A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está finalizando os detalhes para lançar a Parceria Público-Privada (PPP) do Sistema do Engenho Maranhão, última grande reserva hídrica da Região Metropolitana do Recife (RMR). O projeto será localizado entre Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho e terá como objetivo aumentar o abastecimento de água para a população e para grandes indústrias instaladas no Complexo Industrial Portuário de Suape.
A barragem também terá função de controle de cheias, prevenindo o transbordamento do Rio Ipojuca, que percorre cerca de 320 km desde Arcoverde até Suape. Grande parte do rio é intermitente, sendo perene apenas a partir de Caruaru, e apresenta excesso de água nos meses de maio, junho e julho.
Segundo o diretor de Mercado e Parcerias da Compesa, Ricardo Torres, a Companhia planeja realizar uma consulta pública ainda este ano, etapa que permitirá receber contribuições que poderão ser incorporadas no edital da PPP. O projeto completo da parceria deve ser concluído até o quarto trimestre de 2025.
A empresa que vencer a PPP terá um investimento estimado em R$ 310 milhões, concentrados nos primeiros quatro anos. Entre 70% e 80% desse valor serão aplicados na construção da barragem, mas o projeto também prevê obras de infraestrutura, como adutoras e ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Suape, que terá capacidade aumentada de 300 litros por segundo para 1.600 litros por segundo de água tratada. Além da construção, a empresa será responsável pela operação do sistema durante o período da parceria, previsto para 30 anos.
PPP e atuação da Compesa
O governo estadual prepara ainda uma concessão parcial de serviços de distribuição de água e coleta de esgoto. Segundo Ricardo Torres, a PPP do Sistema do Engenho Maranhão não será impactada, pois a produção de água continuará sendo uma atividade da Compesa, que permanecerá estatal mesmo após a concessão.
“A barragem também vai funcionar como reserva estratégica para garantir abastecimento durante o verão, período em que a demanda aumenta significativamente devido ao turismo”, afirma Ricardo Torres.
O projeto representa um passo estratégico para a segurança hídrica da RMR, promovendo abastecimento contínuo, controle de cheias e suporte ao crescimento industrial da região, além de gerar empregos e fortalecer a infraestrutura de saneamento estadual.