O Governo da Paraíba deu início à construção do Complexo Rodoviário Ponte do Futuro, considerado o maior empreendimento de infraestrutura viária da Região Metropolitana de João Pessoa nas últimas décadas. O projeto, que conta com investimento de R$ 465,5 milhões, vai conectar os municípios de Cabedelo, Santa Rita e Lucena, promovendo ganhos expressivos em mobilidade, logística e dinamização econômica.
A obra é executada pelo Consórcio Jampa, liderado pela construtora A. Gaspar S/A, que venceu a licitação com uma proposta 19,57% menor do que a estimativa apresentada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A conclusão está prevista para dezembro de 2026.
Além de atender a uma demanda histórica da população por infraestrutura de mobilidade, a Ponte do Futuro é vista como um vetor de transformação regional. Especialistas destacam que os impactos serão sentidos tanto durante a construção quanto após a entrega da obra.
Durante a fase de execução, a obra deve movimentar fortemente a cadeia da construção civil. Para o economista Cassio Besarria, os reflexos já são palpáveis.
“O setor de construção civil e toda a cadeia produtiva associada – incluindo cimento, aço, concreto, transportes e serviços de engenharia – será diretamente beneficiada. Isso representa geração de empregos, aumento na renda e estímulo ao PIB estadual”, afirma.
Segundo ele, os efeitos multiplicadores da obra se estendem ao comércio local e aos serviços que dão suporte às frentes de trabalho, como alimentação, hospedagem e logística.
Mobilidade como motor de desenvolvimento
A expectativa é que a Ponte do Futuro alivie gargalos logísticos e estimule maior integração entre Cabedelo, Santa Rita e Lucena.
“Ao facilitar o fluxo de pessoas, bens e serviços, a obra abre espaço para novos investimentos privados. Isso inclui hotéis, pousadas, restaurantes e condomínios residenciais, impulsionando o turismo e valorizando empreendimentos imobiliários da região”, destaca Besarria.
Com melhor mobilidade, os municípios podem atrair novos moradores e investidores, fortalecendo o eixo metropolitano que se estende da capital ao Litoral Norte.
O economista pondera, no entanto, que é fundamental garantir a execução dentro dos prazos estabelecidos.
“No curto prazo, os benefícios são claros: geração de empregos e dinamização da economia local. Mas é preciso acompanhar de perto o cronograma. Atrasos podem encarecer a obra e comprometer a relação custo-benefício. Já no longo prazo, os ganhos são permanentes, com redução de congestionamentos, queda no custo de transporte e maior integração logística”, avalia.
Esses fatores, segundo Besarria, ampliam a atratividade da região para novos investimentos privados e fortalecem a arrecadação tributária do Estado.
Novos polos de crescimento e turismo
A infraestrutura também deve desencadear um redesenho no mapa econômico da Região Metropolitana de João Pessoa.
“Cabedelo já se consolida como polo estratégico em razão do porto, mas Lucena tem um enorme potencial turístico ainda pouco explorado. Com a ponte, o município pode se tornar um novo polo de investimentos imobiliários e turísticos. Já Santa Rita tende a se destacar como elo logístico, conectando a BR-230 e a capital”, explica o economista.
Esse redesenho territorial pode estimular a criação de novos corredores de negócios, ampliando a vocação econômica de cada município e fortalecendo a Paraíba como um todo.
A Ponte do Futuro simboliza um marco para a infraestrutura e o desenvolvimento regional. O empreendimento responde a uma demanda histórica de mobilidade, mas vai além: projeta uma nova configuração para o crescimento da Grande João Pessoa, estimulando turismo, logística, investimentos privados e geração de empregos.
“Podemos dizer que a Ponte do Futuro é um divisor de águas. Ela não apenas encurta distâncias, mas cria novas possibilidades econômicas e sociais para a região”, conclui Cassio Besarria.
