Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
6 de setembro de 2024 13:03

Mercado imobiliário nordestino atinge R$6,6 bilhões no primeiro trimestre de 2024

Mercado imobiliário nordestino atinge R$6,6 bilhões no primeiro trimestre de 2024

Confira análise do mercado imobiliário em Recife, Salvador e outras capitais nordestinas
Reprodução Ademi-BA

O mercado imobiliário das capitais nordestinas movimentou mais de R$6,6 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2024. Este valor representa o Valor Geral de Vendas (VGV), que considera o valor idealizado de todos os apartamentos vendidos na região durante o período. Os dados são do estudo Mercado Imobiliário em Foco: Tendências e Comportamentos no Nordeste, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a Brain Inteligência Estratégica. 

Este desempenho robusto demonstra um crescimento significativo do setor imobiliário no Nordeste, evidenciando uma crescente atração de investidores e compradores. No primeiro trimestre de 2024, foram vendidas 14.235 unidades habitacionais nas nove capitais nordestinas, um dado que reforça a expansão e o interesse no mercado da região.

Análise das unidades lançadas e vendidas

Os dados mostram uma variação significativa na quantidade de unidades lançadas e vendidas nas capitais nordestinas ao longo dos trimestres de 2023 e no primeiro trimestre de 2024.

A cidade de Maceió, em Alagoas, registrou um aumento notável de 123,1% no número de unidades lançadas no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Em contrapartida, cidades como Recife e Salvador apresentaram quedas acentuadas de 68,5% e 52,9%, respectivamente, na comparação do último trimestre de 2023 com o primeiro trimestre de 2024.

Aracaju também se destacou com um aumento de 75,5% nas unidades lançadas no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o último trimestre de 2023. Por outro lado, Teresina teve uma queda significativa de 64,9% no mesmo período.

Fortaleza e Maceió se destacaram nas vendas, com Fortaleza apresentando um aumento de 42,2% nas unidades vendidas no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, e Maceió com um crescimento de 77,3%.

No entanto, outras capitais como Teresina e Natal registraram quedas significativas de 60,8% e 38%, respectivamente, nas unidades vendidas no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o primeiro trimestre de 2023.

Comparativo de desempenho por capitais

Ao comparar as capitais nordestinas em 2024, Fortaleza se destaca em várias categorias. A cidade possui 21,3% da população da região, mas responde por 22,4% das unidades lançadas e 27% das unidades vendidas, refletindo uma forte atividade no mercado imobiliário local. Além disso, Fortaleza representa 31% do VGV vendido, indicando a alta valorização dos imóveis na capital cearense.

Em contraste, cidades como Natal e Teresina apresentam um desempenho mais modesto. Natal, com 6,6% da população regional, contribui com apenas 3,4% das unidades lançadas e 1,7% das unidades vendidas. Teresina, embora represente 7,6% da população, responde por apenas 2,2% das unidades lançadas e 2,4% das unidades vendidas, indicando um mercado menos dinâmico.

Para visualizar melhor: tabela comparativa das capitais do Nordeste em 2024

Cidade População (%) Unidades Lançadas (%) VGL Lançado (%) Unidades Vendidas (%) VGV Vendido (%) Oferta Final (%)
Aracaju (SE) 5,3% 9,9% 3,7% 5,7% 3,9% 5,6%
Fortaleza (CE) 21,3% 22,4% 28,6% 27,0% 31,0% 23,7%
João Pessoa (PB) 7,3% 14,2% 11,4% 17,8% 15,6% 12,8%
Maceió (AL) 8,4% 20,5% 17,8% 12,6% 13,7% 14,7%
Natal (RN) 6,6% 3,4% 7,7% 1,7% 3,4% 3,7%
Recife (PE) 13,1% 8,4% 10,3% 11,5% 11,5% 15,3%
Salvador (BA) 21,2% 11,5% 9,1% 15,5% 13,0% 13,0%
São Luís (MA) 9,1% 7,5% 7,7% 5,9% 5,5% 4,2%
Teresina (PI) 7,6% 2,2% 3,6% 2,4% 2,3% 7,0%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: Estudo Mercado Imobiliário em Foco: Tendências e Comportamentos no Nordeste – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a Brain Inteligência Estratégica. 

Motivações de compra

Os dados do estudo também revelam as principais razões pelas quais os consumidores estão adquirindo imóveis na região. A maioria, 47%, procura um imóvel para deixar de pagar aluguel, enquanto 13% desejam sair da casa dos pais ou morar sozinhos, e outros 13% buscam trocar por uma residência maior.

As razões agrupadas mostram que 67% dos compradores estão em transição, buscando principalmente sair do aluguel ou ganhar independência. Além disso, 27% estão interessados em um upgrade, trocando por imóveis maiores ou com mais comodidades, enquanto 4% veem o investimento como uma oportunidade de aluguel.

