A Região Nordeste registrou a maior redução no preço da cesta básica em agosto, com queda de -2,98% em relação ao mês anterior. Para comprar os 13 itens que compõem o conjunto de alimentos essenciais, os nordestinos desembolsaram, em média, R$ 643,00. O levantamento foi realizado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), área de pesquisas do Banco do Nordeste (BNB), com base em estudo do Dieese, em parceria com a Conab.
Entre as capitais, Maceió apresentou o maior recuo do país, com queda de -4,1%, fechando o mês com custo de R$ 596,23 para a cesta básica. Também se destacaram Recife (-4,02%), João Pessoa (-4,00%) e Natal (-3,73%). Já Aracaju foi a capital nordestina com o menor preço (R$ 558,16), enquanto Fortaleza registrou o valor mais alto (R$ 723,06).
Queda generalizada nos alimentos
Dos 13 itens avaliados, 12 apresentaram redução no Nordeste. O destaque foi o tomate, que caiu -16% em agosto. Também tiveram retração o arroz (-3,1%), o feijão (-2,2%) e o café (-1,3%). A única exceção foi a banana, que registrou leve alta de 0,8%.
No acumulado do ano, os principais responsáveis pela queda nos preços foram o arroz (-22,9%), o feijão (-8,4%) e o leite (-6,1%). Em contrapartida, café (+47,3%), tomate (+46,8%) e banana (+14,3%) lideraram as altas no período.
Em doze meses, a variação é ainda mais significativa: tomate (+72,4%), café (+67,4%) e carne (+23%) apresentaram os maiores avanços.
Perspectivas para os próximos meses
Segundo o economista Ricardo Vidal, coordenador de pesquisas do Etene, o cenário pode indicar o início de uma trajetória de estabilização dos preços.
“É interessante observar a redução progressiva dos preços dos alimentos na região. Destaco o caso da carne, que representa um terço da cesta básica nordestina e registra variação acumulada de 23%, mas apresenta queda de -0,91% em agosto. Como a maioria dos produtos sofreu reduções no mês, à exceção da banana, talvez se inicie uma inflexão para baixo, reduzindo ainda mais a variação em doze meses. Um dos problemas se encontra no café, que pode ser resiliente a baixas mais significativas”, avaliou.
Com o movimento de queda em agosto e a desaceleração em produtos essenciais, o Nordeste reforça seu papel como a região com maior alívio no bolso do consumidor brasileiro no curto prazo.