Com um crescimento acima da média nacional e diferentes possibilidade de investimento, o Nordeste segue em alta no coração financeiro do Brasil. Depois do sucesso do Invest Alagoas, realizado em junho, São Paulo recebeu nesta quinta-feira (11/07) o Seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Nordeste. O evento teve a presença de empresários e investidores da Faria Lima, posicionando mais uma vez o potencial da região frente a agentes do mercado.
Realizado na sede paulista da Confederação Nacional da Indústria, o seminário teve o apoio do Banco do Nordeste (BNB) e debateu os cenários, desafios e os impactos positivos de grandes projetos em curso na região. Também foram apresentadas as oportunidades de investimentos em projetos de infraestrutura em toda área de atuação do BNB, bem como seus impactos econômicos, sociais e ambientais.
Estados como Alagoas, Ceará, Paraíba e Sergipe foram destacados por sua capacidade de atração de investimentos expressiva, sobretudo em projetos de infraestrutura e saneamento. Com isso, estas unidades da federação têm apresentado um maior crescimento econômico e mais desenvolvimento social, além de uma consequente melhora na qualidade de vida da população.
Crescimento sustentável
Os estudos mostram que essa trajetória crescente permanecerá, pois o Nordeste apresenta muitas oportunidades aos investidores. A região é a maior produtora de energia limpa, seja por fonte hidrelétrica, eólica ou solar, e tem potencial para hidrogênio verde; possui o maior número de portos e está mais próxima de Europa; e é referência na produção agrícola, com fruticultura e grãos; além de ser destaque nacional em turismo.
Soma-se a isso projeções que estimam que o Nordeste terá um crescimento do PIB 50% maior em relação ao Brasil. Os números do 1º trimestre deste ano já indicam essa tendência. O PIB da região cresceu 3,2% ante 2,5% do país.
“O Governo Federal tem investido fortemente em infraestrutura por meio novo PAC. Cerca de 40% dos recursos foram destinados para a Região Nordeste, com projetos para portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, conectividade, saneamento e energia. Contem com o BNB, pois estamos otimizando nossos processos, sendo mais ágeis, menos burocráticos, inovador e atento aos investimentos que estão surgindo. Todos os esforços conjuntos resultarão numa maior geração de empregos em toda a nossa área de atuação, que também inclui parte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo”, ressaltou o presidente do BNB, Paulo Câmara.
A expansão da infraestrutura também foi reforçada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. “O Nordeste brasileiro é parte da solução do Brasil. Quanto mais o Nordeste cresce, mais a indústria do Sudeste cresce e isso vai animando a cadeia produtiva. Somos um grande mercado consumidor e os investimentos do Governo Federal na Região irão estimular esse crescimento. Iremos investir nos próximos três anos mais de R$ 2,5 bilhões em portos. E em relação aos aeroportos, o Nordeste terá a requalificação de 22 novas unidades em breve”, apontou o ministro.
Painéis do seminário
O Seminário foi dividido em dois painéis: “Infraestrutura e Crescimento Econômico”, com apresentações e debates com o presidente do BNB, Paulo Câmara, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o presidente da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), Venilton Tadini.
Tadini destacou o potencial de crescimento da região com uma tendência de expansão maior em comparação às outras regiões brasileiras, além das oportunidades de investimento em energia renovável, saneamento basíco e transportes.
No painel “Competitividade e Desenvolvimento Sustentável”, participaram o diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire, a presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Verônica Sanchez da Cruz Rios, o superintendente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Wagner Cardoso, o vice-presidente de Relações Institucionais da Aegea Saneamento, Rogério Tavares, e o diretor de Gestão de Parcerias da Companhia de Água e Esgoto do Ceará, Luciano Arruda.
Fontes de financiamento
A principal fonte de recursos para o financiamento de projetos de infraestrutura é o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), mas o BNB também busca captações de recursos junto a bancos multilaterais, exemplo da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e New Development Bank (NDB).
Com mais recursos disponíveis, o Banco pretende ampliar o grande número de demandas por crédito que recebe. O BNB contratou, por exemplo, R$ 35,1 bilhões para energia limpa entre 2018 e 2023, sendo R$ 20,9 bilhões para projetos de energia eólica e R$ 14,2 bilhões para solar. Projetos de transmissão e distribuição receberam R$ 12,5 bilhões nesse período.
Outro setor que aumentou a procura junto ao BNB é o do saneamento básico. Nos últimos cinco anos foram R$ 5,62 bilhões investidos em projetos dessa natureza. Empresas do segmento estão buscando, cada vez mais, o Banco do Nordeste devido os juros oferecidos estarem entre os mais baixos do mercado e os prazos de pagamento mais longos em relação aos oferecidos por outras instituições financeiras.
