A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) apresentou, na terça-feira (21), a nova carteira de projetos estratégicos do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), que prevê investimentos de R$ 9 bilhões em 79 empreendimentos distribuídos pelos 11 estados de sua área de atuação. O anúncio foi feito durante reunião do Comitê Regional de Instituições Financeiras Federais (Coriff), realizada na sede da autarquia, com a presença de representantes do BNDES, BNB, Finep, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e do Consórcio Nordeste.
A maioria dos projetos, 65 ao todo, envolve aportes entre R$ 2 milhões e R$ 1 bilhão, abrangendo setores como abastecimento de água, energia elétrica, telecomunicações e saúde pública. Outros oito são de grande porte, com investimentos acima de R$ 1 bilhão, enquanto seis iniciativas menores devem demandar cerca de R$ 2 milhões. Segundo o superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, até R$ 5 bilhões poderão ser destinados a concessões públicas, e o objetivo agora é “refinar ainda mais a carteira” e estabelecer, com o apoio do Coriff, as melhores linhas de financiamento para cada projeto.
A atualização da carteira é resultado de uma parceria entre a Sudene, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a consultoria Pezco, que vêm desenvolvendo metodologias para o monitoramento e avaliação dos empreendimentos. Um portal de projetos será lançado para permitir o acompanhamento em tempo real dos indicadores econômicos, sociais e ambientais.
Outro ponto de destaque da reunião foi a Chamada Nordeste, que busca impulsionar a nova política industrial brasileira (NIB). O resultado da seleção de propostas, que mobilizou 246 empresas e somou R$ 128 bilhões em demandas, deve ser divulgado em 28 de novembro. O levantamento mostra que 88% das propostas vieram de pequenas e médias empresas, e 73% envolvem parcerias com instituições científicas e tecnológicas. Para Maria Fernanda Coelho, do BNDES, a iniciativa demonstra “a enorme capacidade de inovação e articulação do Nordeste”.
O encontro também abordou ações ambientais e de infraestrutura, como o programa Caatinga Viva, desenvolvido por BNB e BNDES, e o avanço de projetos em saneamento, turismo e crédito. De acordo com o Consórcio Nordeste, o setor turístico regional apresenta uma demanda de R$ 18 bilhões em investimentos e o potencial de gerar 150 mil empregos, mas ainda carece de maior dinamismo nos desembolsos de crédito. Para enfrentar esse desafio, o Coriff decidiu criar um grupo de trabalho voltado à formulação de estratégias que acelerem investimentos e fortaleçam o crescimento sustentável da região.
