
As exportações de Alagoas cresceram 262,7% em agosto, alcançando US$ 25,1 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O salto foi impulsionado, sobretudo, pelas vendas de minério de cobre, destinadas quase integralmente à Suíça, que respondeu por 95,6% da pauta exportadora do estado no período.
O avanço, porém, não foi suficiente para equilibrar a balança comercial. Com importações de US$ 100,9 milhões, o déficit no mês chegou a US$ 75,8 milhões. Ainda assim, a corrente de comércio — soma de exportações e importações — somou US$ 126 milhões, um crescimento de 75,4% em relação a agosto de 2024.
Minério supera açúcar em participação
O destaque do mês foi a predominância do minério de cobre, que deixou o tradicional açúcar em segundo plano. Segundo o MDIC, além do cobre, os embarques incluíram materiais de construção de argila (1,1%), sucos de frutas ou vegetais (0,6%), frutas processadas (0,6%) e couros em bruto (0,4%).
Já os Estados Unidos, tradicional parceiro comercial, representaram apenas 0,5% das exportações de agosto, com queda de 45,5% frente ao mesmo mês do ano anterior. A retração coincide com a aplicação de sobretaxas comerciais impostas pelo governo americano ao Brasil.
Apesar da baixa, especialistas lembram que o açúcar — principal produto exportado aos EUA — teve desempenho residual em agosto, mês atípico dominado pelas vendas de cobre à Suíça.
Diversificação de mercados
No acumulado de janeiro a agosto, Alagoas exportou US$ 561,9 milhões, queda de 2,5% em relação ao mesmo período de 2024. As importações somaram US$ 679,4 milhões, alta de 28,4%, o que resultou em déficit de US$ 117,4 milhões.
Na análise por destino, Canadá (18%), China (14,7%) e Argélia (11,9%) lideraram como principais mercados. Os Estados Unidos aparecem com 9,2%, seguidos por Geórgia (7,1%), Espanha e Croácia (5,2% cada), Índia (4%), Mauritânia (3,8%), Singapura (3,2%), Suíça (4,3%) e Reino Unido (1,6%).
No acumulado de 2025, os açúcares e melaços mantêm a liderança, com 74,4% de participação, seguidos por minérios de cobre (22,1%) e tabaco em bruto (1%).
Importações puxadas por combustíveis e insumos
As compras externas do estado em agosto foram lideradas por óleos combustíveis de petróleo (5,4%), hidrocarbonetos derivados (5,3%) e suprimentos de papelaria (4,9%). Também tiveram destaque polímeros de etileno (4,2%), gorduras vegetais refinadas (4,0%) e equipamentos de telecomunicação (3,5%).
De janeiro a agosto, fertilizantes químicos lideraram as importações, com 5% do total, seguidos por equipamentos de telecomunicações (4,8%) e malas e artefatos de viagem (3,9%). Itens agrícolas como pescado (1,4%) e hortaliças frescas (1,3%) também apareceram na pauta, reforçando o peso dos insumos industriais e alimentares na dependência externa de Alagoas.