Nesta semana acontece, em Salvador, a 4ª edição do Bahia Origem Week, uma das principais feiras de negócios que reúne o setor produtivo local. A conferência ocorre no centro de convenções de Salvador dos dias 03 a 06 de abril. A entrada é gratuita mediante a entrega de 1Kg de alimento não perecível para a campanha Bahia Sem Fome.
Com o objetivo de melhorar a competitividade e promover comercialmente produtos vinculados às condições e características da região, o evento pretende fortalecer o capital econômico e social dos estados por onde passa através da gastronomia e cultura. Segundo dados da organização, nas três primeiras edições, na Bahia, a feira já contabilizou mais de 30 mil visitantes, 250 marcas de produtos originais lançados, com algo próximo de 200 expositores por edição e uma movimentação que passa dos 1 milhão de euros em negócios. Marco Lessa, CEO do grupo M21 e um dos fundadores do Bahia Origem Week falou, em entrevista ao Investindo Por Aí, sobre a relevância econômica do evento para Salvador e o próprio estado da Bahia.
“A feira é feita na capital porque geralmente é na capital que você tem a concentração do poder político, dos meios de comunicação mais relevantes para o estado, além do maior mercado consumidor, o maior poder aquisitivo e o maior contato com redes que podem fazer parcerias e distribuir esses produtos”, observa o executivo. Ele argumenta que a feira funciona como um farol para que “esses pequenos empreendimentos se desenvolvam e criem círculo virtuoso de produção, diversidade e crescimento impactando na renda das pessoas, na qualidade de vida delas; permitindo que a Bahia descubra o próprio estado e todas as suas potencialidades.”
Nesta edição, além das atrações já tradicionais da feira, a degustação de produtos de origem como queijos, vinhos, chocolates, cafés e destilados, estão previstas, na programação do Bahia Week: shows com chefs nacionais e internacionais, bem como palestras, workshops e conferências. Por fim, ainda será possível conferir lançamentos de produtos, oficinas para crianças, shows musicais e desfiles.
Entre alguns dos chefs confirmados estão o paraibano Carlos Ribeiro, e os baianos Dani Façanha, Ana Célia, Elíbia Portela, Jônatas Bonfim e Fabrício Lemos. Nomes internacionais como a da argentina Mariana Corbetta, fundadora da Escola Mundo do Pastel, e o belga Laurent Rezette, embaixador na América Latina do The Mastercook of Belgium, também estarão no Bahia Origem Week. Estes e outros profissionais participaram de Showcooking, que tem a proposta de transformar a cozinha em espetáculo.
Outros dois grandes eventos integram a programação do Bahia Origem Week, são eles: o Chocolat Festival e a ExpoPesca e Aquicultura Nordeste. Assim como as atividades do Origem Week, estes dois eventos terão seu espaço na programação dos Showcooking, bem como lugar na feira de exposições. O Chocolat Festival destaca o cacau e toda a sua cadeia produtiva, já a ExpoPesca, por sua vez, será um evento com o objetivo de difundir a cultura da pesca no Nordeste e reunir pescadores, comunidades e entusiastas, conectando produtores e empreendedores do setor. Vale ressaltar que ambas as atividades são duas dos principais meios de arrecadação do estado da Bahia.
Histórias do Bahia Origem Week
Apesar da extensa programação de workshops e palestras, é no “chão” da feira que grande parte dos negócios são realizados. Em 2025 o evento busca receber mais de 200 expositores e 400 marcas. No rol de empreendedores, há representantes das áreas gastronômica e da agricultura familiar. Este é o caso da empresária Helenilda Ribeiro, de Valença, litoral sul da Bahia, que produz derivados do cacau dentro dos métodos ‘bean-to-bar’ e ‘tree-to-bar’ – processo no qual o fabricante controla toda a produção, desde a colheita do grão até o produto final. Ela acredita que o evento impulsionará as vendas da sua marca.
“Esse já é o meu segundo ano participando do Bahia Origem Week e o resultado é muito positivo. Trouxe visibilidade para a minha empresa, a HR Cultivares, além de proporcionar negociações e vendas”, comenta. “Nós funcionamos dentro de um sistema agroecológico, onde produzimos chocolate, mel de cacau, entre outros produtos. Aqui fazemos todo o processo: plantação, colheita, torra, até chegar na barra de chocolate”.
Assim como Helenilda Ribeiro, a empreendedora Fatima Novaes também é oriunda da agricultura familiar, e encara a Feira de Negócios do Origem Week como uma ‘grande vitrine’. Natural de Iguaí, interior do estado, ela terá a oportunidade de, neste ano, comercializar seus produtos e ministrar uma palestra sobre a sua trajetória pessoal e profissional. “Hoje a Delícias da Nina não só celebra a gastronomia típica do sudoeste baiano, mas também o poder de sonhar e realizar em qualquer fase da vida. O meu objetivo no Origem Week é mostrar que empreender não tem limite de idade”, afirmou a empresária.
A expectativa é que o Bahia Origem Week receba cerca de 30 mil visitantes e movimente mais de R$15 milhões em negócios diretos e indiretos. Marco Lessa explica que além de promover oportunidades comerciais, o evento gera um impacto sociocultural no estado. “A Feira transversaliza a cultura da Bahia trazendo produtos e produtores de várias regiões. Temos a agricultura familiar, produção de carnes, peixes, artesanato, moda, queijos, vinhos, chocolates, cacau, ações institucionais do estado, experiência sensorial, palestras riquíssimas com diversos conteúdos, aulas shows com renomados chefs de cozinha. Sendo assim, o Bahia Origem Week, em mais uma edição, se reafirma como uma grande celebração à diversidade baiana”.