Buscando se firmar como um protagonista no desenvolvimento regional do Nordeste, o Piauí vem buscando parcerias com empresas e especialistas de renome nacional e internacional para impulsionar projetos em áreas-chave como energia solar, aviação regional e modernização da gestão pública.
Para isso, o governo, por meio do Investe Piauí vem realizando uma série de encontros com empresas a fim de conseguir parcerias para o estado. Para o presidente do Investe, Victor Hugo Almeida, o principal objetivo é reafirmar o compromisso de conectar o Estado a instituições financeiras e investidores estratégicos, tanto locais quanto globais, impulsionando soluções colaborativas com foco em sustentabilidade e inovação. Para ele, a articulação com players nacionais e internacionais amplia a visibilidade do Estado e gera oportunidades em áreas como energia limpa, tecnologia, agronegócio, mobilidade e logística inteligente. Assim, o foco da Investe Piauí está na atração de investimentos estruturantes, como a implantação de indústrias, fábricas e novas empresas.
No último mês de julho, no escritório da Investe Piauí em São Paulo, Víctor Hugo esteve com representantes de empresas como: Micropower referência em soluções híbridas de energia solar com baterias, que podem vir a contribuir para ofertar energia elétrica em áreas que o estado não conseguiu cobrir; Grupo Houer – para contribuir em projetos de infraestrutura para o estado; Asta Linhas Aéreas – companhia com expertise em rotas regionais, essencial para fortalecer a conectividade aérea do Piauí; e o grupo Falconi – centrado em estratégias para garantir sustentabilidade financeira e aprimorar a governança pública.
Em entrevista ao Investindo Por Aí, Victor Hugo contou sobre a importância de cada uma dessas parceiras e o que elas podem prover para o estado. “Essas parcerias já viabilizam iniciativas como a implantação de parques tecnológicos no Piauí, investimentos em aviação regional para ampliar a conectividade, projetos de geração híbrida de energia (solar com armazenamento em baterias), instalações voltadas ao agronegócio e novos modelos de exportação – como o envio de mel para o Japão. A consultoria Falconi atua diretamente na governança e sustentabilidade da Agência, fortalecendo sua autonomia e capacidade de articulação.”
Além desses acordos firmados, as movimentações do governo do estado já vem de momentos anteriores. Em maio deste ano o Investe Piauí esteve junto do Consórcio Nordeste em uma missão no Oriente Médio para atrair investidores e apresentar o potencial do Piauí a fundos soberanos, conglomerados empresariais e instituições financeiras internacionais.
Recentemente foi anunciado que, com foco em exportações e transporte do hidrogênio verde, o porto do Piauí, localizado em Luís Correia, contará com um investimento de R$7 bilhões até 2030. As operações estão previstas para iniciar em dezembro deste ano e terá um aporte financeiro público-privado. Um dos grandes objetivos da obra é adaptar o porto pensando em sustentabilidade e eficiência ambiental, tema que vem sendo recorrente no estado do Piauí.
Victor Hugo afirmou que o estado do Piauí tem uma preocupação grande sobre o meio ambiente e como desenvolver de maneira ecologicamente correta. “O desenvolvimento sustentável ocupa posição central nas estratégias do estado por estar alinhado às tendências globais de uma economia verde. O Piauí lidera na geração de energia solar e eólica e aposta em projetos que combinam impacto ambiental positivo com inclusão produtiva local. Essa visão fortalece também a inserção internacional de produto.”
Contudo, um dos maiores símbolos do desenvolvimento sustentável do Piauí tem tido contornos controversos. Isso porque o projeto da usina de hidrogênio verde, considerado o maior do mundo, foi alvo de ação do Ministério Público Federal. O MPF ingressou com uma Ação Civil Pública contra o Estado do Piauí e a empresa Solatio H2V, responsável pelo projeto de instalação por irregularidades nas licenças ambientais concedidas.
Por fim, pensando em projetos futuros, a Investe Piauí busca ampliar seus horizontes nas parcerias vigentes. “Além de iniciativas nas áreas energética e financeira, buscamos ampliar colaborações com mercados globais por meio dos nossos escritórios em São Paulo, Lisboa, Boston e Xiamen. O foco inclui parcerias nos setores de turismo, tecnologia, logística e exportação de produtos regionais – como mel, castanha e cachaça – por meio do programa Made In Piauí Matchmaking, além de missões e eventos internacionais que promovem o estado no exterior.