Valorização e diversificação do mercado imobiliário em Recife

Conforme dados divulgados pela ABRAINC nesta quarta-feira (17), o mercado imobiliário de Recife registrou um crescimento notável em 2023, com o preço médio do metro quadrado aumentando em 10,3%. Nos últimos dois anos, a maior concentração do Valor Geral de Vendas (VGV) médio vendido na cidade foi no segmento de luxo (43%), seguido pelos segmentos econômico (37%) e médio e alto padrão (20%).

Entre 2022 e 2023, o bairro de Boa Viagem destacou-se com um crescimento robusto, com o número de empreendimentos aumentando em 57%, o total de unidades crescendo em 95%, o VGV médio por unidade aumentando em 29% e o preço médio do metro quadrado subindo em 10%.

No primeiro semestre de 2024, Boa Viagem continuou a se valorizar, refletindo uma demanda aquecida e a percepção do bairro como uma área de prestígio e alta qualidade de vida. Compradores de alto padrão continuam a encontrar excelentes oportunidades em Boa Viagem, garantindo a continuidade de sua valorização no mercado.

 

Além de Boa Viagem, bairros tradicionais como Madalena também mostram forte valorização, com altos valores de VGV e preços elevados por metro quadrado. Esses bairros permanecem como áreas de alto valor imobiliário, atraindo investimentos robustos e um público de maior poder aquisitivo. 

Regiões como Campo Grande e Passarinho destacam-se pela alta densidade de unidades e preços mais acessíveis por metro quadrado, atendendo à demanda crescente por habitação acessível, especialmente entre as classes média e baixa. 

A diversidade de mercado é evidente em bairros emergentes como Encruzilhada, que capturam uma fatia significativa do investimento imobiliário e atraem diferentes perfis de compradores. A flutuação dos preços do metro quadrado, variando de R$5.181 a R$13.185, indica a diversidade do mercado e a existência de nichos específicos que atendem diferentes demandas e faixas de renda.

Dinamismo e expansão do setor também ocorre em Salvador

O mercado imobiliário de Salvador registrou um crescimento significativo, com o preço do metro quadrado de imóveis privados crescendo 10% entre 2022 e 2023, conforme dados divulgados neste mês pela ABRAINC. Nos últimos dois anos, a maior concentração do VGV médio vendido foi no segmento econômico (51%), seguido pelos segmentos de luxo (27%) e média e alta renda (22%).

Entre 2022 e 2023, Salvador observou um aumento tanto no número de empreendimentos quanto no total de unidades. O VGV médio por empreendimento e por unidade variou significativamente, assim como o preço médio do metro quadrado. 

Bairros como Barra e Ondina apresentaram valores mais altos em 2023, refletindo a dinâmica do mercado imobiliário nessas regiões. No primeiro semestre de 2024, bairros tradicionais como Barra e Jaguaribe continuaram a ser áreas de alto valor, atraindo investimentos significativos. 

Ao mesmo tempo, bairros em expansão como Piatã e Arraial do Retiro estão se adaptando para atender à demanda por habitação mais acessível. A diversificação do mercado é evidente em bairros como Rio Vermelho e Itapuã, que oferecem uma gama de opções residenciais para diferentes perfis de compradores.

A valorização de áreas tradicionais como Barra, Jaguaribe e Ladeira da Barra é destacada pelos altos valores de VGV e preços elevados por metro quadrado. A Barra, por exemplo, tem o preço médio do metro quadrado mais alto, de R$18,6 mil, enquanto Jaguaribe e Ladeira da Barra também apresentam preços elevados, de R$16,9 mil e R$15,1 mil, respectivamente. 

Regiões como Piatã, Arraial do Retiro e Areia Branca destacam-se pela alta densidade de unidades e preços mais acessíveis por metro quadrado, com Piatã possuindo o maior número de unidades e um preço médio do metro quadrado de R$6,3 mil. 

Essas áreas estão se expandindo para atender à demanda crescente por habitação acessível, especialmente entre as classes média e baixa. A flutuação dos preços do metro quadrado, variando de R$4,9 mil em Areia Branca a R$18,7 mil na Barra, reflete a diversidade do mercado e a existência de nichos específicos que atendem diferentes demandas e faixas de renda.

Print Friendly, PDF & Email

Gostou desse artigo? compartilhe!

Últimas

log_luis
Representantes do BNB (E) ao lado do governador Paulo Dantas, do ministro Paulo Teixeira, e das agricultoras familiares que assinaram contratos de crédito com o Agroamigo - Foto: Assessoria
colheita
Inovac-o
Possível associação entre Grupo Mateus e Assaí Atacadista foi negada pelas duas empresas Foto: Reprodução
Julio-VasconcelosJVC06174
Lançamento Atlas Solar do Amapá e IMEQ (4)
B1BB78C3-13E9-48F2-A70B-6D3DFACB27F2
Nordeste foi a região do Brasil que mais reduziu o desemprego no segundo trimestre de 2024 | Foto: Reprodução
WhatsApp-Image-2024-08-29-at-13.45.36

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

div#pf-content img.pf-large-image.pf-primary-img.flex-width.pf-size-full.mediumImage{ display:none !important; }