Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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18 de novembro de 2025 08:10

Protagonismo nordestino na transição energética atrai investimentos de empresas

Protagonismo nordestino na transição energética atrai investimentos de empresas

Condições naturais favoráveis, avanços tecnológicos e incentivos ao investimento privado vem transformando a região em um verdadeiro celeiro de geração de energia limpa
Mais de R$ 16 milhões já foram aplicados no estado | Foto: Reprodução
 Foto: Reprodução

Com sol e vento em abundância, o Nordeste brasileiro tem se consolidado como o principal polo da transição energética no país. Isso porque a combinação de condições naturais favoráveis, avanços tecnológicos e incentivos ao investimento privado vem transformando a região em um verdadeiro celeiro de geração de energia limpa. Essa tendência foi evidenciada no mês passado durante a realização do Energia 360 Alagoas, evento que reuniu especialistas, empresários e gestores públicos para debater temas como flexibilidade e integração energética, aspectos jurídicos e regulatórios, além de infraestrutura e financiamento do mercado de energia.

Um dos exemplos desse movimento é o crescimento da atuação da empresa Tecnogera, especializada em soluções de energia temporária e segurança em altura. Em 2024, a companhia registrou aumento de 21% no faturamento na região Nordeste, um desempenho superior ao de outras regiões do Brasil. De acordo com Jorge Moreno, diretor de novos negócios da empresa, esse avanço está diretamente ligado à expansão dos parques eólicos e solares na região e à demanda crescente por soluções complementares.

“A Tecnogera é referência no comissionamento de plantas renováveis, proporcionando aos parques sua entrada em operação antes do tempo normal previsto”, explica Moreno. “Além disso, o setor de Óleo & Gás, onde somos fornecedores oficiais de energia temporária para a Petrobras, também teve uma performance positiva. Aumentamos o investimento na vertical de Plataformas Elevatórias Elétricas, abrindo novas filiais e ofertando aos clientes soluções sustentáveis para trabalhos em altura”, complementa.

Densidade empresarial na cadeia de energia renovável – ranking estadual

*Estimativas com base no número de parques, geração e investimentos nesses estados típicos como polos renováveis

Por que o Nordeste virou epicentro da energia limpa?

A resposta está nos números e no mapa dos ventos e da irradiação solar do Brasil. Estados como Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí concentram grande parte dos parques eólicos e solares do país, beneficiando-se de regimes de vento constantes e alta incidência solar durante todo o ano.

O Nordeste concentra mais de 90% da potência instalada eólica do país, ou seja, quase toda a capacidade instalada de parques eólicos está na região. A energia solar também avança rapidamente, com destaque para estados como a Bahia e o Piauí, que lideram novos projetos em construção e operação.

Essa atratividade faz com que empresas do setor energético e de serviços complementares, como a Tecnogera, invistam de forma consistente na região. Só em 2025, a empresa prevê R$ 50 milhões em investimentos no Nordeste, incluindo a ampliação da frota de equipamentos e infraestrutura local para atender a região.

A aposta no Nordeste vem acompanhada de desafios logísticos e operacionais. Muitas das áreas com maior potencial para geração renovável estão em locais remotos, com pouca infraestrutura e dificuldades de acesso. Ainda assim, a Tecnogera afirma ter soluções adaptadas a esse cenário.

“Nossas soluções são móveis e de fácil implementação. Usinas móveis podem ser despachadas rapidamente para qualquer localidade do Brasil, mesmo nas regiões mais remotas”, afirma Jorge Moreno.

Outro gargalo mencionado pelo executivo é o chamado curtailment, que é o corte da geração em usinas solares e eólicas quando a produção ultrapassa a demanda ou a capacidade de transmissão do sistema em momentos específicos. Para contornar o problema, a Tecnogera tem investido no desenvolvimento de soluções em Bateria de Lítio. “Os sistemas de armazenamento de energia (BESS) desempenharão um importante papel para acumular energia durante as restrições de escoamento de energia e seu despacho no momento oportuno”, explica o diretor da empresa.

