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17 de novembro de 2025 14:27

Rio Grande do Norte aposta em data centers para próximo passo de desenvolvimento

Rio Grande do Norte aposta em data centers para próximo passo de desenvolvimento

Matriz elétrica renovável e distância para Europa fazem do RN um grande potencial

Com matriz elétrica quase 100% renovável, zonas costeiras pré-zoneadas e uma política estadual em formulação, o Rio Grande do Norte aposta no futuro digital e se prepara para a instalação de data centers. Em minuta apresentada ao Ministério das Comunicações, o governo do Estado apresentou condições que apresentam o RN como um local estratégico no plano nacional de infraestrutura digital.

Alguns fatores fazem do Rio Grande do Norte um grande potencial para a instalação de data centers. Um deles diz respeito à distância da capital Natal à Europa: a cidade potiguar está localizada cerca de 800 km do Velho Continente. Este fator representa uma redução de 4 a 6 milissegundos na latência de transmissão de dados, tornando o estado competitivo para a instalação de cabos submarinos e o fortalecimento da infraestrutura nacional de conectividade.

Além da distância, em nota enviada ao Investindo Por Aí, a Coordenadoria de Desenvolvimento Energético afirma que um estudo realizado pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia, e da Inovação,  em parceria com o SENAI-ISI/ER, identificou 11 zonas prioritárias para a ancoragem de cabos submarinos no litoral potiguar, o que reforça a viabilidade e o potencial estratégico da iniciativa.

Contudo, a principal vantagem do Rio Grande do Norte para a instalação de data centers está na alta capacidade do estado de produzir energia renovável.

“Possuímos a matriz elétrica mais limpa do país com 99% de sua capacidade sendo formada por fontes renováveis, e, uma ampla oferta de energia próxima a 24 GW de potência outorgada”, afirma a Coordenadoria de Desenvolvimento Energético.

A alta capacidade energética do Rio Grande do Norte é tanto uma benção como uma maldição. Isso porque o estado produz muito além do que é capaz de consumir. Em 2024, de acordo com o Anuário Interativo da EPE (2025), o aproveitamento de energia elétrica no RN foi de 6,11 GWh, enquanto a geração alcançou 34,95 GWh. Ou seja, apenas cerca de 17% da energia foi aproveitada internamente, enquanto cerca de 83% foi exportada para outros estados e não aproveitada pelo Rio Grande do Norte.

Neste cenário, o desenvolvimento de data centers no estado teria como objetivo, além de um desenvolvimento tecnológico, “gastar” parte do excedente da energia produzida pelo estado.

A solução apresentada com os data centers pode afastar um problema que ameaça a transição energética no Brasil, o “curtailment”. O fenômeno nada mais é que a redução, limitação ou corte na geração de energias renováveis, quando a produção supera a capacidade de transmissão disponível. Ou seja, quando há o desperdício de energia limpa, em que o sistema não consegue absorvê-la. Isso ocorre por limitações na rede de transmissão, falta de infraestrutura ou decisões operacionais.

Concorrência com o Ceará

O estado do Rio Grande do Norte terá um grande exemplo nordestino no ramo de data centers. De acordo com informações do Data Center Map, o Ceará é hoje um dos principais polos do setor no Brasil, sendo o terceiro do país em número de centros de processamento de dados.

Ao todo, o estado conta com 12 data centers, todas situadas na capital ou região metropolitana de Fortaleza. A maior parte deles estão localizados nas imediações da Praia do Futuro. Contudo, o levantamento mostra que há empresas situadas na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no município de Caucaia, na região metropolitana.

O motivo pelo qual o Ceará se destaca no setor pode ser explicado pela alta concentração de cabos submarinos de fibra óptica. Neste aspecto, Fortaleza é a segunda principal cidade do mundo, atrás apenas de Shima, no Japão.

O que é data center?

Centro de processamento de dados ou data centers são espaços que agregam infraestruturas de Tecnologia da Informação, como servidores e equipamentos para armazenamento, processamento e distribuição de dados. Essa estrutura é vital para o funcionamento de serviços online, empresas e órgãos governamentais, garantindo a disponibilidade e a segurança das informações.

Apesar dos termos digitais serem abstratos, os data centers são espaços que demandam uma grande disponibilidade de energia, pois funcionam de maneira ininterrupta e exigem sistemas de refrigeração 100% do tempo. E com o crescimento das inteligências artificiais, é provável que o ramo de centros de processamentos continue em alta por bastante tempo.

De acordo com dados ISI-ER, entre os anos de 2013 e 2023, o número de data centers no Brasil cresceu 628% no período. Hoje o país conta com cerca de 186 centros de processamento, com destaque para o estado de São Paulo que possui 94 infraestruturas do tipo. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro com 25, e o Ceará vem logo atrás com 12 data centers instalados.

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