O 7º Fórum CLIA Brasil 2025, realizado em Brasília, apresentou os resultados da temporada de cruzeiros 2024/2025, confirmando a força do setor no turismo e na geração de riquezas para o país. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a CLIA Brasil, o impacto total chegou a R$ 6 bilhões, somando as operações de cabotagem e de navios de passagem, com a criação de 93,7 mil postos de trabalho.
Entre novembro e abril, os nove navios de cabotagem que percorreram destinos nacionais e sul-americanos embarcaram 838.096 passageiros — resultado 0,8% menor que o da temporada anterior, mas ainda o segundo maior da série histórica. O impacto econômico direto foi de R$ 5,43 bilhões, alta de 3,8% em relação ao ciclo anterior. A arrecadação em tributos chegou a R$ 577,4 milhões, enquanto cada real investido pelo setor gerou R$ 4,05 na economia nacional.
Os gastos de cruzeiristas e tripulantes movimentaram R$ 2,48 bilhões, alta de 3,7%, enquanto as companhias marítimas responderam por R$ 2,95 bilhões, crescimento de 5,5%. O estudo também destacou o impacto médio de R$ 709,47 por passageiro nas cidades de escala e R$ 918,15 nos locais de embarque e desembarque.
Pela primeira vez, o levantamento considerou os efeitos dos 29 navios internacionais de passagem que tiveram escalas no Brasil, acrescentando R$ 583,9 milhões à economia, além de 9,1 mil empregos e R$ 62,1 milhões em tributos. Já no exterior, 171.300 brasileiros viajaram em cruzeiros em 2024, gerando R$ 931,7 milhões em receitas para destinos como Caribe, Europa e roteiros transatlânticos.
Apesar dos números positivos, o setor enfrenta perspectivas de retração. A temporada 2025/2026 terá apenas sete navios de cabotagem, dois a menos que no ciclo atual, com uma oferta de 674,6 mil leitos — queda de 19,5%. A previsão é de impacto econômico e geração de empregos cerca de 20% menores.
O presidente executivo da CLIA Brasil, Marco Ferraz, celebrou os avanços, mas reforçou a necessidade de mudanças estruturais. “A temporada 2024/2025 trouxe resultados econômicos expressivos e milhares de empregos gerados em todo o país. O setor de cruzeiros movimenta comunidades inteiras e gera benefícios reais e concretos para a economia. Mas já sabemos que esses números não se repetirão na próxima temporada, diante da saída de navios e da redução da oferta”, afirmou.
Ele destacou ainda o papel estratégico do Fórum na busca de soluções. “É urgente que setor público e privado caminhem juntos para ampliar a competitividade, reduzir custos, investir em infraestrutura, atualizar a regulação de acordo com o restante do mundo, melhorar a segurança jurídica e impostos. O Fórum existe para que enfrentemos os desafios de frente e encontremos caminhos viáveis para liberar todo o potencial da atividade no Brasil”, completou.