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7 de outubro de 2025 15:53

Recife sanciona nova lei de uso do solo com foco na reocupação do Centro

Recife sanciona nova lei de uso do solo com foco na reocupação do Centro

Para atrair empreendimentos à região central, a legislação concede bônus construtivos em outras áreas da capital para quem investir no centro
Recife
Recife | Foto: Reprodução/TV globo

O prefeito João Campos sancionou na sexta-feira (3) a nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS) do Recife, aprovada em setembro pela Câmara Municipal após processo que incluiu audiências públicas e debate amplo. A legislação substitui normas de 1996, 1997 e a chamada Lei dos 12 Bairros, alinhando o crescimento urbano às diretrizes do Plano Diretor de 2021.

O principal objetivo da nova lei é estimular a reocupação do centro da cidade, que perdeu quase 42 mil moradores em dez anos, segundo o Censo 2022. Para atrair empreendimentos à região central, a legislação concede bônus construtivos em outras áreas da capital para quem investir no centro. A expectativa da Prefeitura é viabilizar a criação de até 50 mil novas unidades habitacionais em cinco anos.

“A nova lei incentiva a moradia no centro, especialmente habitações de interesse social, com bônus construtivos em outras áreas da cidade”, destacou João Campos durante a sanção. O prefeito enfatizou ainda que as mudanças buscam uma “cidade pensada para as pessoas, com calçadas mais largas, menos muros, mais segurança urbana e preservação do patrimônio histórico”.

A legislação triplica as áreas de preservação cultural, que passam de 5 km² para 17 km², com a criação de novas Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural (ZEPH). Agora, 47 áreas têm proteção reforçada, incluindo o Morro da Conceição e os postos salva-vidas Art Déco de Boa Viagem. Foram criadas também 16 novas Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), assegurando moradia para famílias de baixa renda em áreas centrais.

O texto incorpora ainda parâmetros para incentivar o uso misto dos prédios, elimina a exigência mínima de vagas de garagem em novas construções e estimula a requalificação de imóveis antigos. As mudanças reforçam o conceito de “cidade-parque”, prevendo calçadas mais largas, fachadas ativas e áreas verdes à beira dos rios.

Apesar dos avanços destacados pela gestão municipal, a nova LPUOS gerou controvérsias. A legislação extingue dispositivos da Lei dos 12 Bairros, criada em 2001 para estabelecer controles rigorosos em áreas valorizadas, e flexibiliza parâmetros que permitem construções mais altas em vias anteriormente protegidas.

Setores da sociedade civil questionaram o processo de aprovação, considerando insuficiente o tempo destinado aos debates públicos. Para críticos, a norma representa uma inflexão no modelo de desenvolvimento urbano do Recife, com temores de que privilegie interesses do setor imobiliário. A Prefeitura, por sua vez, defende que o processo foi amplamente participativo, com audiência pública de mais de quatro horas que contou com 648 participantes e análise de 127 emendas, das quais 50 foram aprovadas.

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