Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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18 de setembro de 2024 12:18

O Crédito imobiliário e o protagonismo feminino no setor da Construção Civil em Alagoas

O Crédito imobiliário e o protagonismo feminino no setor da Construção Civil em Alagoas

Como o financiamento habitacional impulsiona o desenvolvimento econômico e a ocupação urbana, com ênfase no papel das mulheres no mercado imobiliário do Nordeste
Maceió (Foto: Sedetur/AL)

*Com Myla Fernandes – colaboradora

O mercado imobiliário tem se consolidado como um dos motores da economia brasileira, especialmente no Nordeste, onde cidades como Maceió, capital de Alagoas, têm se destacado pela valorização de suas áreas urbanas, impulsionada por suas belezas naturais e pelo aumento na demanda por imóveis. No entanto, o crescimento do setor vai além do impacto econômico direto, promovendo o desenvolvimento de políticas públicas focadas em ocupação ordenada e no fortalecimento da participação feminina, tanto no mercado imobiliário quanto na construção civil.

Com o apoio de instituições como o Banco do Nordeste (BNB), Senai e o Sebrae, que têm oferecido crédito, cursos profissonalizantes e consultorias voltadas para mulheres empreendedoras, o setor imobiliário e da construção civil tem experimentado uma grande transformação. Este cenário reflete o potencial de crédito imobiliário como uma ferramenta de desenvolvimento econômico, formação de capital fixo e promoção de inclusão no mercado de trabalho.

Valorização imobiliária e desenvolvimento econômico em Maceió

Maceió tem vivido um período de expansão no setor imobiliário, principalmente devido à valorização de áreas urbanas em bairros como Ponta Verde, Jatiúca, Stella Maris e agora todo Litoral Norte tem sido especulado pelas construtoras. A demanda por imóveis de alto padrão, impulsionada pelas belezas naturais, como suas praias de águas cristalinas e paisagens únicas, tem sido um dos fatores de destaque.

Esse crescimento, aliado às políticas públicas de ocupação urbana ordenada, baseadas no Plano Diretor Municipal, tem favorecido o desenvolvimento sustentável da cidade, prevenindo a ocupação desordenada e a consequente deterioração de áreas de proteção ambiental.

Aqui, o crédito imobiliário oferecido por instituições como o Banco do Nordeste se torna essencial. Linhas de financiamento facilitam o acesso à moradia e estimulam o desenvolvimento da construção civil, formando capital fixo e gerando emprego no estado.

Investimento imobiliário em Maceió ganha força com Sistema de Condomínios

Com a crescente presença de mulheres em posições de liderança no mercado imobiliário, Luiza Brasileiro, diretora de Marketing da Engemat, se destaca por sua atuação no desenvolvimento de empreendimentos inovadores como o Algarve Residence e a linha Aurus. “Estamos não apenas promovendo a construção de imóveis de alto padrão, mas também liderando uma mudança no setor, onde mulheres estão cada vez mais à frente, tomando decisões estratégicas e de impacto”, afirma.

O sistema de condomínios, uma das principais apostas da Engemat, traz um diferencial no mercado ao permitir maior transparência e acessibilidade para investidores. “Nesse modelo, os condôminos participam diretamente da obra, o que não só reduz os custos de construção como também fortalece a segurança jurídica e financeira do projeto”, explica Luiza. Com esse formato, a administração financeira fica sob responsabilidade de uma associação de condôminos, que controla todas as movimentações, tornando o processo mais seguro e atraente.

Para Luiza, o sucesso dos empreendimentos Aurus e Algarve está relacionado à capacidade de aliar luxo e economia. O Algarve Residence, localizado em Guaxuma, oferece imóveis de alto padrão por cerca de R$ 9 mil o metro quadrado, em comparação aos valores mais elevados de outras áreas. “Essa redução de custos e a possibilidade de estar à frente de grandes projetos são fatores que atraem cada vez mais mulheres para o setor imobiliário”, comenta.

A linha Aurus, além de seguir esse mesmo modelo econômico, traz um conceito de valorização de áreas privilegiadas. “Com a escassez de terrenos à beira-mar, projetos como o Aurus oferecem um retorno garantido para investidores e reforçam a importância da participação feminina em decisões que moldam o futuro do mercado imobiliário de luxo”, destaca Luiza.

Essa mudança no perfil de liderança, impulsionada por mulheres como Luiza, reflete o crescimento de oportunidades no mercado imobiliário. “O sistema de condomínios tem sido uma ferramenta eficaz, não apenas para reduzir custos, mas também para abrir espaço para mulheres que desejam assumir papéis de liderança no setor”, conclui.

