Segundo especialistas, a recente decisão de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA pode prejudicar significativamente a economia do Ceará, estado que tem no país norte-americano seu principal parceiro comercial. No primeiro semestre de 2025, as exportações cearenses para o mercado norte-americano atingiram US$556 milhões, valor que representa mais da metade do total vendido pelo estado ao exterior. Segundo o presidente Trump, essas tarifas passarão a entrar em vigor a partir do primeiro dia de agosto.
O setor de aço e seus derivados é o mais vulnerável, respondendo por 66% das exportações cearenses para os EUA no ano passado. Especialistas alertam que a medida pode reduzir a competitividade desses produtos no mercado internacional, especialmente diante da concorrência asiática. Outros segmentos importantes, como pescados, frutas, calçados e óleos vegetais, também devem sentir os efeitos negativos, com possíveis impactos na cadeia de produção e no emprego local.
Diante desse cenário, analistas sugerem a busca por novos mercados consumidores como estratégia para minimizar os prejuízos. América Latina e o mercado asiático aparecem como alternativas promissoras junto da União Europeia, que fechou um importante acordo comercial com o Mercosul no final do ano passado.
Enquanto isso, entidades empresariais manifestam preocupação com os possíveis reflexos da medida. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a decisão como injustificada do ponto de vista econômico, enquanto o governo brasileiro sinaliza possíveis retaliações comerciais. No Ceará, a expectativa é que os efeitos concretos da nova tarifa comecem a aparecer nos próximos meses, colocando à prova a capacidade de adaptação da indústria local e forçando as exportações cearenses a expandirem seus negócios para outros mercados.