
O Nordeste consolidou sua posição como uma das regiões mais dinâmicas do mercado imobiliário brasileiro. Segundo o Índice de Demanda Imobiliária (IDI Brasil) do terceiro trimestre de 2025, elaborado pelo Ecossistema Sienge e pelo Grupo Prospecta em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as capitais nordestinas registraram ganhos expressivos de atratividade em todos os segmentos de renda, do padrão econômico ao alto padrão.
No segmento econômico, voltado às famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 12 mil e imóveis de até R$ 575 mil, Fortaleza (CE) alcançou a 1ª posição no ranking nacional, encerrando o domínio de Curitiba. O desempenho reflete o aquecimento do mercado local, com alta na dinâmica econômica e redução no estoque de imóveis, um indicador de equilíbrio entre oferta e demanda.
Outras capitais da região também se destacaram:
- Recife (PE) ocupa o 5º lugar,
- Salvador (BA), o 6º,
- Aracaju (SE), o 7º,
- Maceió (AL), o 8º,
- São Luís (MA) subiu seis posições, chegando à 14ª.
No total, 14 cidades nordestinas aparecem entre as 79 mais atrativas do país nesse segmento, um reflexo da interiorização do mercado, com bons resultados em Petrolina (PE), Vitória da Conquista (BA) e Ilhéus (BA).
Entre famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 24 mil e imóveis até R$ 811 mil, Salvador teve uma das maiores ascensões do trimestre, subindo oito posições e chegando à 4ª colocação nacional. A capital baiana foi impulsionada por um crescimento simultâneo em todos os indicadores, especialmente na Demanda Direta e na Atratividade de Lançamentos.
Fortaleza (7ª), Maceió (13ª), Recife (14ª) e Petrolina (20ª) também mantiveram o bom desempenho registrado nos levantamentos anteriores. Outras cidades como Natal, Aracaju e João Pessoa figuram entre as 30 mais atrativas do país nesse segmento.
O estudo destaca que o Top 10 do médio padrão agora reflete um equilíbrio regional inédito: o Nordeste aparece lado a lado com as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. “O que percebemos é que, com os investimentos mais recentes do Minha Casa, Minha Vida, o que, por consequência cria um circulo virtuoso economicamente para toda a cadeia, mais trabalho, mais renda, empresas crescendo, todos os setores imobiliários cresceram, e a tendência é de estabilidade no crescimento para o Nordeste”, afirma Gabriela Torres, gerente executiva de dados e inteligência do ecossistema Sienge.
Recife, Fortaleza e Salvador no topo do alto padrão
No mercado de alto padrão, voltado a famílias com renda superior a R$ 24 mil, o Nordeste também mostrou força. Recife subiu sete posições, alcançando o 3º lugar nacional, atrás apenas de São Paulo e Goiânia, e se tornou a capital mais atrativa do país fora do eixo Sul-Sudeste. Fortaleza vem logo atrás, em 4º lugar, seguida por Salvador, que subiu seis posições e ocupa a 7ª colocação.
O relatório também ressalta o desempenho notável de Natal (RN), que deu um salto de 36 posições, figurando agora entre as 25 mais atrativas do país. Maceió, Petrolina, Ipojuca e Tamandaré, em Pernambuco, consolidaram o litoral nordestino como um dos principais polos emergentes do mercado de luxo.
Um novo eixo de crescimento
O levantamento revela uma mudança estrutural no mapa do mercado imobiliário brasileiro. Segundo dados do próprio estudo, as capitais e cidades médias do Nordeste vêm ganhando protagonismo graças à combinação de crescimento econômico regional, aumento da renda familiar, turismo consolidado e expansão de infraestrutura urbana.
“Em um contexto de desaceleração em alguns centros tradicionais do Sudeste, o Nordeste se destaca pela dispersão da demanda e pelo avanço do investimento privado e público, com impacto direto na geração de empregos e no fortalecimento do setor da construção civil”, afirma Gabriela.
De acordo com os analistas do Grupo Prospecta, o avanço nordestino representa uma tendência estrutural, não apenas conjuntural. O aumento na Atratividade de Novos Lançamentos e o desempenho consistente nos indicadores de Demanda Direta e Dinâmica Econômica indicam que a região se consolida como um dos principais vetores de expansão do mercado imobiliário nacional.