Vantagens do sistema de condomínio e o crescimento do mercado imobiliário

Thalles Barbosa, gerente de vendas, destaca que o principal benefício do sistema de condomínio é a possibilidade de adquirir apartamentos a preços reduzidos, já que a obra é realizada a custo. “Os compradores arcam com os custos da obra juntamente com outros condôminos, e a construtora executa a obra para todos”, explica Barbosa. Além disso, os condôminos têm a vantagem de personalizar aspectos do empreendimento, como áreas comuns e acabamentos dos apartamentos. Esse sistema também oferece um potencial de valorização do investimento, com a possibilidade de duplicar o capital aplicado.

Thalles Barbosa, gerente de vendas (Acervo pessoal)

Barbosa também observa que a capital tem atraído investidores de fora do estado, especialmente devido ao crescimento do turismo e à alta demanda por locação por temporada. “O boom do turismo e a ocupação constante geraram um déficit na oferta de hospedagem, o que criou oportunidades para investidores em apartamentos compactos para locação”, afirma. Ele ressalta que muitos investidores estão encontrando um retorno significativo ao investir em imóveis para aluguel de curto prazo, como estúdios e apartamentos de um quarto.

O gerente de vendas também nota que a cidade se tornou um destino atraente, com um fluxo crescente de turistas que muitas vezes acabam decidindo se mudar para a capital. “A demanda por imóveis para moradia e locação por temporada está em alta, impulsionando a economia local e atraindo investimentos contínuos”, conclui Barbosa.

BNB destina recursos para infraestrutura e indústria, impactando indiretamente o setor imobiliário

O Banco do Nordeste (BNB) tem desempenhado papel importante no desenvolvimento econômico da região Nordeste, embora não financie diretamente atividades imobiliárias como incorporação e vendas de imóveis. Luiz Abel, diretor de negócios do BNB, esclareceu como o banco contribui para o setor imobiliário através de suas iniciativas voltadas para infraestrutura e apoio a micro e pequenas empresas.

Luiz Abel, diretor de negócios do BNB (Acervo pessoal)

“Embora não financemos diretamente as atividades imobiliárias por meio do nosso Fundo Constitucional, que é o principal fundo do BNB, nossa atuação ainda impacta de maneira indireta o setor imobiliário”, afirmou Abel em entrevista ao IPA. Ele detalhou que, desde 2019, o BNB destinou cerca de 50 bilhões de reais em financiamento para o setor de infraestrutura. Este investimento inclui projetos em áreas como energia fotovoltaica e eólica, além de operações de logística, como portos, aeroportos e estradas, que têm uma contribuição significativa para o setor de construção civil.

“Quando falamos de indústrias fotovoltaicas e eólicas, os IPCistas são contratados e desempenham um papel crucial. As operações de logística, que abrangem desde portos e aeroportos até estradas, também contribuem substancialmente para a construção civil e, consequentemente, para o setor imobiliário”, explicou o diretor de negócios.

O banco também oferece produtos de financiamento para micro e pequenas empresas, comércio e serviços, e indústria, o que resulta em melhorias na geração de emprego e renda. Essa atuação indireta tem efeitos positivos sobre o setor imobiliário, alcançando padrões diversos que vão desde o nível mais elevado até padrões medianos, beneficiando as classes C e D.

A previsão para os próximos anos indica um crescimento positivo. “Enquanto o orçamento atual do Fundo Constitucional é de cerca de 40 bilhões de reais, para o ano seguinte temos um aumento projetado de 18%, totalizando mais de 47 bilhões de reais. Esse crescimento impacta fortemente o microcrédito, micro e pequenas empresas, comércio, serviços e infraestrutura”, destacou Abel.

Além disso, o BNB financia setores que possuem uma componente imobiliária significativa, como shopping centers e condomínios de galpões, contribuindo para o crescimento desse segmento e apoiando o setor de serviços agregados.

“O setor de shopping centers e condomínios de galpão, que vêm crescendo bastante, é um exemplo de como continuaremos a apoiar esses ramos no futuro”, concluiu.

Universidade Federal de Alagoas lidera inclusão feminina e práticas sustentáveis na Engenharia Civil

A participação feminina na Engenharia Civil vem crescendo significativamente nos últimos anos, e na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Cássia Vanessa Albuquerque de Melo, docente do Centro de Tecnologia (CETEC) da UFAL e doutora com dedicação exclusiva, destaca essa mudança.

