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17 de novembro de 2025 21:02

Lula promete concluir Transnordestina e afirma: “Nordeste precisa ser tratado com respeito”

Lula promete concluir Transnordestina e afirma: “Nordeste precisa ser tratado com respeito”

Presidente diz que finalizará ferrovia até 2026 e destaca que desenvolvimento da região é prioridade do governo: “Nordestino não quer só ser pedreiro ou empregada doméstica. Quer ser engenheiro, médica, professora”.
Foto: Reprodução/Cidade Verde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na sexta-feira (18) de um evento em Missão Velha, no Ceará, onde visitou o trecho em obras da ferrovia Transnordestina. Durante o discurso, anunciou um novo investimento de R$ 1,4 bilhão na infraestrutura da ferrovia e garantiu que a obra será concluída até o final de seu mandato, em 2026. Lula também fez duras críticas ao abandono histórico da região Nordeste e afirmou que o país precisa parar de tratá-la como a “parte pobre” da nação.

“A Transnordestina não é apenas uma necessidade para o Nordeste”, declarou Lula. “Ela é símbolo de um compromisso que eu assumi com Miguel Arraes em 1989, e que carrego até hoje. Eu devo isso ao povo nordestino”, afirmou, visivelmente emocionado.

A obra — que ligará os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco, com mais de 1.700 km de extensão — vem sendo prometida desde o segundo mandato do próprio Lula, em 2006, mas sofreu com entraves judiciais, ambientais e orçamentários. Agora, segundo o governo federal, cerca de 280 km já estão em execução, gerando mais de 4 mil empregos diretos e movimentando mais de R$ 4 bilhões em contratos.

A previsão é que a operação da ferrovia comece em fase de testes no final de 2025, com transporte de cargas entre o Piauí, o sul do Ceará e parte de Pernambuco.

‘Nordeste tem inteligência, tem conhecimento’

O presidente aproveitou o palanque para reforçar o papel do Estado na promoção da igualdade regional. “O Nordeste tem orgulho de ser pedreiro, de ser empregada doméstica. Mas não quer só isso. Quer engenheiro, quer médica, quer professor de matemática”, afirmou. “A gente não pode ficar nas páginas dos jornais como a parte mais pobre, com menos médicos, com mais analfabetos. Isso precisa acabar.”

Lula também criticou o comportamento das elites brasileiras e lembrou a resistência que enfrentou ao criar o Bolsa Família. “Diziam que o pobre ia virar vagabundo. Mas não se pode fazer ferrovia enquanto tem gente comendo farinha com água ao lado da obra. O desenvolvimento só é completo quando inclui as pessoas”, disse.

Acenos sociais

Durante o evento, Lula citou diversas medidas do governo voltadas para a população de baixa renda, como:

  • Isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil (em tramitação no Congresso);
  • Gratuidade na conta de luz para famílias do CadÚnico que consomem até 80 kWh por mês (já sancionada);
  • Programas de alfabetização até 2030, bolsas para estudantes do Enem que desejem ser professores e escolas de tempo integral.

“O pobre só entra no orçamento da União quando há vontade política. Se a decisão for tomada numa mesa elitista, ele vira só personagem de livro de história”, criticou o presidente.

Homenagem a Miguel Arraes

Lula dedicou a Transnordestina à memória do ex-governador Miguel Arraes, a quem chamou de “um dos maiores nordestinos que o Brasil já teve”. Ele relembrou uma promessa feita ao político ainda nos anos 1980 e afirmou que concluir a ferrovia é também uma forma de honrar esse legado.

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