A escalada recente nos conflitos do Oriente Médio provocaram um salto imediato nos preços internacionais do petróleo, com efeitos que devem ser sentidos primeiro no Nordeste brasileiro. O barril do tipo Brent, referência global, subiu quase 9% na última semana, ultrapassando o valor de US$75.
A região Nordeste, onde cerca de 40% do abastecimento de combustíveis depende de importações por refinarias privadas, será a primeira a sentir os efeitos da alta. O refinamento feito pela Petrobras poderá diminuir o impacto da alta do petróleo no resto do país, porém, no Nordeste, o valor deve aumentar mais rápido por conta da maior participação de petróleo importado na região.
Especialistas projetam que, se a alta se mantiver, os postos da região podem registrar aumento já na próxima semana, fazendo com que as refinarias privadas do Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, e outras refinarias do Nordeste terão que repassar esses custos quase imediatamente no valor final pago pelo consumidor.
O potencial impacto preocupa especialmente o setor de transporte e logística, vital para a economia nordestina, visto que, o aumento no diesel afeta diretamente o custo de escoamento da produção agrícola na região. A situação atual lembra o choque de oferta que atingiu os preços do petróleo em 2022, quando começou a guerra na Ucrânia. Por enquanto, especialistas descartam que a crise tenha consequências graves na região, mas recomendam atenção ao desenrolar do conflito, especialmente quanto à segurança no Estreito de Ormuz, rota essencial para o petróleo que abastece atualmente o Nordeste.