$ 9 bilhões em frutas anualmente. “Nosso potencial é imenso”, afirma
O estado ainda tem vantagens logísticas, como a proximidade dos portos de Natal e Mucuripe, o que facilita as exportações, especialmente para a Europa. “A posição geográfica do Nordeste, especialmente Natal, facilita o acesso ao mercado europeu, com entrega das frutas em até oito dias”, explica Saldanha.
Estrutura e operação
O empreendimento inclui, além da barragem, a Tomada D’Água do PISF, o Reassentamento Urbano e a Agrovila de Jucurutu, que já estão 100% concluídas. As obras de infraestrutura ao redor da barragem são essenciais para garantir que a água represada seja eficientemente distribuída e tratada, com foco em garantir o abastecimento de água potável para as comunidades da região.
A barragem será integrada ao Sistema Estadual de Gestão de Recursos Hídricos (SIGRH) e passará a ser operada pelo Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), garantindo o monitoramento contínuo dos recursos hídricos da região.
Embora a barragem seja um marco importante, o Complexo Oiticica ainda não foi totalmente concluído. A Agrovila de Jardim de Piranhas e de São Fernando, que fazem parte do projeto, estão com 64,02% e 79,66% de conclusão, respectivamente.
No mesmo evento, também foi assinada a Ordem de Serviço para a construção da Adutora do Agreste Potiguar, um sistema de abastecimento de água que beneficiará 38 municípios da região Agreste do estado. A adutora captará água do Rio Guajú e terá 170,9 km de extensão, com um investimento de R$448,46 milhões, ampliando a segurança hídrica da população local.