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10 de outubro de 2025 11:40

Consórcio Nordeste completa 5 anos com nova gestão focada em energia renovável

Consórcio Nordeste completa 5 anos com nova gestão focada em energia renovável

“Temos pautas muito importantes, como a transição energética, o mercado de crédito das instituições públicas de fomento, a melhoria da segurança pública, o financiamento da saúde e a melhoria da educação”, observa Rafael Fonteles, que ocupa a presidência da autarquia
Governadores do Nordeste em evento do consórcio | Foto: Divulgação

O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, autarquia criada para promover cooperação entre os nove estados da região, completa cinco anos com uma nova gestão, presidida pelo governador do Piauí Rafael Fonteles, focada na cooperação com o governo federal e no uso de energias renováveis como impulsionadores do desenvolvimento sustentável no Nordeste.

Criado em 2019 a partir do Fórum dos Governadores do Nordeste, encontro anual que reúne figuras políticas de toda a região, o Consórcio Nordeste nasceu da união dos governadores da região para articular algumas críticas ao então governo Bolsonaro, a respeito do pacto federativo e cortes no orçamento que afetavam especialmente o Nordeste. Logo em seu primeiro ano, o Consórcio se deparou com um desafio que atingiu todo o mundo: a pandemia da Covid-19.

Por isso, algumas das primeiras ações do consórcio se revelaram importantes para diminuir os impactos da crise sanitária no Nordeste. A criação de um Comitê Científico e a compra de vacinas e respiradores via consórcio foram capazes de diminuir os índices de infecção nesse tempo de crise, mesmo em uma região com desafios estruturais e problemas econômicos.

Exemplo de articulação regional para todo o país, o Consórcio Nordeste têm se mostrado essencial para promover uma forma de desenvolvimento coordenada e sustentável na região. A partir do consórcio, os estados do Nordeste conseguem realizar ações que olhem para o futuro e para um novo modelo econômico de maneira mais ampla, pensando em toda a região unida. “O Consórcio Nordeste é uma experiência de sucesso de integração, articulação e cooperação entre os estados, e de união dos governadores na defesa dos interesses da região e dos grandes temas da agenda nacional”, afirma Fonteles. “Essa articulação é fundamental para viabilizar políticas públicas capazes de melhorar a infraestrutura, atrair investimentos, fortalecer o atendimento das demandas da população e, assim, contribuir para o crescimento da região”, observa.

Pensando no futuro, o consórcio se comprometeu a integrar suas ações com a Estratégia Brasil 2050, plano criado pela Secretaria Nacional de Planejamento (SEPLAN) para aplicar ações que envolvam o desenvolvimento sustentável e diminuir a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa com o ano de 2050 como referência. Entre as perspectivas para o futuro do consórcio dentro desse contexto, o presidente Rafael Fonteles ressalta que o Nordeste se insere em uma posição de destaque dentro desse período de transição energética no mundo.

“O Nordeste é líder na produção de energias eólica e solar. É uma vantagem competitiva muito importante, que pode transformar a região na grande protagonista nacional e mundial da economia verde”, diz Fonteles. “Isso é atrativo para a indústria de datacenters, para a indústria de hidrogênio, a indústria de siderurgia verde e várias outras que dependem intensivamente de energia. E o Nordeste é o maior provedor, talvez global, de energia verde para a indústria verde que está surgindo”, salienta o governador.

Sobre o futuro do Consórcio Nordeste, Fonteles destaca que a principal meta é manter a união regional em questões fundamentais para todos os estados do Nordeste. “Temos pautas muito importantes, como a transição energética, o mercado de crédito das instituições públicas de fomento, a melhoria da segurança pública, o financiamento da saúde e a melhoria da educação”, comenta o presidente do consórcio. “A ideia é promover uma maior cooperação entre os estados do Nordeste em cada uma dessas áreas, de forma que possamos atuar em conjunto para dar mais resolutividade. Vamos nos unir também para fazer cooperação com as instituições do país e organismos financeiros para destravar financiamentos e apoios às políticas públicas fundamentais para a região”, antecipa.

Em seu mandato recém iniciado como presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles afirma seu compromisso em buscar apoio do governo federal no sentido de promover ainda mais o desenvolvimento da região, como já é o caso de mega obras como a transposição do Rio São Francisco e a Transnordestina. “Estamos trabalhando fortemente junto aos demais governadores da região, ao Governo Lula e aos ministérios em Brasília, para destravar gargalos em áreas que podem atrair grandes investimentos e representam um enorme potencial de desenvolvimento e crescimento para a região”, diz Fonteles. “É o caso da geração de energia renováveis e de infraestrutura rodoviária e portuária, por exemplo. Já vínhamos trabalhando neste sentido, mas precisamos de um esforço coordenado ainda mais forte”.

