
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) devem firmar nas próximas semanas uma parceria para estudar a viabilidade de reativar o trem de passageiros entre Recife e Caruaru, trecho de 120 km que no passado foi essencial para o transporte regional de pessoas. Além disso, o anúncio feito pelo superintendente da Sudene Danilo Cabral em um programa da Rádio Folha FM faz parte de um processo mais amplo, capitaneado pelo Governo Federal, que pretende requalificar a malha ferroviária do Nordeste.
O estudo, coordenado pela Sudene e realizado pela UFPE, analisará se é possível aproveitar a infraestrutura existente ou se será necessária uma nova ferrovia. O projeto, além de servir para o transporte de pessoas a fim de fortalecer o turismo e desafogar o trânsito da BR-232, também servirá para o transporte de mercadorias.
Paralelamente a isso, a Sudene também está desenvolvendo um projeto para implantar 250 km de ferrovia entre Petrolina e Salgueiro, no sertão pernambucano, com o objetivo de escoar melhor a produção frutícola do Vale do São Francisco. A nova rota permitiria conexão com a Transnordestina e acesso aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará. Além de aumentar a conectividade na região, estima-se que a instalação de um modelo ferroviário diminuiria em 40% os custos logísticos, quando comparado ao transporte rodoviário.
Enquanto os estudos avançam, o Recife prepara outra mudança no transporte: a concessão do metrô à iniciativa privada está em andamento, com licitação conduzida pelo BNDES. O processo de privatização deve ser concluído até 2026. Juntas, essas iniciativas marcam um novo capítulo na mobilidade nordestina, que aposta no sistema ferroviário como um alternativa logística mais barata do que a ferroviária.