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10 de outubro de 2025 12:48

Fundo do Nordeste terá R$ 52,6 bilhões para desenvolvimento regional em 2026

Fundo do Nordeste terá R$ 52,6 bilhões para desenvolvimento regional em 2026

Sudene e Banco do Nordeste anunciam programação orçamentária e divisão por estado; aumento é puxado pela “autoalimentação” do próprio fundo e terá foco em pequenos negócios e em projetos do PAC e da Nova Indústria Brasil.
Divulgação

O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) terá R$ 52,6 bilhões à disposição em 2026, segundo estimativa divulgada pelo Banco do Nordeste (BNB) e apresentada em reuniões setoriais conduzidas pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O valor representa um incremento de 11,1% em relação ao orçamento inicial de 2025.

“Essa projeção mostra que o FNE cresce ano a ano e reafirma o papel do fundo como instrumento essencial para fomentar o desenvolvimento regional”, afirmou Heitor Freire, diretor de Gestão de Fundos e Incentivos Fiscais da Sudene, ao detalhar o cronograma de escuta com estados e setores produtivos. As reuniões seguem até dezembro, quando as propostas serão analisadas pelo Conselho Deliberativo da autarquia.

Como os R$ 52,6 bilhões serão distribuídos

Na divisão anunciada entre os 11 estados da área de atuação, os montantes por estado são — na ordem: Bahia (R$ 11,1 bi), Ceará (R$ 7,0 bi), Pernambuco (R$ 6,27 bi), Maranhão (R$ 5,5 bi), Piauí (R$ 5,2 bi), Rio Grande do Norte (R$ 3,7 bi), Paraíba (R$ 3,3 bi), Minas Gerais (R$ 3,2 bi), Alagoas (R$ 2,8 bi), Sergipe (R$ 2,7 bi) e Espírito Santo (R$ 1,3 bi). Essas cifras foram apresentadas pela Sudene durante as agendas estaduais.

Em Pernambuco, por exemplo, os R$ 6,27 bilhões previstos para o estado foram detalhados por setor: Infraestrutura (R$ 1,48 bi), Pecuária (R$ 1,33 bi), Comércio e Serviços (R$ 1,31 bi), Indústria (R$ 1,16 bi), Agricultura (R$ 758 mi), Turismo (R$ 185 mi) e Pessoa Física (R$ 34 mi).

Por que o fundo cresceu tanto?

Representantes do BNB explicam que o aumento da disponibilidade de recursos se deve, em grande parte, à autoalimentação do FNE — isto é, ao incremento dos retornos de operações de crédito já concedidas, que vêm elevando a capacidade do fundo além dos repasses do Tesouro Nacional. “Hoje, quem mais fornece recursos para o FNE é a autoalimentação do fundo. O retorno dos financiamentos cresce mais do que os repasses do Tesouro Nacional”, disse Irenaldo Rubens Soares, superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do BNB.

O BNB também informou que parte significativa dos recursos (R$ 32,6 bilhões) será direcionada a negócios de menor porte — mini, micro, pequeno e pequeno-médio — um recorde em valores absolutos para essa faixa, o que mostra a intenção de priorizar inclusão produtiva e microcrédito.

Segundo a Sudene e o BNB, a programação considera critérios setoriais e espaciais: priorização de municípios de baixa renda, o semiárido e áreas de influência de projetos de integração; atenção a agricultura familiar e agroindústria; energias renováveis; indústria de transformação e inovação; infraestrutura; serviços digitais e projetos estratégicos vinculados ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). Esses eixos orientarão a alocação por estados e setores.

Para além das falas oficiais, analistas destacam que o desafio não é apenas dispor de mais recursos, mas garantir qualidade de projetos, boa seleção e acompanhamento da execução para transformar crédito em desenvolvimento sustentável. O pesquisador Samuel Pessôa, do FGV IBRE, aponta que “avançar no Nordeste exige não só dinheiro, mas foco na produtividade do trabalho e em políticas que melhorem capital humano e infraestrutura — sem isso, o volume de recursos terá impacto limitado”. A avaliação reforça a necessidade de integrar aplicação do FNE a políticas de longo prazo e controles rígidos de resultado.

Riscos e condicionantes

Autoridades do BNB afirmaram que, para manter a tendência de crescimento do fundo, é necessário reduzir inadimplência e buscar projetos de qualidade — ação que exige maior capacidade de análise técnica e acompanhamento de resultados. Além disso, a efetividade da destinação dependerá da articulação com programas federais (PAC, NIB) e da capacidade dos governos estaduais e prefeituras de preparar e apresentar projetos bancáveis.

Estados com fatias menores do total — como Alagoas (R$ 2,8 bi), Sergipe (R$ 2,7 bi) e Espírito Santo (R$ 1,3 bi) — poderão, segundo a Sudene, se beneficiar por meio de priorizações locais (municípios de baixa renda, semiárido, arranjos produtivos locais e apoio a microempresas/associações/cooperativas). A autarquia destacou a intenção de ampliar o acesso de associações e cooperativas ao microcrédito e dar tratamento diferenciado a pequenos produtores.

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