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10 de outubro de 2025 13:03

Matopiba é uma das porções mais produtivas do país

Matopiba é uma das porções mais produtivas do país

Região é considerada pelo ‘Mapa de Aptidão Agrícola das Terras do Brasil’ como de alta aptidão para lavouras sob manejo tecnificado
Foto: Divulgação

Os dados do mais recente  ‘Mapa de Aptidão Agrícola das Terras do Brasil’, elaborado pela Embrapa e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), consolida uma porção generosa do Nordeste brasileiro como uma das áreas mais prósperas para a agropecuária. 

A ferramenta identifica as regiões com maior ou menor potencial para diferentes usos agrícolas, como lavouras, pastagens e florestas plantadas, conforme as condições naturais do solo e da paisagem. 

De acordo com o novo mapa, entre as regiões com maior aptidão agrícola estão o Centro-Oeste e o Matopiba (fronteira agrícola entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que apresentam grande proporção de áreas classificadas como de “alta” ou “muito alta” aptidão para lavouras sob manejo tecnificado. Já áreas com relevo acidentado ou solos muito rasos, comuns em partes da Mata Atlântica ou no semiárido do Nordeste, aparecem com menor potencial.

“Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil” é uma publicação inédita. São dados detalhados de relevo, clima e solos, excluindo áreas protegidas, como terras indígenas, e regiões ainda não desmatadas da Amazônia, respeitando os limites ambientais vigentes.

“A ideia desse estudo é tentar entender melhor o potencial agrícola do solo do Brasil e suas limitações, fazendo uma análise não indicativa de uso, mas interpretativa do solo e do relevo”, explica Amaury de Carvalho Filho, pesquisador responsável pelo mapa.

A grande variedade de tipos de solos do Brasil foi classificada considerando características como textura, pedregosidade, rochosidade, erodibilidade, entre outros, em cinco classes de potencialidade variando de terras com muito boa potencialidade a terras com restrições muito fortes ao desenvolvimento agrícola.

O estudo revelou que 32% da área do território nacional apresenta boa (30%) ou muito boa (2%) potencialidade ao desenvolvimento agrícola. Outros 33% do território apresentam moderada potencialidade ao desenvolvimento agrícola.

“Abrange relevos ligeiramente acidentados, que podem precisar de ações adequadas para a agricultura, como no caso de solos menos profundos e principalmente com problemas de fertilidade, mas que são relativamente fáceis de serem corrigidos”, explica o pesquisador. 

Por outro lado, as áreas com restrições significativas ao desenvolvimento da agricultura correspondem a 21% do território. É o caso, por exemplo, do semiárido nordestino, que enfrenta o desafio histórico de irrigação. 

Foto: Reprodução/Internet

Matopiba 

O Matopiba é uma região formada pelo estado do Tocantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, onde ocorreu forte expansão agrícola a partir da segunda metade dos anos 1980, especialmente no cultivo de grãos. O nome é um acrônimo formado pelas siglas dos quatro estados estados (MA + TO + PI + BA). 

A topografia plana e o baixo custo das terras comparado às áreas consolidadas do Centro-Sul levaram alguns produtores rurais empreendedores a investir na então nova fronteira agrícola. 

A expansão aconteceu sobre áreas de cerrado, especialmente pastagens subutilizadas, e só foi possível pela disponibilidade de tecnologias para viabilizar os plantios nas condições locais. “São sistemas muito produtivos e que ano a ano aumentam sua capacidade de produção e mercado, com forte investimento em tecnologia”, conta o engenheiro agrônomo Marcelo Pellaro. 

A produção agropecuária do Matopiba é marcada pelas grandes colheitas de grãos, especialmente soja, milho e algodão. Há cerca de 4.800.000 hectares com plantio de soja que somaram a produção total de 18,5 milhões de toneladas na safra 2022/23, o que representa cerca de 12,3% do total produzido no Brasil.

A porção baiana da região é a segunda maior produtora brasileira da fibra, atrás apenas do estado do Mato Grosso. O Oeste baiano representa o espaço mais antigo e mais fortemente consolidado do Matopiba. 

“A despeito dos regimes de chuva mais restritos (o que limita a safrinha não-irrigada) e do predomínio de solos de textura mais arenosa, a elevada altitude, associada com relevos pouco movimentados, contribuiu para o sucesso da experiência agrícola na região”, explica o engenheiro. 

Mais recentemente, o avanço da agricultura na porção Leste do Pará tem chamado a atenção dos produtores, a ponto de sugerirem a incorporação desta parte do território no conjunto do Matopiba, ampliando assim os contornos da fronteira de expansão agrícola.

 

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