A Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) recebeu no fim de setembro representantes de quatro instituições financeiras — BNDES, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal e Finep — para discutir linhas de crédito voltadas ao setor industrial do estado.
O presidente do Sistema Fiern, Roberto Serquiz, destacou que o objetivo da reunião foi aproximar a indústria das fontes de financiamento e criar condições para que as empresas potiguares invistam em inovação, ampliem sua capacidade produtiva e fortaleçam sua presença no mercado.
Agora, o BNDES deve reforçar linhas de crédito para micro, pequenas e médias indústrias, com foco em capital de giro, aquisição de máquinas e equipamentos, além de taxas de juros diferenciadas para a região Nordeste. A instituição também apresentou o BNDES Finame, voltado ao financiamento de bens industrializados de fabricação nacional.
“Muitas vezes há linhas de créditos disponíveis, mas nem todos conhecem esses produtos e possibilidades. Nosso papel aqui é fortalecer essas relações, de modo que a indústria possa crescer e a nossa economia se fortalecer como um todo”, disse Serquiz.
A Finep se comprometeu com o apoio à inovação, incluindo recursos não reembolsáveis para Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), subvenções econômicas para empresas e o programa Finep Mais Inovação, que prioriza áreas estratégicas definidas pela Nova Indústria Brasil (NIB), como bioeconomia.
A importância das empresas se prepararem para acessar o crédito é apontada pela Caixa Econômica como uma possibilidade de soluções personalizadas para diferentes perfis de negócio.
“Nesses casos, é importante que as empresas conheçam bem os programas e se alinhem a eles na medida do possível. Dessa forma, fica muito fácil liberar os créditos. Há exigência de uma economia em transformação, e todos devem estar atentos a essas mudanças”, afirmou a gerente de produtos Caixa, Iolete Cardoso.
O Banco do Nordeste apresentou as linhas de financiamento disponíveis e destacou os benefícios do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal instrumento da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), que atende mais de 2 mil municípios.
As indústrias do Rio Grande do Norte enfrentam desafios significativos para acessar crédito, impactando a capacidade de investimento e expansão. Os principais obstáculos, segundo o economista Felipe Mattoso, não diferem muito das demais empresas de pequeno e médio porte do restante do país, como taxas de juros elevadas, burocracia excessiva, garantias pedidas e que as empresas não conseguem cumprir, custos operacionais elevados.
No entanto, ressalta Mattoso, a indústria potiguar sofre particularmente com a falta de formação e informação. “A ausência de conhecimento sobre as opções de crédito disponíveis e a falta de orientação sobre como acessar esses recursos dificultam o processo para muitos empresários. Iniciativas como o Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) da FIERN buscam mitigar esse problema, oferecendo suporte e informações às empresas”, afirma.
Os setores industriais do Rio Grande do Norte com maior potencial de expansão são Indústria de biocombustíveis e derivados de petróleo, indústria verde e energias renováveis, tecnologia e inovação, construção civil e materiais de construção, confecção e vestuário e pesca e aquicultura
Esses setores estão alinhados com as políticas de financiamento disponíveis, como o Programa Nova Indústria Brasil, que prioriza áreas estratégicas como bioeconomia, transformação digital, saneamento e energias renováveis.