“Temos observado um aumento crescente da participação feminina na Engenharia Civil. Esse avanço se reflete não apenas no mercado de trabalho, mas também no ambiente acadêmico”, afirmou a professora Cássia. “Na UFAL, o número de alunas tem aumentado consideravelmente, e o interesse das mulheres por essa área técnica é cada vez maior”.

Cássia Vanessa Albuquerque de Melo, docente do Centro de Tecnologia (CETEC) da UFAL e doutora com dedicação exclusiva (Foto: Acervo pessoal)

Além de sua atuação como docente, Cássia Vanessa também é suplente do Programa Mulher do CREA-AL, que tem como objetivo fortalecer a presença feminina nas diversas áreas da engenharia. “O programa tem discutido amplamente a participação das mulheres na engenharia, especialmente em áreas ligadas à sustentabilidade. Em Maceió, temos visto engenheiras envolvidas no manejo de resíduos e na limpeza urbana, o que contribui diretamente para a construção de uma cidade mais sustentável e acessível”, destacou.

Cássia também enfatiza a importância da pesquisa acadêmica no desenvolvimento de soluções inovadoras para a construção civil. “Eu, particularmente, atuo no setor de estudo de materiais de construção e sou pesquisadora de um grupo que trabalha com resíduos de construção e demolição. Esse é um campo onde a presença feminina está cada vez mais forte, tanto na graduação quanto na pesquisa”, afirmou.

Ela ressaltou ainda o impacto desse protagonismo feminino na formação de novas gerações de engenheiras. “O interesse das mulheres pela Engenharia Civil tem crescido consideravelmente. Na UFAL, temos um número significativo de alunas na graduação, e essa presença tem sido mantida de forma constante. As mulheres estão não apenas ingressando no curso, mas também ocupando espaços importantes em projetos e pesquisas.”

Docente da Ufal afirma que tem observado um aumento crescente da participação feminina na Engenharia Civil (Foto: Acervo pessoal)

Mesmo com esses avanços, Cássia reconhece que ainda há desafios a serem superados. “Ainda temos muito a conquistar, mas é notável o espaço que as mulheres estão ganhando, tanto no ambiente acadêmico quanto no mercado de trabalho. Estamos apenas no início de uma transformação importante”, concluiu.

A Força Feminina no Mercado Imobiliário e Construção Civil

Outro ponto relevante é o crescente protagonismo das mulheres no setor. Segundo dados recentes do Sebrae, as mulheres têm ocupado espaços cada vez maiores como corretoras de imóveis, construtoras e empreendedoras no setor da construção civil. Com a implementação de consultorias voltadas para mulheres que desejam se destacar no mercado imobiliário, o Sebrae tem contribuído para o crescimento desse público, promovendo a inclusão e a capacitação profissional.

Além disso, muitas dessas mulheres estão utilizando as linhas de crédito imobiliário e de empreendedorismo, como as oferecidas pelo BNB, para iniciar e expandir seus negócios. Esse movimento não apenas fortalece a posição das mulheres no mercado de trabalho, como também promove uma mudança estrutural no setor da construção civil, historicamente dominado por homens.

Trainee do Sebrae destaca crescimento da participação feminina no setor imobiliário

Rodrigo Granja, trainee da Unidade de Competitividade Setorial do Sebrae, explica que a instituição oferece uma variedade de consultorias voltadas para o desenvolvimento da gestão empresarial, inclusive no setor imobiliário. “Nós atuamos em diversas frentes, abrangendo áreas como finanças, processos, comercial e marketing. Além disso, também oferecemos consultorias mais técnicas, como em saúde e segurança do trabalho e eficiência energética”, explicou.

Rodrigo destaca que um dos pontos mais notáveis nos últimos anos é o crescimento da participação feminina no setor da construção civil e áreas relacionadas. “Tenho percebido um aumento significativo na presença de mulheres, desde a formação acadêmica até o mercado de trabalho. Isso também se reflete no perfil dos nossos clientes, com mais mulheres liderando empresas nesse segmento”, concluiu.

Rodrigo Granja. Trainee da Unidade de Competitividade Setorial. (Foto: Acervo pessoal)

Formação técnica impulsiona a presença feminina na Construção Civil

Anne Caroline Albuquerque de Oliveira, instrutora da unidade Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Benedito Bentes, contou ao IPA que a instituição tem ampliado o acesso a cursos de qualificação e formação técnica, permitindo que cada vez mais pessoas, incluindo mulheres, busquem inserção nesse mercado.

