Bem-vindo à coluna 3 Perguntas, aqui no portal Investindo por Aí! Neste espaço, entrevistamos personalidades que se destacam por suas contribuições para o desenvolvimento econômico da região Nordeste.
Hoje, temos o privilégio de conversar com o Deputado Rafael Brito (MDB), um alagoano com vasta trajetória dedicada ao desenvolvimento de Alagoas e do Brasil, atuando principalmente na área da educação. Rafael é Deputado Federal por Alagoas e está em seu primeiro mandato. Com formação em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e um MBA em Gestão Empresarial pela Faculdade de Negócios (FAN) em Maceió, ele combina uma base sólida de conhecimento acadêmico com sua rica experiência política e administrativa.
Rafael Brito desempenhou papéis-chave em Alagoas, atuando como Secretário de Estado em várias áreas, incluindo Trabalho e Emprego, Desenvolvimento Econômico e Turismo, e Educação. Sua liderança se estendeu para cargos em conselhos e órgãos representativos, incluindo a presidência do Conselho Estadual do Trabalho e do Conselho de Administração da Agência de Fomento de Alagoas (DESENVOLVE).
Atualmente, no cenário da Câmara dos Deputados, ele é membro de várias comissões, como a Comissão de Educação e a Comissão de Turismo, e também é titular na Comissão Externa que lida com o colapso do solo em bairros de Maceió, além de participar de grupos de trabalho relacionados a questões de educação e combate à violência nas escolas. Com sua sólida formação e compromisso com o desenvolvimento, Rafael Brito é uma voz influente na representação de Alagoas no parlamento federal, especialmente na defesa da educação.
Como ex-secretário da educação em Alagoas, quais foram as principais lições que você aprendeu sobre as desigualdades regionais na educação e como essas experiências influenciam sua visão sobre a educação?
Eu acredito que a desigualdade vai muito além do fator regional. É principalmente uma disparidade entre a educação paga e a educação gratuita. É nesse gap de diferença que o estado precisa atuar para que os alunos das escolas públicas tenham as mesmas oportunidades que os alunos das escolas particulares. Isso se torna mais evidente no ensino fundamental e médio, onde a maioria das escolas de melhor qualidade são particulares, deixando uma marca geracional na nossa sociedade.
Como podemos equilibrar as necessidades e expectativas dos estudantes e da sociedade para garantir um sistema educacional mais justo? Os debates e mudanças propostas para a reforma do ensino médio são importantes para isso?
Em relação à reforma do ensino médio, a lei que está em vigor atualmente se mostrou mais eficaz nas escolas privadas, que tiveram melhores condições para implementá-la.
Infelizmente, nos últimos quatro anos, vivenciamos um verdadeiro colapso no Ministério da Educação, ainda mais agravado pela pandemia. Os estados tiveram que lidar simultaneamente com o distanciamento dos alunos nas salas de aula e a implementação de uma nova lei de Ensino Médio que reduziu a carga horária das matérias de formação geral de 2.400 para 1.800 horas.
Isso criou os chamados itinerários formativos, que não funcionaram como esperado. Acredito que essa nova lei precisa ser revisada e aprimorada tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado Federal, mas já aponta para a solução de diversos problemas.
A redução das desigualdades e a promoção da ascensão social estão intimamente ligadas à qualidade da educação. Na sua visão, investir na melhoria da educação no Nordeste traz impactos relevantes para o desenvolvimento econômico da região?
A educação é, sem dúvida, a forma mais duradoura e sustentável de promover o desenvolvimento da nossa sociedade como um todo. A educação pública no Nordeste tem melhorado acima das metas estipuladas pelo Ministério da Educação e se destacado em comparação com o restante do Brasil.
Por exemplo, o Ceará é o líder em ensino público atualmente, embora esse título já tenha pertencido a Pernambuco por um longo período. Alagoas também tem registrado um crescimento notável, sendo o estado com o maior aumento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na última medição.
Portanto, os estados do Nordeste têm se preparado melhor, investido mais em educação e ampliado a oferta de escolas em tempo integral, o que é fundamental tanto para o desenvolvimento como para o combate à fome nesta região, que é a mais carente do país.
Desse modo, com um ensino médio ajustado às necessidades da sociedade e preparando os jovens para o futuro, se os estados do Nordeste continuarem melhorando a sua educação, a gente vai seguir carregando o crescimento econômico do Brasil nas costas pelos próximos anos, graças a Deus.