
O Porto de Maceió apresentou expansão de 17,31% na movimentação de cargas no primeiro trimestre de 2025, refletindo a intensificação das operações tanto na pauta exportadora quanto importadora. Entre janeiro e março, o terminal alagoano movimentou 921.242 toneladas, ante 785.338 toneladas no mesmo período de 2024. O desempenho sinaliza uma recuperação consistente da atividade portuária local, com efeitos positivos sobre o saldo comercial do estado de Alagoas e sua infraestrutura logística.
Do lado das exportações, a alta de 21,17% nos embarques de granéis sólidos foi puxada, principalmente, pelo açúcar — tanto ensacado quanto a granel — consolidando-se como o principal item da pauta exportadora estadual. O produto mantém Alagoas como player relevante no mercado internacional, com destino prioritário a países como Argélia, Canadá e China.
Na corrente de importações, a composição foi marcada por uma demanda expressiva por insumos industriais e agrícolas. Coque de petróleo e fertilizantes lideraram as aquisições internacionais, ao lado de areia e gasolina, sinalizando a retomada de investimentos produtivos e consumo intermediário em setores estratégicos da economia regional. Maceió, Marechal Deodoro e Arapiraca figuram como os principais polos de entrada dessas mercadorias, com origem predominante na China, Estados Unidos e Rússia.
Segundo dados do Centro Internacional de Negócios de Alagoas (CIN/AL), ligado à Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA), o valor FOB (Free On Board) acumulado das exportações do estado em março totalizou US$ 104,8 milhões — uma variação positiva de 1,3% em relação a março de 2024. Na outra ponta, as importações somaram US$ 66,1 milhões no mesmo mês, o que representa uma queda de 4% no comparativo interanual.
O resultado comercial positivo, com superávit mensal de aproximadamente US$ 38,7 milhões, sugere um fortalecimento da balança comercial estadual e reforça a importância do Porto de Maceió como vetor estratégico para o desenvolvimento econômico regional.
Segundo o administrador do Porto de Maceió, Diogo Holanda, o desempenho está atrelado a uma combinação entre melhorias logísticas e a previsibilidade institucional que favorece o ambiente de negócios. “O trabalho integrado entre gestão portuária e investimentos operacionais tem garantido maior eficiência nas operações e, por consequência, maior competitividade ao terminal”, afirmou.
Holanda destacou ainda o plano de investimentos em curso, estimado em R$ 150 milhões até 2027. Do total, R$ 30 milhões são recursos próprios que serão alocados na construção de uma nova sede administrativa, reformas operacionais, aquisição de 35 defensas marítimas, melhorias de segurança conforme o ISPS Code e implantação de uma nova balança de pesagem. Outros R$ 125 milhões, oriundos da iniciativa privada, serão direcionados à requalificação da orla portuária e outras intervenções complementares.