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17 de novembro de 2025 15:10

Venda da Braskem avança com aval do Cade, mas impasse em Alagoas pode atrasar negócio

Venda da Braskem avança com aval do Cade, mas impasse em Alagoas pode atrasar negócio

Apesar da aprovação do órgão antitruste, operação ainda depende de Petrobras, bancos credores e da resolução do passivo bilionário causado em Maceió
Foto: Reprodução/Internet

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a proposta do empresário Nelson Tanure para assumir o controle da Braskem, por meio da aquisição da fatia da Novonor (antiga Odebrecht), que detém 50,1% do capital votante e 38,3% do capital total da petroquímica.

A decisão da Superintendência-Geral do Cade, divulgada em 16 de julho, é um passo relevante para a concretização do negócio. No entanto, a operação ainda precisa do aval de outros atores estratégicos, como a Petrobras e os principais bancos credores da Novonor – entre eles Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e BNDES.

Em negociações anteriores, propostas pela participação da Novonor chegaram a superar os R$ 10 bilhões, envolvendo empresas como a estatal de Abu Dhabi (Adnoc) e fundos internacionais.

Passivo em Alagoas é o maior obstáculo

Apesar da movimentação no mercado, um fator continua travando qualquer acordo definitivo: o chamado “passivo Alagoas”. A expressão se refere às indenizações e ações judiciais relacionadas ao afundamento de cinco bairros em Maceió, causado pela extração de sal-gema pela Braskem durante décadas.

O valor já provisionado pela empresa supera R$ 14 bilhões, mas especialistas alertam para a possibilidade de novas obrigações ambientais e judiciais, o que aumenta o risco para investidores e credores.

Enquanto as negociações seguem, Maceió continua lidando com os impactos da maior tragédia ambiental urbana do país, e permanece a dúvida sobre quem assumirá essa responsabilidade financeira.

Tanure vê potencial, mas enfrenta resistência

Nelson Tanure enxerga na Braskem uma oportunidade estratégica, dada a receita robusta, a presença internacional e a sinergia com setores da indústria pesada e química. Entretanto, os bancos credores da Novonor ainda avaliam com cautela a entrada do empresário, temendo que os custos do passivo em Alagoas impactem o futuro controlador.

A Petrobras, que detém cerca de 36% do capital total da Braskem e divide a estrutura de controle com a Novonor, também não manifestou apoio à proposta de Tanure.

Para evitar mudanças unilaterais na gestão, o Cade determinou uma limitação temporária ao direito de voto da Tanurepar, empresa do grupo Tanure, que ficará restrito a 5% até que haja consenso entre os acionistas.

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