Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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5 de julho de 2024 17:24

Nordeste supera média nacional da safra de soja em 2024

Nordeste supera média nacional da safra de soja em 2024

Produção de soja no Nordeste cresce 3,8%, destacando-se Ceará, Piauí e Maranhão; região alcança 26,1 milhões de toneladas

A performance da produção de soja no Nordeste deverá superar a média nacional na safra 2024. De acordo com os dados divulgados pelo Banco do Nordeste, a estimativa de produção de grãos no Nordeste deverá alcançar 26,1 milhões de toneladas na safra de 2024. Entre os estados da região, cinco deverão apresentar incremento na produção de grãos, com destaque para Ceará, que deverá apresentar maior acréscimo na produção de grãos, aumento de +237,1 mil t, seguido (+166,0 mil t) e Paraíba (+115,1 mil t). Entre os principais cereais, destacam-se em crescimento a soja (+556,3 mil t e variação de +3,8%), feijão (+137,6 mil t; +29,2%), algodão (+42,8 mil t; +2,2%) e amendoim (+348 t; +3,2%).

A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Sagrima), através do cientista agrário, Tenório Rodrigues, explicou ao Investindo por aí que o Maranhão possui diversas vantagens que contribuem para a produção e produtividade da soja. “O estado possui grandes extensões de terra, climas favoráveis para adaptação da cultura, proximidade com grandes rios que possibilitam duas colheitas ao ano, solos planos que permitem etapas mecanizadas do plantio, entre outras. É uma região privilegiada que, a cada ano, vem batendo recordes de exportação do grão”, disse.

Por conta das vantagens, o estado é um dos maiores produtores de soja do país.

Tecnologia de ponta e solo fértil beneficia produção no Nordeste

O produtor rural Juarez Antônio de Souza, que há 35 anos produz soja no estado da Bahia, estendeu sua produção para o Maranhão há seis anos. Ele contou ao portal que as chuvas atrasaram um pouco a safra, mas que a tecnologia de ponta usada para tratar o solo, contribuiu para uma boa produção esse ano.
“A nossa região tem uma das melhores terras para cultivar grãos. No Nordeste o solo é profundo e fértil e, além disso, estamos a 450 quilômetros do Porto de Itaqui em São Luís do Maranhão. Além da boa produção, temos uma boa logística”, continuou.

Juarez Antônio de Souza, produtor rural | Foto: Acervo Pessoal

Em entrevista ao Investindo por aí, Allison David de Oliveira Martins, economista e gerente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), disse que, muito embora a produção de grãos do Nordeste tenha uma expectativa de queda, sobretudo por questões climáticas relacionadas às chuvas e também de altas temperaturas, mesmo assim, cinco estados ainda apresentaram resultados positivos, entre eles, Alagoas.

“Sem dúvida os estados do Nordeste estão apresentando performance melhor do que a média nacional. Cinco estados irão de novo apresentar resultados positivos e no caso da soja em particular, o Nordeste continua avançando com a produção, sobretudo quando se fala na questão da produtividade. Existem avanços diárias e o que observamos é que o produtor do Nordeste está fazendo mais com praticamente os mesmos recursos das demais regiões, São os mesmos hectares de terras disponíveis e isso, sem dúvida, é fruto de pesquisa, de muita ciência, tecnologia, de aplicação no campo de todas essas tecnologias, da inserção de máquinas, equipamentos cada vez mais modernos”, explica.

O economista aponta também as práticas da agricultura familiar como positiva para a produção de grãos no Nordeste. “O produtor nordestino está avançando nas suas relações de produtividade e isso sem dúvida vem se revertendo em resultados cada vez mais positivos na produção de grãos, em particular da produção de soja que conseguimos visualizar de uma forma mais clara. E o BNB financia tanto para máquinas, equipamentos, na parte do agronômico, negócios da agricultura familiar, que vem se refletindo nesses ganhos de produtividade, como também operação de custeio, que viabilizam as plantações e os cultivos. O banco oferece prazos adequados e juros atrativos, sendo parte importante no mercado de crédito para os produtores”, destaca Allisson David.

