
Alagoas desponta como um exemplo de sucesso na transição energética brasileira. Em um cenário global que exige urgência na redução de emissões e na busca por modelos sustentáveis de produção, o estado nordestino alcançou 82% de participação de fontes renováveis em sua matriz energética, segundo dados da Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics). O número representa o dobro da média nacional, que gira em torno de 41%, e posiciona Alagoas como uma das referências no país em políticas voltadas à energia limpa e inovação.
A conquista não ocorreu por acaso. Trata-se do resultado de uma estratégia de governo de longo prazo, liderada pela Superintendência de Políticas Energéticas da Sedics, que tem promovido articulação entre poder público, setor privado, cooperativas e instituições de pesquisa. O objetivo central é diversificar as fontes energéticas e descentralizar a produção, levando energia solar, eólica, de biomassa e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) para diferentes regiões do estado.
Em entrevista ao Investindo por Aí, a secretária de Estado Alice Beltrão destacou que o compromisso de Alagoas é consolidar um modelo de desenvolvimento sustentável, sem abrir mão da competitividade.
“Alagoas tem demonstrado que desenvolvimento econômico e sustentabilidade podem caminhar juntos. Estamos criando um ambiente de negócios seguro, competitivo e com oportunidades reais para novos investimentos em energia limpa e inovação. É esse equilíbrio que tem feito do nosso estado um destaque no cenário nacional”, afirmou a secretária.

Políticas públicas e incentivos sustentáveis
Entre as iniciativas que impulsionaram essa transformação está o Programa de Desenvolvimento Integrado de Alagoas (Prodesin), que oferece incentivos fiscais e suporte técnico a empreendimentos comprometidos com práticas sustentáveis. A política de atração de investimentos também prioriza projetos com impacto ambiental positivo e que contribuam para a geração de emprego e renda.
A Sedics tem trabalhado para fortalecer o ambiente de negócios e garantir segurança jurídica aos investidores, dois fatores considerados essenciais para a consolidação de empreendimentos de energia renovável. Além disso, a secretaria atua na expansão da geração distribuída, que permite que empresas e cidadãos gerem a própria energia, reduzindo custos e ampliando a eficiência energética.
Essas medidas têm refletido diretamente no crescimento econômico. O PIB alagoano vem se destacando entre os maiores do Nordeste, impulsionado por um modelo que alia recursos naturais abundantes, inovação e compromisso ambiental. O estado também tem atraído atenção de grandes grupos empresariais do setor energético e industrial, que enxergam em Alagoas um terreno fértil para projetos sustentáveis.
Desafios e lições para o Brasil
Mesmo com os avanços, o desafio agora é replicar o modelo alagoano em outros estados brasileiros, adaptando-o às diferentes realidades regionais. A experiência de Alagoas demonstra que a transição energética depende não apenas da disponibilidade de recursos naturais, mas principalmente da governança pública, do planejamento estratégico e da integração entre políticas de energia, meio ambiente e desenvolvimento econômico.
De acordo com técnicos da Sedics, o sucesso do estado se deve ao compromisso em manter políticas contínuas, com metas claras e foco em resultados de longo prazo. Esse planejamento garante previsibilidade e atrai investidores que buscam estabilidade e retorno sustentável.
Outro ponto fundamental é o investimento em educação e capacitação profissional, voltado para formar mão de obra qualificada no setor energético. A criação de parcerias com universidades e centros de pesquisa tem contribuído para o avanço tecnológico e a adoção de novas soluções em eficiência energética e armazenamento de energia.
A expectativa do governo é que, nos próximos anos, Alagoas amplie ainda mais a participação das fontes renováveis e se consolide como um polo estratégico da transição energética brasileira, servindo de exemplo para políticas públicas em todo o país.
“Estamos olhando para o futuro com responsabilidade. O caminho da energia limpa é irreversível, e Alagoas quer continuar liderando esse movimento com inovação, sustentabilidade e desenvolvimento social”, completou Alice Beltrão.
Impactos econômicos e sociais
Além do ganho ambiental, o fortalecimento da matriz renovável tem promovido inclusão social e geração de empregos verdes. A expansão dos projetos solares e de biomassa, por exemplo, tem estimulado o crescimento de cooperativas de energia e o surgimento de novas oportunidades para pequenos produtores rurais.
A democratização do acesso à energia limpa vem transformando comunidades e reduzindo desigualdades regionais, ao mesmo tempo em que contribui para a autonomia energética do estado. Para a Sedics, a combinação de sustentabilidade e desenvolvimento regional é o grande diferencial de Alagoas.
O governo reforça que continuará ampliando os investimentos em inovação tecnológica, pesquisa e eficiência energética, consolidando uma trajetória que alia crescimento econômico e preservação ambiental.
📊 Comparativo da Matriz Energética (2024)
- Alagoas: 82% de fontes renováveis (solar, eólica, biomassa e PCHs)
- Brasil: 41% de fontes renováveis na matriz total
