Após decisão do governo Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, um sinal de alerta foi aceso no polo açucareiro de Alagoas. A medida, que está prevista para ser colocada em prática no primeiro dia de agosto, preocupa especialmente o município de São Miguel dos Campos, onde é produzido 90% do açúcar exportado para os EUA de todo o estado.
Araken Barbosa, diretor financeiro e comercial da Usina Caeté, uma das principais indústrias de São Miguel dos Campos, destacou recentemente que, embora não exista nenhum cancelamento de exportações em andamento, a taxação, caso seja concretizada, inviabilizará os preços normalmente praticados pela empresa. A empresa, que emprega oito mil trabalhadores em três unidades produtivas, teme que, sem a absorção do custo adicional pelos compradores norte-americanos, não haverá a possibilidade de exportação para os EUA.
Os EUA foram o terceiro maior destino das exportações alagoanas em 2024, totalizando mais de US$61 milhões em negócios, sendo o açúcar o carro-chefe. Especialistas afirmam que o episódio reflete uma inclinação global de maior protecionismo econômico entre os países mais ricos, colocando à prova a capacidade de adaptação dos exportadores alagoanos. A busca por novos mercados e a criação de novos acordos comerciais são, no momento, medidas essenciais para diminuir os impactos econômicos dessa nova tendência protecionista.