Em agosto de 2024, Pernambuco se destacou no cenário nacional com a criação de 18.112 novos postos de trabalho formais, registrando o maior saldo entre os estados do Nordeste e o terceiro maior do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo (+60.770) e Rio de Janeiro (+18.600), de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O resultado positivo foi impulsionado principalmente pelos setores da indústria e dos serviços, com destaque para a indústria de transformação, que gerou 6.841 novas vagas, conforme o Informe Macroeconômico do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
O economista e gerente executivo de macroeconomia do Etene/BNB, Allisson Martins, aponta que o saldo positivo deve-se, em grande parte, ao desempenho da indústria de transformação. “Quando analisamos o setor industrial de Pernambuco, notamos uma recuperação, mesmo diante de desafios como os juros elevados e questões geopolíticas. Nos últimos 12 meses, a indústria de transformação cresceu 3,2% e, de janeiro a agosto de 2024, o crescimento acumulado foi de 2,4%. Setores como fabricação de veículos, equipamentos de transporte, máquinas e materiais elétricos mostraram bom desempenho, indicando uma recuperação contínua da atividade industrial em Pernambuco, com perspectivas favoráveis para os próximos períodos”, explica.
No cenário mais amplo do Nordeste, a região apresentou um saldo positivo de 72.372 novos postos de trabalho formais, sendo o segundo melhor desempenho entre as regiões do Brasil, superado apenas pelo Sudeste, que gerou 96.241 empregos no mesmo período. O estoque total de empregos formais no Nordeste chegou a 7,87 milhões de vínculos, o que representa um crescimento de 0,93% em relação a 2023, a maior variação percentual do país.
Indústria acelera o crescimento e estado investe na capacitação de profissionais
No setor industrial, a fabricação e o refino de açúcar foram os grandes responsáveis pelo crescimento, com a geração de 5.291 empregos, refletindo a relevância do setor sucroalcooleiro na economia pernambucana. Além disso, o setor de serviços também desempenhou um papel importante, com 5.815 novos empregos, sendo as atividades administrativas (+2.337), educação (+1.207) e o setor de alojamento e alimentação (+714) os principais motores desse crescimento.
A Secretária de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco, Amanda Aires, destaca que o Governo do Estado tem investido em qualificação, levando em consideração as vocações específicas de cada localidade e município. “Estamos atentos às demandas que surgem com a chegada de grandes investimentos. Quando um empreendimento de grande porte se aproxima, o governo se organiza, entra em contato com a empresa e identifica as necessidades de pré-qualificação, preparando os pernambucanos para atuarem nas oportunidades que virão”, afirma.
Amanda também ressalta o Qualifica Pernambuco, o maior programa de qualificação já implementado pelo Governo do Estado. “Somente este ano, estão sendo oferecidas 15 mil vagas para qualificação técnica e 10 mil para qualificação empreendedora, além de diversos cursos do Sistema S — SENAI, SENAC e SEBRAE — disponíveis em todo o estado, abrangendo 53 municípios. Além disso, realizamos a pré-seleção dos trabalhadores, encaminhando às empresas não apenas profissionais qualificados, mas aqueles que melhor se adequam às vagas disponíveis”, comenta.
Bahia e Ceará também se destacam
Outros estados da região também apresentaram resultados expressivos. A Bahia registrou o segundo maior saldo de empregos da região, com 16.149 novos postos, principalmente impulsionados pelo setor de serviços, que gerou 9.438 vagas. Entre as atividades que mais contribuíram, destacam-se as atividades administrativas (+3.321), transporte, armazenagem e correio (+2.899), e saúde humana (+1.072).
O Ceará, por sua vez, gerou 9.294 novos empregos, sendo o setor de serviços o principal responsável, com 6.352 postos, seguido pela indústria, que adicionou 2.942 vagas ao mercado de trabalho local.