Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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7 de setembro de 2024 11:51

Exclusivo: Nordeste é a segunda região que mais gerou empregos no setor de saúde em 2024

Exclusivo: Nordeste é a segunda região que mais gerou empregos no setor de saúde em 2024

Setor empregou 79% mais profissionais do que no mesmo período do ano passado

O Nordeste brasileiro se destacou como a segunda região que mais gerou empregos formais no setor de saúde em 2024, conforme revela o informe econômico do Banco do Nordeste (BNB). Com um saldo positivo significativo, a região ficou atrás apenas do Sudeste, reforçando sua importância no cenário nacional de geração de empregos.

Foto: Getty images

De acordo com o relatório, o setor de saúde no Nordeste apresentou um saldo positivo de empregos no acumulado de 2024, contribuindo substancialmente para o crescimento do emprego formal na região. Este desempenho reflete tanto o aumento na demanda por serviços de saúde quanto os investimentos feitos na área, que têm gerado novas oportunidades de trabalho.

Hellen Saraiva Leão, economista do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene/BNB), explicou ao Investindo por Aí que as oportunidades de empregos geradas no segmento de atividades ligadas estritamente à saúde humana no Nordeste, teve o resultado líquido de empregos formais de +16.606 novos postos de trabalho no acumulado do ano (janeiro a maio), registrando crescimento de 79,2% em relação ao mesmo período de 2023. 

“Entre as Regiões, o Nordeste configura como a segunda Região que mais gera empregos no país no segmento das atividades ligadas à saúde, representando cerca de 18,2% dos empregos gerados no país, ficando atrás apenas do Sudeste”,detalha a economista.

Criação de novos estabelecimentos de saúde

“Os dados de saldo de emprego do segmento da saúde mostram uma correlação positiva com o número de estabelecimentos de saúde. Segundo do DATASUS, o Nordeste registrou crescimento do número de estabelecimentos de saúde. Em maio de 2024, foram computados 123.401 estabelecimentos de saúde, contra 123.237 estabelecimentos em maio de 2023, aumento de 164 estabelecimentos de saúde”,continua. 

Hellen Saraiva Leão, economista do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene/BNB)

Hellen conclui explicando que estes parâmetros informam expansão do setor da saúde na Região Nordeste, puxada, principalmente, pela retomada da realização de procedimentos que foram postergados durante as fases críticas da pandemia da Covid-19, aumento das consultas eletivas, pela alta de casos de dengue e aumento das hospitalizações causados pela gripe.

Apesar de o Sudeste ter liderado a criação de empregos no setor de saúde, devido à sua maior concentração populacional e infraestrutura mais desenvolvida, o crescimento observado no Nordeste é um indicativo importante de desenvolvimento e fortalecimento econômico da região. Este aumento de postos de trabalho no setor de saúde no Nordeste é essencial, não só para atender à demanda crescente da população, mas também para impulsionar a economia local.

Economista aponta ampliação de serviços hospitalares para aumento de empregos

A expansão do setor de saúde no Nordeste é impulsionada por diversos fatores, incluindo a ampliação de serviços hospitalares, clínicas especializadas e investimentos públicos e privados na área. Este movimento não só melhora o atendimento à saúde da população local, mas também promove a inclusão social e o desenvolvimento econômico regional, contribuindo para a redução das desigualdades em relação ao Sudeste.

Em análise recente do artigo macroeconômico do Banco do Nordeste, o economista Renan Laurentino destacou o expressivo aumento na quantidade de mão de obra empregada no setor de saúde na região. “Analisando o artigo macroeconômico do Banco do Nordeste e observando essa crescente de emprego no setor saúde no Nordeste, vemos uma quantidade de mão de obra empregada muito expressiva”, afirmou Laurentino. Ele enfatizou a ascensão dessa área na região: “Temos que entender que aqui no Nordeste essa área de saúde tem sentido uma ascensão, sim”, continuou.

O economista mencionou diversas áreas que têm contribuído para esse crescimento, como clínicas populares de odontologia, clínicas populares de exames simples, como sangue, fezes e urina, além de clínicas maiores de estética, dermatologia e hospitais. “É importante citar também o aumento do número de clínicas maiores de estética, dermatologia e hospitais. Temos na Região um plano de saúde muito crescente, como a Unimed, constituindo mais clínicas especializadas dentro das suas competências como plano de saúde”, explicou Laurentino. Ele citou a clínica Teo, voltada para conveniados com transtorno do espectro autista, e destacou a importância de clínicas e casas de manutenção ou hospedagem permanente de idosos, como as unidades da clínica Bonavita em Maceió.

Laurentino ressaltou a demanda crescente por profissionais de saúde: “Então, essa turma que dá assistência operacional tem crescido a olhos vistos aqui no Nordeste, por conta de uma série de fatores de saúde”, continua. Ele observou que, apesar da presença da saúde pública, há uma terceirização significativa, como nas UPAs e nas creches municipais e estaduais, aumentando a necessidade de profissionais de saúde de várias especialidades.

O economista concluiu destacando a importância desse desenvolvimento para a economia e o bem-estar social: “Isso é muito positivo, porque mostra sim o desenvolvimento, economicamente, socialmente e em termos de bem-estar, porque saúde é bem-estar. Então, a economia também, é uma questão capitalista, é um serviço que cobra, mas que promove bem-estar, saúde e qualidade de vida”.

Crescimento necessário

Laurentino também abordou a ampliação dos cursos técnicos e escolas profissionalizantes que fornecem formação em áreas ligadas à saúde, como técnico de enfermagem, assistente bucal, radiologia e nutrição. “Esses cursos têm dado um ‘up’ pela própria necessidade da sociedade, isso é uma análise muito ampla”, afirmou, destacando a preocupação crescente com a saúde e o envelhecimento da população.

Ele finalizou apontando a falta de dados estatísticos específicos, mas ressaltando a visível expansão das clínicas estéticas, odontológicas, novos hospitais e clínicas voltadas ao trato com idosos no Nordeste. “É bem visível no Nordeste como um todo o número crescente de clínicas estéticas, de clínicas de saúde, odontológica, novos hospitais de pequeno, médio e porte, clínicas, tudo isso e principalmente aquelas voltadas ao trato com o idoso”, concluiu Laurentino.

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