
Alagoas alcançou um marco histórico na produção de etanol e consolidou-se como líder regional no setor. De acordo com levantamento divulgado pela Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), o estado produziu 416,4 milhões de litros de etanol na safra 2024/2025. Foi o maior volume entre os nove estados nordestinos. No total, o Nordeste produziu 1,9 bilhão de litros do biocombustível, sendo 21% provenientes de Alagoas, que supera a Paraíba (398,2 milhões), Bahia (354,8 milhões) e Pernambuco (333,5 milhões). O resultado reflete o fortalecimento da agroindústria canavieira e o avanço das políticas voltadas à sustentabilidade no estado.
Do total produzido em Alagoas, 163,5 milhões de litros correspondem ao etanol anidro e 252,9 milhões ao hidratado. O desempenho é sustentado por uma base agrícola sólida: o estado também lidera a produção de cana-de-açúcar no Nordeste, com 17,6 milhões de toneladas colhidas; volume superior ao de Pernambuco, segundo colocado, com 13,5 milhões. Para o presidente-executivo da NovaBio, Renato Cunha, o crescimento alagoano ilustra a transição em curso na região. “O Nordeste tem expandido suas fronteiras rumo à bioeconomia, utilizando o biocombustível como indutor de inovações que abrangem o setor industrial, aéreo e marítimo”, afirmou, destacando o avanço de novas tecnologias, como o combustível sustentável de aviação (SAF), o biogás e o hidrogênio verde.
A liderança alagoana também é sustentada por políticas públicas voltadas à descarbonização. Em setembro, o governo estadual instituiu a Política de Prioridade no Abastecimento de Veículos com Etanol, que prevê a substituição gradual da gasolina na frota do Poder Executivo. O índice inicial de 5% de consumo de etanol deve crescer até atingir 30% em 2030. O governador Paulo Dantas destacou que a medida alia sustentabilidade e desenvolvimento econômico: “Nosso objetivo é promover a transição energética, reduzir a poluição e fortalecer a cadeia produtiva local”, afirmou.
O esforço pela transição energética se estende também a novos investimentos. Recentemente, o governo estadual obteve R$ 4,2 bilhões em financiamentos do BNDES e do Banco do Nordeste para projetos de neoindustrialização. As propostas incluem iniciativas em armazenamento energético, bioeconomia, hidrogênio verde, data centers sustentáveis e setor automotivo. São ações que indicam a disposição de Alagoas em posicionar-se como um polo estratégico da economia verde no Brasil.