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10 de outubro de 2025 17:12

Ceará toma a dianteira na construção modular com novo Polo Industrial

Ceará toma a dianteira na construção modular com novo Polo Industrial

Setor estima uma redução de custos de 20% e um impressionante aumento de produtividade de até oito vezes
Foto: Divulgação

O Ceará está prestes a revolucionar o setor da construção civil com o lançamento do primeiro polo de construção industrializada do Brasil. A proposta, anunciada pelo Instituto de Tecnologias de Industrialização das Edificações (ITIE), é simples: transformar a construção de imóveis em um processo de montagem, onde cômodos e componentes são fabricados previamente e entregues prontos no local da obra, como peças de um grande quebra-cabeça.

Embora detalhes sobre o cronograma e os investimentos ainda não tenham sido divulgados, o projeto cearense se distingue por ser um polo dedicado à integração total desse processo industrializado, algo inédito no país, apesar da existência de outras fábricas modulares.

Construção mais eficiente e sustentável

Essa nova abordagem promete uma mudança de paradigma nos canteiros de obra. O setor estima uma redução de custos de 20% e um impressionante aumento de produtividade de até oito vezes. Além disso, a industrialização da construção traz consigo a promessa de maior sustentabilidade, com uma diminuição de 90% na geração de resíduos.

Emanuel Capistrano, presidente da Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon-CE), informou que o projeto começará em fase experimental. Duas empresas iniciarão a produção de kits hidráulicos e elétricos em um espaço cedido pela Federação das Indústrias do Estado (Fiec). 

“Estamos diante de uma mudança estrutural na forma de construir. O Offsite Park é mais do que um polo industrial: é um ambiente de colaboração, inovação e ganho de escala, com impacto direto na qualidade, no tempo e no custo das obras”, afirmou Capistrano.

A expectativa é que o Ceará se consolide como protagonista na transformação tecnológica do setor da construção civil, abrindo caminhos para novos modelos de negócios e atraindo investimentos voltados à inovação.

A construtora cearense J. Simões será uma das primeiras a integrar essa fase inicial de desenvolvimento de produtos, sem custo de aluguel pelo uso do espaço. Futuramente, planos de expansão para um novo terreno estão em análise.

O polo funcionará com a fabricação industrial de todos os elementos que tradicionalmente seriam produzidos no local da obra. Na fase inicial, empresas cooperadas focarão em kits elétricos e hidráulicos.

A segunda etapa prevê a expansão para banheiros pré-fabricados e fachadas industrializadas. Por fim, a terceira e última fase contemplará a produção de edificações completas, ou seja, casas e prédios inteiros saindo prontos das fábricas.

Foto: Divulgação

Resposta à crise de mão de obra e ao desafio ambiental

Para Gilberto de Freitas, diretor-geral do ITIE, o polo surge como uma solução para os principais desafios da construção civil: a escassez de profissionais qualificados, a baixa produtividade e o alto volume de resíduos. Freitas destaca que o modelo tradicional, com sua forte dependência da mão de obra convencional, enfrenta uma crescente pressão social para se modernizar.

“Num futuro não muito distante, não veremos mais jovens trabalhando em obras”, projeta Freitas, ressaltando a necessidade de uma nova organização na cadeia produtiva. “O que antes era apenas construir, agora passa a ser construir, fabricar e montar”, afirma, vendo a modernização como essencial para atrair as novas gerações para o setor.

A redução de resíduos é um benefício crucial. Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2024, a construção e demolição geraram cerca de 44,46 milhões de toneladas de entulho em 2023 no país. Esses resíduos são responsáveis por aproximadamente 21% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE). Embora o Brasil possua regulamentação para o gerenciamento desses resíduos, a industrialização promete uma contribuição ambiental muito mais significativa.

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