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11 de novembro de 2025 00:07

Ação integrada leva criação de camarão a agricultores familiares do semiárido piauiense

Ação integrada leva criação de camarão a agricultores familiares do semiárido piauiense

Tanques devem receber os camarões e peixes no início de outubro

Por Luiz Carlos Jr.
Para Ascom/Emater-PI

Se alguém lhe dissesse que é possível criar camarão no semiárido, você acreditaria? Difícil imaginar, não é? Pois saiba que o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Piauí (Emater-PI) não só acreditou nesta possibilidade como está empenhado na concretização dela. Por meio do Programa Água Doce, coordenado no Piauí pelo Emater, e do Projeto Viva o Semiárido, coordenado pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), três comunidades do semiárido piauiense são as primeiras no Brasil a executarem um projeto de aproveitamento da água biosalina para a criação de peixes, camarões e para a irrigação de plantas resistentes à água salgada.

O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do Governo Federal em parceria com os Governos estaduais e municipais que visa a estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização, prioritariamente no semiárido cristalino brasileiro, levando-se em consideração a característica da presença de sais nas águas subterrâneas desta região.

Do processo de dessalinização, a água potável fica armazenada em uma caixa d’água e pode ser acessada pela comunidade por meio do chafariz. No entanto, deste processo resulta uma água salina concentrada, que é destinada a tanques de contenção para que ocorra a evaporação, evitando assim degradação dos solos. É com a água destes tanques que o Emater-PI está fomentando a criação de peixes e camarões. “Isso tudo é possível graças a uma integração de instituições do Governo Federal com o Governo do Piauí, com as Prefeituras Municipais e com as comunidades locais. No Piauí, é executado pelo Emater-PI em parceria com a Secretaria de Agricultura Familiar, através do Projeto Viva o Semiárido, com financiamento do Fida”, destaca o diretor-geral do Instituto, Francisco Guedes.

Na última semana, as Comunidades Quilombolas Laranjo e Silvino, no Município de Betânia do Piauí, e a comunidade Barreiro Fechado, no Município de Campo Alegre do Fidalgo receberam da coordenação estadual do Programa Viva o Semiárido um nivelamento técnico de agricultores e técnicos de Ater sobre manejo básico de criação de Tilápias e Camarão no Semiárido Piauiense. As comunidades serão as primeiras a receberem a tecnologia no país.

Participaram das atividades agricultores familiares, extensionistas do Emater-PI, técnicos do Instituto Avance, além do instrutor da capacitação, o engenheiro de Pesca da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), dr. Luciano Brito.

A iniciativa ainda prevê o uso da água biosalina, como é chamado o rejeito do processo de dessalinização, para a irrigação de palmas e erva sal (atriplex), além da implantação de uma cisterna do tipo calçadão, com o sistema de bombeamento alimentado por energia solar.

“Na cisterna será captada a água da chuva e a gente vai fazer uma horta aqui para beneficiar  as famílias atendidas pelo projeto”, comemora a presidente da associação de agricultores do Laranjo, Jailma Rodrigues. Nas comunidades, o investimento do Governo do Estado é de 1,1 milhão de reais, por meio do acordo de empréstimo junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), com acompanhamento técnico do Emater, beneficiando diretamente a 82 famílias. Após as capacitações, o povoamento dos tanques com camarões e peixes está previsto para o início de outubro.

Água Doce no Piauí

No Piauí, de 2013 até agora já foram destinados R$ 12,9 milhões para o Programa Água Doce e, até o final da vigência do convênio com o Ministério do Desenvolvimento Regional, previsto para 2023, a expectativa é que sejam investidos R$ 13, 9 milhões no estado, resultando na implantação de 67 sistemas de dessalinização no semiárido piauiense.

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