De acordo com dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, o Nordeste foi a região do Brasil que mais reduziu o desemprego no segundo trimestre de 2024. A taxa de desocupação na região caiu 1,9 ponto percentual em comparação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 9,4%. Apesar da significativa queda, o Nordeste ainda possui a maior taxa de desocupação entre as regiões brasileiras.
Pernambuco e Bahia se destacaram na redução do desemprego. Em Pernambuco, a desocupação caiu de 14,2% no segundo trimestre de 2023 para 11,5% no mesmo período de 2024, uma redução de 2,7 pontos percentuais, a maior do país. Na Bahia, a queda foi de 13,4% para 11,1%, representando uma redução de 2,3 pontos percentuais, a segunda maior do Brasil.
Rendimento médio também cresceu
Fábio Leão, economista na Unidade de Ambiente de Negócios do Sebrae/AL, destacou que a melhoria na oferta de empregos e o processo de desinflação foram determinantes para o aumento do rendimento médio no Nordeste. No primeiro trimestre de 2024, a região registrou um crescimento de 2,5% no rendimento médio, impulsionado por setores como Comércio e Serviços, suportados pelo aumento nos investimentos do Banco do Nordeste, que elevou em 47% os recursos aplicados na economia local.
Leão ressaltou que “o crescimento do rendimento médio na região está alinhado com a robustez da atividade econômica, especialmente em estados como Ceará, Bahia e Pernambuco. Esses estados têm se beneficiado de uma atividade econômica sustentada, que reflete diretamente nos salários e na renda das famílias.”
Desafios e perspectivas
Embora o Nordeste tenha avançado na redução do desemprego, a região ainda enfrenta desafios, como a alta taxa de informalidade, que atinge 50,4% da população ocupada. A informalidade é mais acentuada nos estados do Norte e Nordeste, enquanto as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste apresentam taxas inferiores à média nacional.
Leão alerta que, apesar das melhorias, “a região ainda apresenta desafios significativos, como a necessidade de aumentar a qualidade dos postos de trabalho e lidar com o grande nível de endividamento das famílias.” No entanto, as perspectivas são positivas, com expectativas de crescimento contínuo do emprego, renda e investimentos, especialmente com a continuidade das políticas públicas e a ampliação do consumo privado.
No longo prazo, a queda do desemprego no Nordeste pode ter impactos significativos no crescimento econômico da região. Com mais pessoas empregadas, o consumo interno tende a aumentar, impulsionando a produção local e gerando um ciclo positivo de crescimento econômico. Além disso, a redução do desemprego pode atrair mais investimentos para a região, fortalecendo ainda mais sua economia.