A balança comercial do agronegócio nordestino apresentou um superávit de US$ 6,36 bilhões nos primeiros sete meses de 2024, com exportações totalizando US$ 7,78 bilhões, um crescimento de 5,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As importações da região somaram US$ 1,42 bilhão, um aumento de 13,3%, indicando uma expansão significativa do comércio exterior agrícola no Nordeste. O saldo positivo do agronegócio nordestino contrasta com o déficit de US$ 8,64 bilhões registrado nos demais setores da economia regional.
As informações foram divulgadas pelo ETENE – Célula de Estudos e Pesquisas Macroeconômicas do Banco do Nordeste (BNB).
De acordo com os dados divulgados, o agronegócio brasileiro como um todo manteve-se como uma força dominante nas exportações do país, representando 49,3% das vendas externas, com um total de US$ 97,80 bilhões entre janeiro e julho de 2024. Em contrapartida, as importações do setor atingiram US$ 11,25 bilhões, o que resultou em um saldo positivo de US$ 86,55 bilhões. Esses números refletem a crescente importância do agronegócio para a balança comercial brasileira, especialmente diante dos resultados negativos de outros setores da economia.
Os principais produtos exportados pelo agronegócio brasileiro foram o complexo da soja, carnes e o complexo sucroalcooleiro, que juntos representaram mais de 66% das vendas externas do setor. O complexo da soja, embora tenha registrado uma queda de 15,4% nas exportações devido à redução dos preços internacionais, ainda se manteve como o maior destaque, com uma participação de 33,6% nas exportações do agronegócio. A quantidade de soja em grãos exportada cresceu 4,1%, apesar da queda nos preços.
No Nordeste, o complexo da soja também desempenhou um papel central nas exportações, representando 46,1% do total, ou US$ 3,59 bilhões. No entanto, houve uma redução de 8,9% nas vendas do complexo em relação ao mesmo período de 2023, apesar do aumento de 9,3% no volume embarcado. A queda no valor exportado reflete as oscilações no mercado internacional, principalmente devido à variação dos preços das commodities agrícolas.
Exportação de celulose
Outro destaque das exportações nordestinas foi o setor de produtos florestais, com um aumento de 29,6% nas vendas, totalizando US$ 1,40 bilhão. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela celulose, que representou 99,6% das exportações do setor. O complexo sucroalcooleiro também apresentou desempenho positivo, com um aumento de 41,3% na receita de exportações, alcançando US$ 800 milhões. A região exportou, em sua maioria, açúcar de cana em bruto e açúcar refinado, que juntos representaram 99,4% do total exportado.
Por outro lado, as importações nordestinas foram dominadas pelo setor de cereais, farinhas e preparações, que responderam por 43,2% das compras do agronegócio, com destaque para o trigo e o malte. As aquisições desse grupo de produtos cresceram 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, os produtos oleaginosos, excluindo a soja, e o cacau e seus derivados também registraram crescimento significativo nas importações.
A expectativa para os próximos meses é de continuidade no crescimento das exportações e importações do agronegócio, tanto no Nordeste quanto no restante do Brasil. Mesmo com a previsão de um aumento mais acelerado das importações, o saldo da balança comercial do agronegócio deve continuar superavitário, reforçando a importância desse setor para a economia brasileira, sobretudo em um cenário de desafios econômicos globais.