O governador do Piauí Rafael Fonteles | Foto: Ascom

Leia na íntegra a entrevista exclusiva do governador Rafael Fonteles para o Investindo Por Aí:

IPA: Nessa trajetória de 5 anos do consórcio, qual você acredita que foram as principais contribuições da associação para o desenvolvimento do Nordeste?

RF: O Consórcio Nordeste é uma experiência de sucesso de integração, articulação e cooperação entre os estados, e de união dos governadores na defesa dos interesses da região e dos grandes temas da agenda nacional. Essa articulação é fundamental para viabilizar políticas públicas capazes de melhorar a infraestrutura, atrair investimentos, fortalecer o atendimento das demandas da população e, assim, contribuir para o crescimento da região. Os ex-governadores que estiveram à frente do Consórcio – Rui Costa (BA), Wellington Dias, aqui do Piauí, Paulo Câmara (PE), João Azevêdo (PB) e, por último, a governadora Fátima Bezerra (RN) – trabalharam para consolidar essa cooperação entre os estados e para garantir a participação efetiva dos Estados nas agendas importantes do país, procurando influir nas decisões mais relevantes para a região e para o Brasil. Nós estamos dando sequência a essa missão. 

 

IPA: Olhando para o próximo período: quais são os próximos passos do Consórcio Nordeste? Quais os principais pontos estratégicos a associação pretende trabalhar nos próximos 5 anos?

RF: Temos pautas muito importantes, como a transição energética, o mercado de crédito das instituições públicas de fomento, a melhoria da segurança pública, o financiamento da saúde e a melhoria da educação. A ideia é promover uma maior cooperação entre os estados do Nordeste em cada uma dessas áreas, de forma que possamos atuar em conjunto para dar mais resolutividade. Vamos nos unir também para fazer cooperação com as instituições do país e organismos financeiros para destravar financiamentos e apoios às políticas públicas fundamentais para a região. Há temas muito importantes, que podem redefinir o modelo de crescimento da região pelas próximas décadas. A agenda da transição energética, por exemplo, é uma demanda global, num contexto em que o mundo precisa cada vez mais buscar formas de redução dos combustíveis fósseis, um assunto que favorece o Nordeste pelo imenso potencial que a região tem de produção de energias limpas e seus derivados, como o hidrogênio verde e a amônia verde.

 

IPA: O Governo Federal vem reafirmando o compromisso com o desenvolvimento do Nordeste. Qual a importância dessa parceria estratégica para o desenvolvimento econômico da região?

RF: O alinhamento com o governo federal é um ponto essencial para os estados, seja do Nordeste, seja das outras regiões. E posso afirmar que o presidente Lula tem um carinho especial pelo Nordeste, e tem orientado os seus ministros a um olhar especial para a região, principalmente de modo a reduzir as desigualdades regionais. O presidente Lula nos recebeu logo no dia da nossa posse, em fevereiro, ao lado dos demais governadores nordestinos. Vamos elencar as prioridades da região, para que haja a determinação dele para que o seu governo possa atuar junto conosco no atendimento a essas demandas, seja no âmbito dos ministérios, no Congresso Nacional ou até mesmo em relação a questões que estão judicializadas.

 

IPA: A região Nordeste tem sido vista como um polo estratégico de produção de energia renovável. Qual a relevância que pautas ligadas à sustentabilidade terão no próximo período nos debates do consórcio?

RF: O Nordeste é líder na produção de energias eólica e solar. Temos nas energias limpas uma grande oportunidade de o Nordeste se industrializar fortemente, de agregar valor ao que já produzimos, ampliando os ganhos em geração de riquezas, oportunidades de trabalho e de empregos. É uma vantagem competitiva muito importante, que pode transformar a região na grande protagonista nacional e mundial da economia verde. Para você ter uma ideia, o meu estado – o Piauí — produz mais de sete vezes a energia que consome numa matriz elétrica 100% limpa. Isso é atrativo para a indústria de datacenters, para a indústria de hidrogênio, a indústria de siderurgia verde e várias outras que dependem intensivamente de energia. E, neste momento de transição energética e de esforços globais pela descarbonização do planeta, o mundo quer energia limpa. E o Nordeste é o maior provedor, talvez global, de energia verde para a indústria verde que está surgindo fortemente.

 

IPA: Sua gestão como presidente do consórcio está começando agora. Quais os principais compromissos que você afirma para esse próximo período de trabalho? E quais as principais metas você gostaria que fossem atingidas até o final da sua presidência na associação?

RF: Estamos trabalhando fortemente junto aos demais governadores da região, ao Governo Lula e aos ministérios em Brasília, para destravar gargalos em áreas que podem atrair grandes investimentos e representam um enorme potencial de desenvolvimento e crescimento para a região. É o caso da geração de energia renováveis e de infraestrutura rodoviária e portuária, por exemplo. Já vínhamos trabalhando neste sentido, mas precisamos de um esforço coordenado ainda mais forte.

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