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17 de novembro de 2025 18:13

Sudene avança em parcerias internacionais e federais para impulsionar exportações e novos investimentos no Nordeste

Sudene avança em parcerias internacionais e federais para impulsionar exportações e novos investimentos no Nordeste

Superintendência articula aporte de € 100 milhões com a Agência Francesa de Desenvolvimento e fortalece cooperação com o Itamaraty para ampliar as exportações da região
Reunião na Sudene | Foto: Divulgação

Em meio a um cenário positivo para as exportações nordestinas, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) vem fortalecendo seu papel como articuladora do crescimento econômico regional por meio de parcerias estratégicas com instituições nacionais e internacionais. Nesta semana, dois importantes movimentos sinalizam esse reposicionamento: a instalação de uma representação do Ministério das Relações Exteriores (MRE) em sua sede e a negociação de um aporte de € 100 milhões – cerca de R$ 630 milhões – junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para reforçar o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).

Durante visita à Sudene, o chefe do Escritório de Representação do MRE na Região Nordeste, Lineu de Paula, oficializou a presença do Itamaraty nas instalações da autarquia, localizada no Recife. A iniciativa marca o início de uma colaboração mais próxima entre as instituições, com foco na expansão das exportações nordestinas, que cresceram quase 60% entre 2013 e 2023, segundo dados do boletim temático de comércio exterior da Sudene.

“A parceria com o Itamaraty trará ferramentas importantes para situar o Nordeste como o importante núcleo de exportação que ele vem se tornando e certamente ajudará a melhorar ainda mais a relação com os seus parceiros comerciais”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil registrou um recorde de US$ 339,6 bilhões em exportações em 2023, com superávit de US$ 98,8 bilhões, mesmo diante de desafios internacionais. No caso do Nordeste, a balança comercial passou de US$ 16 bilhões, em 2013, para cerca de US$ 25 bilhões em 2023, reduzindo o déficit regional em 80% ao longo da década.

A soja lidera as exportações nordestinas, com 23,4% do total, seguida pelo petróleo (13%). Os estados da Bahia, Maranhão e Piauí concentram a maior parte das vendas externas da região, sendo todos parte da Matopiba — fronteira agrícola que abrange também o Tocantins.

Além da agenda com o Itamaraty, a Sudene também recebeu representantes da AFD para uma rodada de negociações com vistas à capitalização do FDNE. O objetivo é ampliar a capacidade do fundo de financiar projetos estruturantes e sustentáveis nos nove estados nordestinos, além do norte de Minas Gerais e Espírito Santo.

“Estamos falando de uma parceria bilateral de quem acredita no potencial do Nordeste. Há um conjunto expressivo de oportunidades. O Nordeste vive um momento de reposicionamento promovido pelo Governo Federal, que entende a região como estratégica”, destacou Danilo Cabral.

A aproximação com a AFD faz parte de uma estratégia mais ampla da Sudene, que já articula também recursos junto ao Banco dos Brics (New Development Bank), com previsão de aporte de US$ 300 milhões – cerca de R$ 1,7 bilhão – para projetos regionais, e junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Durante a reunião com a agência francesa, o diretor de Fundos, Incentivos e Atração de Investimentos da Sudene, Heitor Freire, enfatizou o papel da autarquia como facilitadora do diálogo e promotora do desenvolvimento: “Somos um órgão que escuta, dialoga e oferece instrumentos para transformar potencial em realidade”.

Representando a AFD, o especialista financeiro Alexandro Barreneche Garcia reforçou a sintonia entre as instituições: “Estamos testemunhando a consolidação de um novo momento do desenvolvimento regional no Brasil, alinhadas às estratégias que priorizam investimentos focados no Nordeste”.

A AFD já atua na região em projetos voltados para saneamento, mobilidade, inovação urbana e saúde em estados como Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Bahia. Em 2023, a agência investiu € 13 bilhões em mais de cinco mil projetos ao redor do mundo, com € 2,2 bilhões destinados à América Latina.

Com essas iniciativas, a Sudene busca não apenas ampliar o fluxo de investimentos no Nordeste, mas também reposicionar a região como vetor essencial para o desenvolvimento nacional, conectado às agendas globais de sustentabilidade, inovação e inclusão econômica.

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