Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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5 de julho de 2024 23:37

Exclusivo: economia do Nordeste foi a que mais cresceu no 1º trimestre de 2024

Exclusivo: economia do Nordeste foi a que mais cresceu no 1º trimestre de 2024

Comércio e serviços impulsionam crescimento econômico de 3,2%, superando média nacional pela primeira vez desde 2015

A atividade econômica do Nordeste, medida pelo índice IBCR-NE do Banco Central, registrou um crescimento de 3,2% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O desempenho superou a média nacional de 1%, destacando o Nordeste como a região de maior crescimento econômico do Brasil no início do ano. Este feito não ocorria desde março de 2015. As regiões Norte e Sudeste também mostraram crescimento significativo, ambas com 3,1%, enquanto o Sul registrou uma elevação de 1,4% e o Centro-Oeste não apresentou variação.

Uma tela de computador exibindo um mapa do Brasil, um cacto representando o Nordeste e uma seta com indicadores econômicos em crescimento
Imagem ilustrativa gerada por IA | Investindo por Aí

Segundo o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), área de pesquisa do Banco do Nordeste, o avanço dos setores de Comércio e Serviços foi um dos principais motores da economia regional. O volume de recursos aplicados pelo Banco do Nordeste nesses setores aumentou 47%, passando de R$ 1,9 bilhão no primeiro trimestre de 2023 para R$ 2,8 bilhões no mesmo período de 2024.

O Investindo Por Aí conversou com o presidente do Banco do Nordeste, o ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que comentou os avanços. “A atuação recente do Banco do Nordeste, com recorde de contratações, colaborou significativamente com a evolução da atividade econômica na região. O Nordeste tem perspectiva de manter essa tendência de crescimento pelos próximos dez anos, e o BNB permanece apto para impulsionar o desenvolvimento regional com crédito oportuno e de qualidade para todos os setores da economia”, destacou o presidente do banco.

Desempenho dos estados

Entre os estados do Nordeste, o Ceará liderou com um crescimento de 4,4% no índice de atividade econômica no primeiro trimestre de 2024, impulsionado pelos avanços no volume de vendas do comércio varejista (9,1%) e pela produção da indústria de transformação (6,0%).

A Bahia, que possui o maior peso econômico relativo do Nordeste, apresentou um crescimento de 3,1%, com destaque para o aumento de 11,4% no volume de vendas do comércio varejista, especialmente em hipermercados e supermercados (+18,3%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (+14,0%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (+13,9%).

Pernambuco teve um crescimento de 2,5%, com a performance do volume de vendas do comércio varejista ampliado, que aumentou 8,0%, sendo impulsionado pela expansão de 19,0% nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças. Minas Gerais e Espírito Santo, estados parcialmente atendidos pelo Banco do Nordeste, também registraram crescimentos de 2,5% e 2,4%, respectivamente.

Para entender melhor esse movimento

“Os avanços observados na economia dos estados do Nordeste podem ser creditados aos progressos significativos no setor de serviços, que emprega a maior parte da força de trabalho, embora pague salários que, na média, ficam abaixo de dois salários mínimos. Contudo, com uma massa maior de empregados, o volume de salários e os pagamentos dos encargos sociais devem ter contribuído para esses resultados observados”, destaca José Lemos, economista pela Universidade Federal do Ceará.

A atividade econômica do Nordeste em 2024 foi favorecida pelo avanço dos serviços e comércio, pela melhoria do mercado de trabalho, pela elevação do rendimento médio real e pelo processo de desinflação, apesar do aperto das condições financeiras, com juros e nível de endividamento das famílias ainda elevados.

O economista acrescenta que um vetor importante desse desempenho são as atividades agrícolas, especialmente na fronteira agrícola do MATOPIBA, que engloba partes da Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins.

“Esse superávit agrícola injeta recursos na economia, aumentando a circulação do dinheiro, crucial para impulsionar as atividades econômicas em regiões mais pobres”, explica Lemos.

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