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11 de setembro de 2025 23:32

Sebrae Delas busca transformar o empreendedorismo informal feminino de Alagoas em gerador de desenvolvimento

Sebrae Delas busca transformar o empreendedorismo informal feminino de Alagoas em gerador de desenvolvimento

Contexto de vulnerabilidade social e escassez de vagas de emprego formais levam muitas mulheres a se aventurar em seu próprio negócio
Foto: Pixabay

Em Alagoas, 89 mil mulheres sustentam suas famílias por meio do empreendedorismo informal, segmento ainda marcado pela ausência de um registro empresarial, atuação sem empregados, e, principalmente, em setores como o comércio e serviços. Porém, segundo Érica Pereira, gestora de empreendedorismo feminino do Sebrae Alagoas, os dados sobre empreendedorismo feminino revelam um paradoxo: embora representem mais da metade da população economicamente ativa, as mulheres representam apenas 10% dos donos de negócio no Nordeste, relegando a maioria das mulheres empreendedoras ao trabalho informal.

“No perfil informal, muitas mulheres acumulam o papel de chefes de família e enfrentam dificuldades em se dedicar integralmente ao negócio, devido ao acúmulo de responsabilidades domésticas e familiares, o que limita a expansão e formalização dos seus empreendimentos”, explica Érica Pereira. “Por serem a minoria, elas representam 34% das informais dentre as donas de negócios e os homens 66%”, comenta.

A realidade das empreendedoras informais é geralmente marcada pela dupla jornada: enquanto gerem seus pequenos negócios, acumulam tarefas domésticas e cuidados familiares. Por isso, predominam entre elas atividades como estética, costura, revenda de produtos e a produção de alimentos, como bolos e marmitas, empreendimentos que demandam um baixo investimento inicial e onde é possível conciliar o trabalho com o cuidado da família.

Iniciativa do Sebrae, o Sebrae Delas busca fortalecer a cultura empreendedora entre mulheres em todo o Brasil. Em Alagoas, o programa olha com uma atenção especial para as empreendedoras que ainda estão no mercado informal, com algumas ações voltadas especialmente para esse público. “Realizamos em Alagoas palestras de sensibilização para mostrar a importância da formalização, oficinas de capacitação voltadas para finanças, precificação, vendas e marketing digital e consultorias individuais gratuitas”, cita a gestora. “Também promovemos encontros em grupo para fortalecimento da autoconfiança empreendedora e troca de experiências, como o encontro mensal Conexão Delas, além de feiras e exposições que geram visibilidade e oportunidade de vendas”, conclui.

Em Alagoas, segundo Érica Pereira, um dos principais motivos para o crescimento do empreendedorismo feminino é um contexto de vulnerabilidade social e escassez de vagas de emprego formais que levam muitas mulheres a se aventurar em seu próprio negócio por necessidade de uma renda imediata para manter as contas em dia e cuidar da família.

Porém, o empreendedorismo informal traz contradições que refletem esse cenário de vulnerabilidade social. “Enquanto, por um lado, esse fenômeno acaba gerando consequências positivas, como o aumento da autonomia financeira, autoestima e poder de decisão dessas mulheres sobre sua própria vida, existem também pontos negativos dentro desse segmento, ligados à ausência de proteção social, instabilidade de renda e dificuldade de acesso a crédito, o que limita o crescimento dos empreendimento dessas mulheres”, destaca Érica Pereira.

Para o futuro, o programa Sebrae Delas aposta em um crescimento coletivo que crie também uma rede de apoio entre empreendedoras, através de encontros e eventos periódicos. “A meta é promover o empreendedorismo feminino com sustentabilidade e inclusão, reduzindo desigualdades e fortalecendo a economia local com o protagonismo das mulheres”, destaca a gestora.

Enquanto isso, nas ruas e feiras de Alagoas, essas mulheres seguem transformando criatividade em sustento, num cenário onde o empreendedorismo informal se revela tanto solução quanto sintoma das desigualdades da região.

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