Fortaleza é a capital do Nordeste mais bem posicionada no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado neste mês. O levantamento, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), aponta que o principal responsável pelo desempenho da capital cearense foi o avanço no pilar da educação, que cresceu 88% entre 2013 e 2023. Nesse período, a cidade saiu da faixa considerada crítica — a mais baixa do índice — para alcançar o nível moderado.
Com nota geral de 0,7389, Fortaleza lidera entre as capitais da região. Logo atrás estão Teresina (0,7242), Recife (0,7088) e Aracaju (0,6906). O índice considera três pilares: educação, saúde, e emprego e renda. A nota final é uma média do desempenho em cada área.
Educação impulsiona avanço da capital cearense
O especialista em Estudos Econômicos da Firjan, Marcio Felipe Afonso, afirma que o progresso de Fortaleza foi consistente ao longo da década. Segundo ele, “esse crescimento foi gradual. Com relação às capitais do Nordeste, Fortaleza está se destacando e educação, sem dúvida, é o principal diferencial”. Afonso destaca ainda que o município “tem o maior nível de IFDM, e educação não só é uma das melhores no Nordeste, como é uma das maiores do Brasil”.
Nesta edição, o IFDM passou a considerar também o desempenho do Ensino Médio, o que antes não ocorria por não ser competência direta dos municípios. A mudança reflete uma nova visão sobre a corresponsabilidade entre os entes federativos. Afonso explica que “entendemos que a responsabilidade sobre a educação de qualidade no município transcende a competência do prefeito. Ela precisa de um esforço coordenado entre prefeito, governador e também com o governo federal”.
Ele observa que os maiores desafios ainda estão no Ensino Médio, como o abandono escolar e a menor presença de ensino integral. Ainda assim, Fortaleza apresenta indicadores positivos, especialmente no ensino fundamental. “Considerando todas as redes de ensino, pública e privada, há quase 50% das matrículas em tempo integral no ensino fundamental. No ensino médio isso cai um pouco, mas ainda tá acima da média do País”, destaca.
Desempenho econômico fortalece resultados
Além da educação, o bom desempenho no pilar de emprego e renda também foi decisivo. Fortaleza obteve nota 0,8080 nesse quesito, atingindo o nível de desenvolvimento alto. Afonso comenta que “isso significa que é uma cidade com uma economia diversa, que não é dependente de nenhum setor e tem gerado empregos, o que se reflete na qualidade de vida da população”. Ele acrescenta que houve redução dos índices de pobreza e de baixa renda.
No cenário estadual, Fortaleza ocupa a quinta colocação entre os municípios cearenses mais desenvolvidos. As primeiras posições são de Eusébio (0,8298), Sobral (0,8001), São Gonçalo do Amarante (0,7478) e Jijoca de Jericoacoara (0,7406).
A edição atual do IFDM avaliou 5.550 municípios brasileiros, cobrindo 99,96% da população. A classificação segue quatro faixas: crítico (0 a 0,4), baixo (0,4 a 0,6), moderado (0,6 a 0,8) e alto (0,8 a 1).
Se mantiver o ritmo atual de crescimento, Fortaleza pode alcançar nota 0,8 até 2026, entrando na faixa de desenvolvimento alto. Para 2033, a projeção é ainda mais otimista. “Fortaleza atingiria o índice de 0,96, o que seria muito próximo da nota máxima, da excelência”, projeta o especialista.
