O Nordeste registrou crescimento superior a 30% na arrecadação de royalties da mineração em 2025, mesmo com participação menor no total nacional. Entre fevereiro e setembro, a região recebeu aproximadamente R$ 123 milhões da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). Os valores refletem a produção mineral de janeiro a julho, com repasses distribuídos com dois meses de defasagem.
No país, os royalties somaram R$ 3,3 bilhões no período. Somente em setembro, foram pagos R$ 512,7 milhões, valor recorde mensal do ano, impulsionado pela retomada gradual do setor e pela valorização de commodities como ferro, ouro e cobre.
Bahia lidera arrecadação no Nordeste
Com produção mineral diversificada, a Bahia segue como principal estado minerador da região. Em setembro, o estado recebeu R$ 2,06 milhões em royalties, concentrando mais da metade dos repasses nordestinos. No acumulado do ano, a Bahia soma R$ 85,4 milhões, equivalente a 69% da arrecadação regional.
Os municípios baianos que mais se destacam são Jacobina, Itagibá, Santaluz, Sento Sé e Barrocas, com produção voltada principalmente para ouro, níquel e minério de ferro. Fora da Bahia, Godofredo Viana (MA), Currais Novos (RN), Rosário do Catete (SE) e Nova Olinda (CE) lideram os repasses em seus estados.
Top 10 municípios nordestinos em royalties da mineração (jan–jul/2025):
Posição | Município (UF) | Valor aproximado (R$) | Substância principal |
1 | Jacobina (BA) | 14.000.000 | Ouro |
2 | Itagibá (BA) | 9.500.000 | Níquel |
3 | Santaluz (BA) | 5.700.000 | Ouro |
4 | Godofredo Viana (MA) | 4.700.000 | Ouro |
5 | Currais Novos (RN) | 3.700.000 | Scheelita e tungstênio |
6 | Rosário do Catete (SE) | 3.200.000 | Potássio |
7 | Sento Sé (BA) | 3.100.000 | Minério de ferro |
8 | Barrocas (BA) | 2.500.000 | Ouro |
9 | Nova Olinda (CE) | 1.600.000 | Gipsita |
10 | Rosário (MA) | 1.400.000 | Caulim e bauxita |
Em Alagoas, o município de Craíbas é o principal beneficiário, com arrecadação ligada à produção de minério de ferro, embora em valores menores em comparação aos líderes regionais.
Além das cidades produtoras, a ANM destina parte da CFEM a municípios afetados por estruturas de mineração, como ferrovias, portos e barragens. Até setembro, foram pagos R$ 309 milhões para essas localidades em 2025, com cerca de R$ 46 milhões destinados ao Nordeste. Entre os beneficiários estão São Luís e Açailândia (MA), Fortaleza e São Gonçalo do Amarante (CE) e Teresina (PI).
Crescimento gradual e concentração
O desempenho da CFEM indica estabilidade na produção mineral e elevação moderada da arrecadação, acompanhando a valorização dos minérios no mercado internacional. No Nordeste, o crescimento concentra-se em poucos polos, especialmente na Bahia, evidenciando uma estrutura produtiva centralizada, mas com potencial de expansão em estados como Maranhão, Rio Grande do Norte e Ceará.