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10 de outubro de 2025 14:24

UESB desenvolve corante natural a partir da casca do mangostão

UESB desenvolve corante natural a partir da casca do mangostão

Estudo busca substituir corantes artificiais em alimentos, medicamentos e cosméticos, aproveitando resíduos do fruto típico de regiões tropicais
Foto: Reprodução/Internet

Pesquisadores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) estão desenvolvendo um corante natural a partir da casca do mangostão, fruto originário do Sudeste Asiático e cultivado em áreas tropicais do Brasil. A pesquisa, conduzida no Laboratório de Tecnologia de Produtos de Origem Vegetal (LTPOV), no campus de Itapetinga, pretende transformar em matéria-prima o pericarpo — parte roxa do fruto que geralmente é descartada — para aplicação nas indústrias de alimentos, medicamentos e cosméticos.

De acordo com a professora Andréa Gomes, responsável pelo estudo, a coloração intensa do mangostão é resultado da presença de flavonoides antociânicos, os mesmos compostos encontrados em uva, açaí, jabuticaba, hibisco e repolho roxo. “Diferente dos corantes artificiais, os naturais são compostos bioativos, que além da função estética apresentam atividade antioxidante, ação anti-inflamatória e até propriedades antitumorais”, explicou.

Embora os corantes sintéticos ainda predominem por sua estabilidade, baixo custo e maior poder tintorial, o consumo em larga escala vem sendo alvo de restrições e críticas devido a possíveis efeitos adversos à saúde, como reações alérgicas. A pesquisadora destaca que a demanda por alternativas mais seguras cresce no mundo todo: “O mercado tem demonstrado uma tendência clara de reduzir o uso de corantes artificiais, acompanhando diretrizes da Organização Mundial da Saúde”.

No Brasil, os maiores produtores de mangostão estão no Sul da Bahia, além de regiões do Pará, São Paulo e Espírito Santo. Como cerca de 75% do peso do fruto corresponde à casca, o descarte é elevado. Para Gomes, o estudo também contribui para reduzir o desperdício: “O aproveitamento integral de matérias-primas biológicas traz vantagens econômicas e ambientais importantes”.

Da casca ao corante

O processo de desenvolvimento envolveu várias etapas, desde a coleta de cascas em municípios do sul da Bahia, como Una e Ipiaú, até a extração, quantificação e formulação do corante. Os extratos foram testados em balas de gelatina e em embalagens inteligentes (biofilmes), atuando como indicadores de qualidade pela alteração de cor.

Além da UESB, o projeto conta com parcerias da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os resultados parciais já foram apresentados em eventos acadêmicos e publicados em revistas científicas, reforçando o potencial da pesquisa para aplicação em larga escala.

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