A quarta edição do Sergipe Oil & Gas 2025 foi encerrada na última sexta-feira (25), firmando-se como um dos principais fóruns do setor energético no Nordeste. Durante os três dias de evento, autoridades, executivos e especialistas debateram temas como logística offshore, qualificação profissional e produção onshore, enquanto foram anunciadas importantes medidas de investimento. Entre os destaques, a participação da Petrobras chamou atenção pelo anúncio dos avanços na retomada da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) e a contratação de plataformas do projeto Sergipe Águas Profundas.
A consultora especial da presidência da Petrobras, Sylvia Anjos, explicou que o movimento visa retomar as operações em Fafen de forma acelerada. “Em relação à Fafen, recebemos diversas propostas para a retomada das operações, foram mais de seis participantes. Prevemos que ainda este ano devemos começar”, afirmou. Ela complementou destacando a continuidade nas contratações de FPSOs: “Da mesma forma, a contratação das FPSOs está em andamento e teve seu adiamento pedido pelo mercado, para que as empresas se adaptem à simplificação. Mas esta é a última vez, não vamos adiar mais. Estamos voltando e queremos fazer a diferença.”
Debate jurídico e perspectivas para a infraestrutura energética
Pelo segundo ano consecutivo, o Sergipe Oil & Gas sediou o Energy Legal Talk, fórum jurídico especializado que reuniu advogados, operadores do Direito e pesquisadores para tratar do descomissionamento das plataformas fixas em Sergipe e dos desafios regulatórios, fiscais e contratuais do setor.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Valmor Barbosa, destacou a relevância desse debate para toda a cadeia produtiva da energia: “É geração de emprego, estímulo à cadeia regional, atração de investimentos e fortalecimento dos fornecedores”, afirmou, ressaltando que o descomissionamento pode gerar renda e ativos para Sergipe e para o Nordeste.
Carlos Augusto Monteiro Nascimento, sócio do escritório Monteiro Nascimento e coorganizador do fórum, enfatizou que o Energy Legal Talk é um espaço para discutir, de forma aprofundada, os impactos regulatórios e fiscais que afetam o setor. “Reunimos especialistas da indústria e operadores do Direito para propor caminhos que fortaleçam a economia local”, pontuou.
Novas tendências: biometano, data centers e capacitação
A programação técnica do evento também destacou inovações importantes para o setor energético. Em um dos painéis, conduzido pelo SergipeTec e pela Sergas, foi apresentado um estudo sobre o mercado de biometano, apontando novas oportunidades para a economia energética do estado.
Na Arena Inovação, o debate girou em torno do mercado de data centers no Nordeste, com foco em soberania digital e viabilidade energética. Antônio Fernandes, representante do Smart Datacenter, apontou que “novos polos energéticos demandam infraestrutura digital soberana, segurança e baixa latência regional. E é isso que o data center sergipano promove: a soberania de dados, que pode, inclusive, abrigar informações para a condução de projetos de descomissionamento ou operações de gás.”
Outros painéis, como o “Talentos do Futuro” e o espaço dedicado à saúde mental na Arena ESG, evidenciaram o compromisso do setor com a capacitação e o bem-estar dos profissionais, preparando a cadeia para os desafios tecnológicos e operacionais dos próximos anos.
Além disso, a Rodada de Negócios foi um destaque à parte, conectando grandes empresas e fornecedores e movimentando cerca de R$ 200 milhões em investimentos, reforçando parcerias estratégicas para o setor.