Senai oferece uma ampla gama de cursos na área da construção civil (Foto: Acervo pessoal)

“O Senai divulga os cursos com matrículas abertas nos seus meios de comunicação oficial, como o site e as redes sociais. Os interessados também podem buscar informações diretamente nas nossas unidades, como o Senai Benedito Bentes, onde eu atuo, e o Senai Poço”, explica Anne Caroline.

Ela destaca que o Senai oferece uma ampla gama de cursos na área da construção civil, desde qualificações mais específicas, como pedreiro, azulejista e gesseiro, até cursos técnicos na área de edificações. “A grande maioria dos nossos alunos ainda são homens, mas acredito que esse cenário está mudando. Hoje, já temos turmas mistas, com mulheres em cursos que antes eram majoritariamente feitos por homens, como o de pedreiro, por exemplo”, observa a instrutora.

A crescente participação feminina nesses cursos demonstra um avanço importante na quebra de barreiras de gênero no setor da construção civil, que tradicionalmente era dominado por homens. Segundo Anne Caroline, a tendência é que cada vez mais mulheres busquem qualificação e ocupem espaços significativos no mercado de trabalho da construção.

Construindo novos sonhos

A paixão pela construção civil motivou Rosângela Firmina dos Santos a buscar qualificação na área, mesmo sem ter seguido o sonho inicial de cursar Engenharia Civil. Atualmente, ela está concluindo o curso técnico em edificações pelo Senai e se sente realizada na profissão. “Sempre tive vontade de fazer faculdade de Engenharia, mas não deu. Encontrei no curso de edificações a oportunidade de ingressar nesse setor, e estou gostando muito”, explica Rosângela.

Rosângela Firmina dos Santos (Foto: Acervo pessoal)

A trajetória profissional de Rosângela foi inspirada por seu marido, que já trabalhava na construção civil. A parceria entre eles foi fundamental para fortalecer seu interesse pelo segmento. “Meu marido sempre trabalhou na área, e eu o ajudava. Isso aumentou ainda mais minha vontade de fazer parte desse mundo. Hoje, me sinto realizada na profissão que escolhi”, afirma.

Atuando em conjunto com o marido na empresa que ambos administram, Rosângela destaca que nunca enfrentou situações de machismo no ambiente de trabalho. “Nunca me trataram com indiferença por ser mulher, nem houve essa questão de obedecer mais ao meu marido do que a mim. Não sinto nenhuma diferença em relação a isso”, reforça.

Rosângela Firmina dos Santos (Foto: Acervo pessoal)

Desafios e inovação no setor

Para Rosângela, o curso técnico em edificações é uma porta de entrada importante para o mercado de trabalho. O técnico em edificações, segundo ela, pode planejar e executar obras civis de até 80m², além de atuar em reformas de qualquer tamanho. “A única diferença entre o técnico e o engenheiro civil está relacionada à metragem das obras que podem ser executadas”, explica. O curso, com duração de dois anos, é dividido em quatro períodos de cinco meses cada, o que, segundo Rosângela, proporciona uma formação sólida e abrangente.

Ela também ressalta a constante inovação na área da construção civil, o que torna o mercado dinâmico e desafiador. “A construção civil não para de inovar. É um curso que realmente me sinto realizada em fazer, porque estamos sempre descobrindo coisas novas”, conclui Rosângela, destacando a importância de se manter atualizada para acompanhar as mudanças e tendências do setor.

O papel do crédito imobiliário para o desenvolvimento da cidade

O crédito habitacional possibilita que famílias tenham acesso a moradias de qualidade, ao mesmo tempo que contribui para o aumento de capital fixo, criando uma base sólida para o desenvolvimento da cidade. Além das moradias, cidades como Maceió atraem investidores do setor de Turismo, que pretendem obter imóveis para investir em alugueis de temporada.

O economista Renan Laurentino ressalta que o Nordeste é uma região extremamente atrativa para investimentos, principalmente no setor imobiliário e da construção civil. “Investir no Nordeste é sempre interessante, não apenas por causa das belezas naturais, que vão além do sol e do mar. Temos municípios fora das capitais que estão crescendo exponencialmente, como Campina Grande, na Paraíba; Arapiraca, em Alagoas; Caruaru, em Pernambuco; e Feira de Santana, na Bahia. Esses locais representam uma verdadeira movimentação econômica, gerando oportunidades e aquecendo o mercado”, explica.

