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12 de setembro de 2025 01:11

Nordeste lidera produtividade nacional de cachaça e registra maior crescimento no setor

Nordeste lidera produtividade nacional de cachaça e registra maior crescimento no setor

Com avanço de 23% na produção em 2024, região ultrapassa o Sudeste em produtividade e vê Viçosa do Ceará assumir liderança nacional em número de cachaçarias
Foto: Reprodução/Internet

A produção de cachaça no Nordeste deu um salto em 2024. Segundo o Anuário da Cachaça 2025, publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a região produziu 60,8 milhões de litros da bebida, o equivalente a 20,82% da produção nacional. O volume representa um crescimento de 23,27% em relação ao ano anterior — o maior avanço entre todas as regiões do país.

Com uma média de 322 mil litros por cachaçaria, o Nordeste superou o Sudeste e assumiu a liderança em produtividade no setor. A diferença é expressiva: 54,4% acima da média de 208 mil litros registrada pelas unidades do Sudeste.

O número de cachaçarias também cresceu: agora são 189 estabelecimentos formais na região, 14,9% do total nacional. O destaque ficou com o Ceará, que aumentou de 34 para 47 cachaçarias em um ano — uma alta de 38,2%.

Um dos marcos mais simbólicos desse avanço é a ascensão de Viçosa do Ceará (CE) ao topo do ranking nacional de municípios com mais cachaçarias. Com 25 unidades em funcionamento, a cidade superou Salinas (MG), tradicional polo mineiro, e agora representa mais da metade dos estabelecimentos registrados no Ceará.

A Paraíba continua sendo o principal polo nordestino, com 67 cachaçarias formalizadas, seguida por Ceará (47), Bahia (38), Pernambuco (27) e Rio Grande do Norte (15). Em nível nacional, o Brasil conta com 1.266 cachaçarias, número que cresceu 4% em 2024.

Diversidade de marcas e expansão territorial

O Nordeste soma 709 produtos de cachaça registrados, cerca de 9,8% dos 7.223 rótulos nacionais. A Paraíba lidera novamente, com 156 marcas, seguida por Ceará (132), Bahia (128) e Pernambuco (124). Sergipe, apesar de contar com apenas uma cachaçaria, possui 17 marcas cadastradas, o que confere ao estado a maior média de produtos por unidade: 32.

A produção da bebida está espalhada por 181 municípios nordestinos. A Paraíba lidera também nesse quesito, com presença em 53 cidades — 23,8% da cobertura estadual. Pernambuco (46) e Bahia (39) vêm logo atrás.

O setor empregou 2.543 trabalhadores formalmente no Nordeste em 2024, segundo dados do Novo Caged/MTE. A região ocupa o segundo lugar em volume de empregos formais, atrás apenas do Sudeste (2.954). Além disso, foi a que mais criou novas vagas no período: 99 postos a mais, o que representa um crescimento de 4,05%.

O bom desempenho ocorre mesmo com menor número de estabelecimentos, evidenciando a eficiência produtiva e a capacidade de gerar empregos no setor.

Entre os 292,4 milhões de litros de cachaça produzidos no país, 74,56% foram elaborados com cana crua, método típico de produção em maior escala. A cana queimada representou 25,38% do total, com crescimento expressivo de 1.071,2% em relação a 2023 — reflexo da inclusão de pequenos produtores nas estatísticas formais.

Além disso, 35,9% da cachaça brasileira é consumida em mercados localizados a até 100 km de onde é produzida, evidenciando o caráter regional da cadeia produtiva.

Setor pede apoio e equilíbrio nas políticas públicas

Durante o lançamento do anuário, lideranças do setor defenderam maior apoio à formalização e mudanças regulatórias.

“Essa cadeia produtiva passou por uma evolução muito grande nos últimos anos. Além disso, é preciso trazer cada vez mais os produtores para dentro da formalidade. A CNA continua fazendo o seu papel no que diz respeito ao incentivo do setor e defesa dos produtores de cachaça em diversos âmbitos, a exemplo do executivo e legislativo”, afirmou Mário Borba, vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Faepa.

Carlos Lima, presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), também reforçou a importância do setor para o país: “É um setor que gera hoje mais de 600 mil empregos, diretos e indiretos. São produtores de áreas rurais com uma matéria-prima que é 100% nacional, que é a cana-de-açúcar”. Lima criticou a carga tributária elevada e a desigualdade na publicidade de bebidas alcoólicas, pedindo isonomia em relação à cerveja.

Para o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart, o crescimento da formalização reflete o esforço conjunto entre Estado e setor produtivo.

“O crescimento no número de cachaças registradas mostra como o setor está cada vez mais forte e presente em todo o Brasil. É um reflexo do talento dos nossos produtores e do trabalho do Ministério para apoiar quem faz da cachaça um verdadeiro símbolo nacional. Vamos continuar valorizando essa bebida que é parte da nossa identidade”, declarou.

O Anuário da Cachaça 2025 utilizou dados do Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro), Comex Stat, Portal Único gov.br, Novo Caged/MTE e das Declarações Anuais de Produção e Estoques dos produtores cadastrados no Mapa.

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