A soja, o principal produto cultivado no Nordeste, deverá crescer +3,8% frente à safra passada, aumento de +556,3 mil toneladas. Este resultado é atribuído às estimativas de produções de soja nos estados do Piauí e do Maranhão, que foram beneficiados tanto pela semeadura mais tardia, assim, aproveitando das precipitações que têm favorecido o desenvolvimento do plantio da soja nessas áreas produtoras, quanto pelo aumento significativo de área cultivada com soja nesses dois estados (crescimento da área plantada de +15,2% no Piauí e de 8,1% no Maranhão), fundamentada pela abertura de novas áreas e pelo deslocamento de áreas cultivadas com milho na safra anterior.

Nos estados da região, as estimativas de crescimento na produção de soja serão no Piauí, variação de +12,9%, frente à safra anterior (acréscimo de +436,0 mil toneladas) e no Maranhão, crescimento de +4,2% (+158,2 mil toneladas). Estes dados são reflexos do crescimento da área plantada, ganho de produtividade e condições de clima e de solo favoráveis ao desenvolvimento do plantio de soja nestas áreas produtoras na Região Nordeste (Tabela abaixo).

Região/Estado Safra 2023 Produção (t) Safra 2023 Part. (%) Safra 2024 Produção (t) Safra 2024 Part. (%) Variação Absoluta Variação Relativa (%)
Norte
Rondônia 2.131.535 1,4 2.124.331 1,4 -7.204 -0,3%
Acre 45.732 0,0 61.320 0,0 15.588 34,1%
Roraima 453.600 0,3 276.696 0,2 -176.904 -39,0%
Pará 3.115.907 2,1 4.149.364 2,8 1.033.457 33,2%
Amapá 19.536 0,0 21.100 0,0 1.564 8,0%
Tocantins 4.288.658 2,8 4.192.090 2,9 -96.568 -2,3%
Total Norte 10.054.968 6,6 10.824.901 7,4 769.933 7,7%
Nordeste
Maranhão 3.765.180 2,5 3.923.464 2,7 158.284 4,2%
Piauí 3.387.609 2,2 3.823.687 2,6 436.078 12,9%
Ceará 19.113 0,0 17.009 0,0 -2.104 -11,0%
Alagoas 18.568 0,0 16.510 0,0 -2.058 -11,1%
Bahia 7.565.940 5,0 7.532.100 5,1 -33.840 -0,4%
Total Nordeste 14.756.410 9,7 15.312.770 10,4 556.360 3,8%
Sudeste
Minas Gerais 8.459.161 5,6 7.668.613 5,2 -790.548 -9,3%
Rio de Janeiro 3.077 0,0
São Paulo 4.911.400 3,2 4.384.367 3,0 -527.033 -10,7%
Total Sudeste 13.370.561 8,8 12.056.057 8,2 -1.314.504 -9,8%
Sul
Paraná 22.455.000 14,8 18.512.700 12,6 -3.942.300 -17,6%
Santa Catarina 2.972.269 2,0 2.885.251 2,0 -87.018 -2,9%
Rio Grande do Sul 12.693.487 8,4 20.282.186 13,8 7.588.699 59,8%
Total Sul 38.120.756 25,1 41.680.137 28,4 3.559.381 9,3%
Centro-Oeste
Mato Grosso do Sul 14.193.250 9,3 11.289.667 7,7 -2.903.583 -20,5%
Mato Grosso 44.462.908 29,3
Total C-Oeste 75.660.350 49,8 66.827.171 45,6 -8.833.179 -11,7%

Já na Bahia, a estimativa será de quebra na produção de soja em -0,4%, frente à safra passada (redução em -33,8 mil toneladas), justificada pela irregularidade hídrica e altas temperaturas que acarretaram perdas na fase inicial do plantio de soja no estado. 

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