Além disso, no mercado de segurança em altura, a Tecnogera investe em equipamentos elétricos a lítio, apoiando o processo de transição energética, além de investir em máquinas que possuem recursos diferenciados como a barra antiesmagamento, que confere maior segurança para operadores e empresas.

Um novo ciclo de desenvolvimento regional

A presença de grandes projetos de energia renovável tem impactos diretos sobre o desenvolvimento econômico dos estados nordestinos. A instalação de parques eólicos e solares mobiliza cadeias produtivas locais, gera empregos temporários e permanentes, aumenta a arrecadação de impostos e estimula a capacitação de mão de obra.

Foto: Reprodução/Internet

Ao mesmo tempo, empresas como a Tecnogera ampliam sua presença regional, gerando novas oportunidades para fornecedores locais e fortalecendo ecossistemas de inovação focados em soluções sustentáveis.

“A próxima década será a da eletrificação. A demanda por energia deve subir de forma representativa, e a Tecnogera quer ser protagonista nesse processo, assim como fizemos com nossas plataformas elevatórias elétricas”, diz Moreno.

Atuar em projetos ligados à transição energética também fortalece a imagem corporativa. A Tecnogera percebe esse reflexo tanto na relação com investidores e clientes quanto no engajamento interno dos colaboradores. “A redução da pegada de carbono deve ser um compromisso não só corporativo, mas também de fazer um mundo melhor para todos. Acreditamos fortemente que os compromissos assumidos na redução de emissões não só influenciam positivamente na imagem da empresa, como também aumentam o engajamento de todos os funcionários e orgulho de pertencerem a uma empresa com propósitos alinhados”, ressalta o diretor.

Nordeste deve seguir como protagonista em transição energética

Com investimentos crescentes, avanços tecnológicos e políticas públicas voltadas à expansão das fontes renováveis, o Nordeste deve seguir no centro das atenções quando o assunto é transição energética no Brasil. A atuação de empresas como a Tecnogera, que oferecem suporte técnico, logístico e inovador para essa transição, será cada vez mais estratégica.

 

Capacidade instalada por fonte renovável nos estados nordestinos

Estado Energia Eólica (GW) Energia Solar Centralizada (GW) Solar Distribuída (GW)
Bahia  10 GW (líder nacional, 23 % da expansão em 2024) ~ 2,40 GW (17 % participação nacional) ~ 1,29 GW (~130 408 unidades, investimentos R$5,9 bi)
Rio Grande do Norte ~ 9,74 GW (1º em produção eólica no país) ~ 1,10 GW (5º lugar nacional centralizado) ~ 0,56 GW (~56 431 unidades)
Piauí ~ 4,03 GW (3º maior produtor eólico) ~ 1,87 GW (3º no ranking solar centralizado) ~ 0,46 GW (~45 982 unidades)
Ceará ~ 2,57 GW (4º lugar nacional eólico) ~ 1,25 GW (4º solar centralizado nacional) ~ 0,83 GW (~73 556 unidades)
Pernambuco ~ 1,17 GW (6º produtor eólico) ~ 1,09 GW (6º solar centralizado) ~ 0,80 GW (~73 257 unidades)
Paraíba ~ 0,99 GW (7º lugar eólico) ~ 0,66 GW (8º solar centralizado) ~ 0,35 GW (~27 164 unidades)
Maranhão ~ 0,43 GW (8º eólico) ~ 0,71 GW (solar centralizado) ~ 0,55 GW (~43 983 unidades)
Alagoas dados mínimos (< 0,3 GW) ~ 0,43 GW (solar centralizado) ~ 0,28 GW (~24 512 unidades)
Sergipe ~ 0,034 GW (10º eólico) ~ 0,20 GW (solar centralizado) ~ 0,16 GW (~12 143 unidades)

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