O Nordeste desponta com expressivo potencial de crescimento na economia brasileira, liderando as projeções até 2033, conforme análise da Tendências Consultoria. Embora tenha enfrentado uma recessão na última década, interrompendo um período de crescimento acima da média nacional, a região se prepara para retomar o avanço, impulsionada por investimentos públicos e privados programados para os próximos anos.
De acordo com Lucas Assis, economista e analista da Tendências Consultoria, está previsto que o Nordeste conquiste a posição de maior crescimento econômico de 2025 a 2033. Apesar dos investimentos projetados para o Sudeste superarem numericamente os do Nordeste, proporcionalmente, terão um impacto menor em regiões mais desenvolvidas.
Os investimentos na região Nordeste abrangem projetos como a expansão da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE), pela Petrobras, com aporte de aproximadamente US$ 8 bilhões. Outros destaques incluem o investimento de cerca de US$ 1,5 bilhão pela Stellantis para a ampliação do parque de fornecedores em Goiana (PE) e o aporte de aproximadamente US$ 830 milhões da Noxis Energy para a implantação de uma refinaria no Complexo do Pecém (CE).
Apesar das perspectivas positivas, Ecio Costa, professor titular de Economia na UFPE e sócio na CEDES Consultoria e Planejamento, ressalta a importância de avaliar a concretização dos investimentos programados, especialmente aqueles relacionados ao Novo PAC, que prevê quase R$ 100 bilhões em investimentos no estado de Pernambuco.
Na região Norte, a Tendências destaca os investimentos em mineração da Vale no Pará. Enquanto no Centro-Oeste, além do agronegócio, três grandes projetos de fábricas de papel e celulose em Mato Grosso do Sul ganham destaque.
Contudo, Lucas Assis alerta que um dos principais riscos para a realização dessas projeções é o desempenho dos projetos vinculados ao setor público, devido à situação fiscal fragilizada, que pode limitar os desembolsos públicos. Mesmo os investimentos privados podem ser restringidos por fatores como juros elevados, inflação persistente e incertezas globais.