
A Bahia ganha protagonismo na cadeia global de minerais críticos e estratégicos. Entre os dias 27 e 30 de outubro de 2025, Salvador foi sede da EXPOSIBRAM 2025 – Expo & Congresso Brasileiro de Mineração, no Centro de Convenções Salvador. O evento, organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), reuniu cerca de 30 mil participantes e algumas das principais lideranças mundiais do setor.
Figuras como Gustavo Pimenta, presidente da Vale; Ana Sanches, presidente da Anglo American no Brasil e do Conselho Diretor do IBRAM; Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM; e Rohitesh Dhawan, presidente e CEO do International Council on Mining and Metals (ICMM) estiveram presente. Os debates giraram em torno das mudanças climáticas, descarbonização industrial, inovação tecnológica e perspectivas de investimento, temas que refletem o novo papel da mineração diante das metas de sustentabilidade.
Avanços produtivos e investimentos
O destaque da Bahia no mapa da mineração não se limita à realização da EXPOSIBRAM. No terceiro trimestre de 2025, o setor mineral brasileiro registrou faturamento de R$ 76,2 bilhões, alta de 34% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Bahia respondeu por 4% desse resultado, consolidando-se como player relevante ao lado de Minas Gerais e Pará, que juntos concentraram 74% do faturamento.
O crescimento baiano está associado tanto ao minério de ferro quanto à diversificação em minerais estratégicos. O setor projeta investimentos de US$ 68,4 bilhões até 2029, com atenção especial às terras raras, cuja demanda global cresce em ritmo acelerado. Identificadas em diversas regiões do estado, essas reservas são vistas como decisivas para tecnologias de ponta e transição energética.
“Não tenho dúvida de que os investimentos em minerais críticos e estratégicos vão decolar ainda mais”, afirma Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM. “Eles estão ligados à segurança alimentar, à inovação tecnológica e até à defesa nacional.”
Compromisso com sustentabilidade
O investidor Carlos Cervi, que foi de São Paulo para feira, afirma que o estado se tornou mais atrativo por ser uma referência na busca de equilíbrio entre avanço produtivo e responsabilidade ambiental.”Fica nítido para nós que o foco das extrações aqui são sustentabilidade, inovação e desenvolvimento socioeconômico. Isso faz com que as empresas daqui se tornem mais atrativas para quem quer investir”, afirma.

Segundo estimativas do setor, os estados da região Nordeste respondem já por entre 15% e 20% do faturamento nacional da mineração, o que corresponde a um montante entre R$ 20,8 e 27,8 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025.
Especificamente na Bahia, o faturamento atingiu cerca de R$ 6,7 bilhões, um avanço de 31% em relação ao ano anterior. No âmbito da pesquisa mineral, o Nordeste também desponta na exploração de minerais críticos: em 2025, o estado de Pernambuco registrou 39 requerimentos e 53 autorizações de pesquisa para terras raras, e a Bahia somou 30 requerimentos e 49 autorizações — em âmbito nacional, essa região concentra mais da metade dos novos processos do tipo.
Mineração no Nordeste (2025)
- A região Nordeste já responde por até 20 % do faturamento nacional da mineração.
- No primeiro semestre de 2025, o faturamento estimado para o Nordeste variou entre R$ 20,8 e 27,8 bilhões.
- Apenas o estado da Bahia movimentou cerca de R$ 6,7 bilhões, com crescimento de ~31% em relação ao mesmo período do ano anterior.
- Em 2025, a média dos lances para requerimentos de pesquisa mineral na região saltou de ~R$ 33 mil (2021) para mais de R$ 100 mil (2024), indicando maior interesse e competição sobre os recursos.