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17 de novembro de 2025 12:46

Nordeste se prepara para a Black Friday entre otimismo e desafios logísticos

Nordeste se prepara para a Black Friday entre otimismo e desafios logísticos

Expectativa de faturamento para a Black Friday na região é de R$ 2,15 bilhões, enquanto o ticket médio deve ficar em torno dos R$ 800
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Os lojistas e varejistas brasileiros se preparam para mais uma Black Friday. Dados  da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) projetam para 2025 um faturamento de R$13,34 bilhões em vendas para a data. No Nordeste, os comerciantes buscam estratégias para superar desafios logísticos e atender as altas expectativas dos consumidores.

Ainda de acordo com dados da ABComm, o Nordeste possui uma projeção significativa para a Black Friday. Segundo Fernando Mansano, presidente da associação, a região representa cerca de 15 a 16% das vendas do e-commerce do Brasil e, portanto, a expectativa de faturamento para a Black Friday de 2025 é de R$ 2,15 bilhões, enquanto o ticket médio deve ser em torno dos R$ 800. Já o número de pedidos deve bater a casa dos 2,6 milhões. Essa projeção engloba os 7 dias da Black Friday (23.11 a 29.11).

Frente ao cenário nacional, a Bahia é o estado brasileiro com o maior percentual de vendas online do Nordeste, com 5,07% de participação nacional. Pernambuco e o Ceará vêm em seguida com 2,89% e 2,28% respectivamente. Já Sergipe é o estado nordestino com menor participação, representando apenas 0,73% das vendas online do Brasil.

Posição Estado Participação nas compras online (%)
1️⃣ Bahia 5,07%
2️⃣ Pernambuco 2,89%
3️⃣ Ceará 2,28%
4️⃣ Maranhão 1,18%
5️⃣ Paraíba 1,14%
6️⃣ Rio Grande do Norte 1,06%
7️⃣ Alagoas 0,99%
8️⃣ Piauí 0,75%
9️⃣ Sergipe 0,73%

 

Desafios e Expectativas

Se, por um lado, as projeções apontam para um grande faturamento durante a Black Friday, por outro a região ainda vive gargalos logísticos históricos. Mansano comenta que para superar essa barreira, lojistas e varejistas precisam planejar e realizar ações com antecedência.

“O Lojista que deixar para competir somente no dia da Black Friday, vai encontrar um cliente muito disperso em relação a atenção, isso pelo bombardeamento de inúmeros anúncios. Por isso, diversos negócios iniciam os trabalhos já no começo de novembro, ou até mesmo antes, para colher os impactos positivos de uma comunicação de longo período”, afirma Fernando.

O presidente da ABComm lembrou que as empresas de e-commerce vêm investindo cada vez mais no Nordeste para ampliar o faturamento. “Nordeste é uma região muito importante, onde até os grandes e-commerce como Mercado Livre, Amazon e Shopee estão construindo centros de distribuição de grande porte. As empresas estão vislumbrando oportunidades para potencializar ainda mais as vendas, oferecendo maior condição de infraestrutura, logística e, principalmente, agilidade para entrega”, conclui Mansano.

Priscila Schiavi, gerente da confeitaria La Trufel, também guarda expectativas positivas para a Black Friday e conta que a loja deve apostar no delivery como uma das estratégias para vender bem neste ano. Ela também fala que a loja sempre busca inovar e seguir as tendências do momento.

“A expectativa é que este ano seja excelente. Estamos apostando mais em delivery em plataformas como iFood. A gente também sempre usa a estratégia da inovação, estamos sempre criando um novo produto e seguindo as tendências do mercado, como o morango do amor, por exemplo”, afirma Priscilla.

Por outro lado, a empreendedora Gisele Viana traz uma visão diferente sobre a Black Friday para o seu comércio. Com mais de 10 anos de experiência no mercado, Gisele reflete que a data não é tão produtiva para as suas vendas como para os grandes lojistas e varejistas.

“Para nós, pequenos e médios empreendedores, a Black Friday é, por vezes, complicada. O consumidor vem na expectativa de descontos grandiosos, maiores do que nós podemos oferecer, uma vez que dificilmente conseguimos negociar essas condições com os nossos fornecedores. É muito diferente da realidade de grandes varejistas”, comenta Gisele, que relatou um episódio de um colega que teve um impacto negativo no mês de descontos. “Ele [colega] precisou ‘se retirar das promoções’ porque começou a afetar as vendas negativamente. As pessoas entravam na loja em busca de ‘superdescontos’ e quando não os encontravam, preferiam não comprar. Isso gerou uma queda incomum no faturamento, que poderia comprometer parte das vendas do Natal”, relata Gisele.

Mesmo que a Black Friday não seja muito vantajosa, Gisele comentou que os lojistas sentem uma “obrigação” de participar dos descontos, principalmente do ponto de vista publicitário. Ela diz que para manter a relevância é preciso engajar nessas datas, principalmente nas redes sociais.

Mesmo com os gargalos logísticos, a Black Friday inegavelmente já está no calendário dos consumidores do Brasil. O avanço do comércio eletrônico, principalmente no Nordeste, reforça essa ideia. Porém, enquanto grandes empresas investem em estrutura e ampliam sua presença na região, pequenos e médios empreendedores enfrentam dificuldades para competir em condições iguais, tornando o mercado ainda mais segmentado para o universo online.

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