Renan Laurentino, economista (Foto: Acervo pessoal)

Segundo o economista, o aquecimento da construção civil na região está diretamente relacionado à oferta de crédito. “Essa expansão do crédito ocorre porque o mercado reconhece que, com o setor imobiliário aquecido, o risco é menor. Projetos governamentais como o ‘Minha Casa Minha Vida’ e os benefícios oferecidos pelos bancos, facilitam o acesso ao primeiro imóvel. Isso também incentiva novos investidores, já que o investimento em imóveis é visto como seguro, especialmente para quem busca gerar renda por meio de aluguel”, continuou.

Renan destaca ainda que o mercado imobiliário nordestino atrai não só investimentos nacionais, mas também internacionais. “Além da segurança do investimento, a costa litorânea nordestina, que é extensa e bela, chama a atenção de investidores estrangeiros. Maceió, por exemplo, tem uma orla que se destaca como uma das mais bonitas da região, o que fortalece ainda mais o mercado”, opinou o economista.

Ele enfatiza que esse cenário traz benefícios diretos à economia, aumentando a empregabilidade e promovendo o desenvolvimento econômico. “A indústria da construção civil tem uma constância que favorece uma ampla gama de empregos, desde gesseiros e serralheiros até engenheiros e técnicos de segurança. O aquecimento do setor imobiliário oferece uma perspectiva muito ampla de crescimento econômico sustentável”, concluiu.

O papel das instituições financeiras, como o Banco do Nordeste, é fundamental nesse processo, ao fornecer linhas de crédito acessíveis tanto para a aquisição de imóveis quanto para empreendimentos voltados à construção civil. Essas políticas também incentivam a criação de empregos, que têm beneficiado diretamente mulheres que entram ou se consolidam no setor.

Perspectivas para o futuro:
Integração entre urbanismo e mercado imobiliário: caminhos para cidades mais sustentáveis

Renan Silva, arquiteto e urbanista, destaca que o setor da construção civil desempenha um papel importante para a economia, gerando empregos e tributos, além de contribuir diretamente para a criação do ambiente urbano. “O grande desafio, enquanto sociedade, é alinhar as atividades desse setor ao desenvolvimento sustentável das cidades. Não há uma incompatibilidade incontornável entre lucratividade e a construção de um espaço urbano melhor para todos. Na verdade, eles podem se complementar”, opina Renan.

O arquiteto e urbanista exemplifica essa visão ao citar melhorias urbanas que favorecem tanto o mercado imobiliário quanto a qualidade de vida. “Vias cicláveis e de baixa velocidade, por exemplo, incentivam o comércio local, e áreas com boa caminhabilidade aumentam o valor do metro quadrado dos empreendimentos. Hoje, as construtoras já inserem esse discurso em suas publicidades, promovendo o fato de que seus edifícios estão localizados próximos a praças, restaurantes e outros serviços acessíveis a pé”, disse.

Ciclovia na Avenida Fernandes Lima, em Maceió (Jonathan Lins/Secom Maceió)

Ele reforça que o mercado imobiliário tem um papel importante na promoção de espaços urbanos mais inclusivos. “O mercado pode, e deve, ajudar a transformar ambientes como esses em regra, e não em exceção”, continuou Renan. 

Por fim, Renan defende que há muitas ferramentas de planejamento urbano e arquitetônico que o mercado imobiliário pode utilizar para criar cidades mais seguras, sustentáveis e democráticas. “Quando o mercado imobiliário adota uma abordagem mais integrada ao bem comum, ele não apenas contribui para a construção de cidades melhores, como também potencializa o próprio valor de seus empreendimentos”, reforça.

Renan Silva, arquiteto e urbanista (Foto: Acervo pessoal)

Com a expectativa de continuidade das políticas de crédito habitacional e os planos municipais de urbanização, as perspectivas para o setor imobiliário em Alagoas, especialmente em Maceió, são positivas. A valorização da cidade, impulsionada por suas belezas naturais, continuará a atrair investimentos no setor imobiliário, ao mesmo tempo que iniciativas voltadas para o fortalecimento da participação feminina prometem transformar o perfil do mercado nos próximos anos.

As consultorias para mulheres no setor, como as promovidas pelo Sebrae, somadas às facilidades de crédito fornecidas pelo BNB, oferecem um caminho para que mais mulheres conquistem seu espaço e contribuam para o desenvolvimento sustentável do estado.

O setor imobiliário de Alagoas, com foco em Maceió, representa uma peça-chave no desenvolvimento econômico do estado, especialmente por meio do crédito habitacional. A valorização das áreas urbanas, aliada ao protagonismo feminino e ao apoio de instituições financeiras e de consultoria, aponta para um futuro com mais desenvolvimento, onde a inclusão e o crescimento sustentável caminham juntos, beneficiando a cidade e suas futuras gerações.

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